Para assistir a esta série inebriante, cuidadosa em todos os detalhes, da preciosidade dos figurinos de época, a caracterização de personagens, e que tem como real apenas a história da Escócia, é se deixar levar, sem restrição e sem censura, à grande história de amor entre Jamie e Claire. Eu me delicio e claro, não deixo de sorrir a cada vez que as barreiras são transpostas para que a dupla continue se amando.
A ação começa na Segunda Guerra Mundial, onde Claire Beauchamp Randall é enfermeira no front. Acabada a guerra, ela se reúne ao marido, ambos ingleses, que também estava combatendo e vão passar uma tardia lua de mel...where? Scotland. E o marido, Frank mostra curiosidade e interesse em levantar a história de seus antepassados, que passaram por lá. A Escócia tem na sua formação povo celta, um povo altamente civilizado e cuja religião era ligada à magia. E, num determinado momento, em que Frank se dedica no levantamento genealógico de sua família, Claire faz um passeio até Craig na Dun, um lugar que na vida real não existe, mas que é considerado mágico. Claire vê as pedras no alto da pequena elevação, que dizem sem sagradas( foram feitas de isopor para o filme, e ficaram perfeitas, parecendo àquelas de Stonehenge). Ela toca uma em particular e volta para duzentos anos atrás. Sim, back to the past. Isto na primeira temporada, que para mim foi vibrante e irresistível . Assistir aqueles warriors rebeldes, a um James Fraser estupendo, era um colírio para os olhos e o motivo maior para assistir ao seriado.
Daí se desenvolve a história. Claire é resgatada por integrantes do clã MacKenzie, James está ferido e ela ali já mostra serviço de enfermagem, o cura, e aos poucos adquire o respeito de todos. E assim vamos tendo contato com a bela paisagem das Highlands e da história da Escócia sempre querendo se separar da Inglaterra. Os casacas vermelhas, como eram chamados os ingleses, são violentos, inescrupulosos, tal e qual qualquer colonizador. Semelhança com a PM não é mera coincidência.
O ator Sam Heughan é um belo escocês, e soube que a autora do livro quando o viu, disse que ele era o próprio James Fraser. Ótimo ator, encarnou belissimamente seu papel, aliás todos eles. Eu tinha a impressão que estava lá também, tamanha a força da série.
No final da primeira temporada, James que é um perseguido da Corôa, injustamente, finalmente é preso, e o que acontece na prisão é de arrepiar, cenas muito fortes, que me fizeram levantar do sofá várias vezes. Mas, com a ajuda de seus companheiros, e de Claire, que é uma super mulher maravilha, conseguem tirá-lo da prisão e o casal foge para a França pois James está jurado de morte, e foi aí que começaram as minhas risadas discretas. Segunda temporada. O luxo em que viveram comparado à vida praticamente selvagem na Escócia, é dose, mas vamos lá, é uma fantasia, e a gente tem que se deixar levar. E eu, embarquei. Cenários deslumbrantes, o figurino de Claire era igualzinho aos das escolas de samba do Brasil, onde eu acho que a turma daqui se inspira, juro. Precisam de ver a elegância e os modos requintados de James Fraser, tirado dos Highlands para a corte francesa. Voilà. Mais risadas. Mas, meus olhos gostavam do que viam.
No final da segunda temporada, Claire se vê grávida, e com James sempre às voltas com a justiça, voltam para a Escócia.
Como Claire vive no futuro, 1948, e eles estão em 1748, ela sabe que será travada uma guerra sangrenta, Culloden, onde milhares de escoceses serão dizimados. Charle I da Escócia reivindica o trono e James é partidário do Bonne Prince, chamado assim por ser muito bonito. Não é na série, kkkk. Então, trava-se esse combate entre escoceses e ingleses. Como Claire está grávida, James pede-lhe que vá para o futuro criar o filho. Ele a leva até as pedras, ela as toca e pronto, Boston.
Terceira temporada: James não morre em Culloden, nasce Brianna e Claire se forma em medicina em Boston. O que ela tira de letra, porque passou a primeira e a segunda temporada cuidando em tempo integral dos doentes do clã. Ela e Frank não são felizes porque ela não tira o belo James da cabeça, e nem eu tiraria. Cenas seguem em frente, mostrando a vida deles, a volta para a Escócia para um enterro de um velho amigo, recordações povoam a cabeça de nossa personagem, ela volta para os States, Frank morre, a história se desenvolvendo, ela conta para a filha sobre o pai. Desconfiança no início, mas o roteiro é firme e a história precisa ser contada. Com o aval da filha ela volta para a Escócia, toca nas pedras e volta once more.
James custou a se recuperar da guerra, e na volta de Claire ele é um tipógrafo conhecido no vilarejo. O reencontro é delicado, embora ele desmaie quando a vê, dou mais risadas, ah que bom se fosse assim, vai e volta, volta e vai, eles reatam e lá vamos nós. Ele continua procurado pela justiça, e como também se enveredou no comércio, pegam um barco para levar a mercadoria para o Caribe, e fugir da Escócia. Mais ação, muuita ação, tudo dando errado, vocês nem imaginam o que a autora inventou. Claire vai de um barco ao outro e mais não conto, foge do barco inglês, se jogando do convés com uma espécie de salva-vida da época, vai parar numa ilha, mordida por mosquitos e outras pragas, resgatado por um pastor maluco (sim, já existiam desvairados na época), longe de James, mas ela consegue encontrá-lo, porque o navio dele precisou de reparos, e a tripulação toda está na praia, e quando o reparo está pronto se lançam ao mar, justo no momento em que ela chega à praia. Suspense. Nossa heroína saca um espelhinho do bolso e contra o sol emite mensagens para o maridão. Ele percebe, vai de encontro a ela,e partem de novo para a Escócia. Só que o navio é acometido por uma tormenta, o barco vira, ela vai primeiro para as profundezas do mar, mas nosso herói red hair, se joga na água, a resgata, eu de novo sorrio, eles flutuam pelo oceano e eureka, vão dar em terra firme.
Claire está desacordada, ele não acredita em tamanho infortúnio, mas eis que ela abre os olhos, e vem um personagem saído do Mayflower e lhes comunica que estão na Georgia. America, folks, e termina a terceira temporada. Ainda em mais 2, a quarta e a quinta, já exibida nos States. Tá bom ou quer mais?
Aplaudo a série e super recomendo, um mergulho numa história fantasiosa em que apenas a história da Escócia se mostra real, o que já vale a pena também.