segunda-feira, dezembro 31, 2007
O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA
A CULPA É DO FIDEL
sábado, dezembro 15, 2007
MEUS OLHOS CASTANHOS
Foi hoje
Quanta alegria!
Que reencontrei
O brilho maroto
De meus olhos castanhos
Andava fugido
O danado
Num de repente
Passado e presente
Se olharam saudosos
Dizendo gracinhas
Relembrando-me estórias
E através do espelho
Riram baixinho
De minha surpresa
Foi tão bom
Reencontrar
O brilho maroto
De meus olhos castanhos!
terça-feira, dezembro 11, 2007
A VIDA DOS OUTROS
A CASA DE ALICE
O EDIFÍCIO YACOUBIAN
domingo, dezembro 02, 2007
TRAVESSURAS DA MENINA MÁ DE VARGAS LLOSA
quinta-feira, novembro 22, 2007
AS MORDOMIAS DO GOVERNO
AS VANS ALTERNATIVAS DE NITERÓI
quinta-feira, novembro 15, 2007
A TRILOGIA DE YASMINA KADRHA
CPMF
segunda-feira, novembro 12, 2007
ODEIO O CÉSAR MAIA
domingo, novembro 04, 2007
BERNARDO CARVALHO- NOVE NOITES
O IMPOSTO SINDICAL É UMA VERGONHA
sábado, novembro 03, 2007
A COPA DO MUNDO É NOSSA
domingo, outubro 28, 2007
PREFEITURA X TÚNEL REBOUÇAS
segunda-feira, outubro 15, 2007
HAIRPSRAY
terça-feira, outubro 02, 2007
INCÊNDIO NA UERJ
ENFIM, GUIMARÃES ROSA
domingo, setembro 16, 2007
POR QUE SERÁ QUE O RIO NÃO SE DESENVOLVE?
Leio que as favelas do Rio aumentaram em cinco anos. Todos sabem que o futuro da cidade está seriamente comprometido com a favelização em torno. Todos sabem também que o Estado Do Rio de Janeiro não arrecada impostos suficientes uma vez que as grandes indústrias saíram daqui. A conseqüência é gente sem emprego, sem possibilidades de ascender economicamente, violência exacerbada, falta de civilidade, e a lista é longa. E ainda temos César Maia, que criminosamente se omite nas edificações da Rocinha, e faz vista grossa para os problemas urbanos da cidade. Deputados populistas no pior sentido que essa palavra possa ter, incitam moradores de uma recém favela surgida no Rio das Pedras (acho) a não abandonarem seus casebres e a afrontarem as forças públicas do Estado, em prol, sinceramente não sei de quê. Já para ao norte, ou melhor, acima do Equador, Nova York se revitaliza. O setor imobiliário tem novo boom e a classe média está deixando Manhattan e ocupando espaço em bairros outrora considerados pobres. A divisão entre Uptown e Downtown também está desaparecendo e o sul e norte da ilha vão ficando parecidos. E bem verdade que depois do 11 de setembro muita coisa mudou. Lugares que eram conhecidos por abrigarem drogados estão dando lugar a moradia de estudantes, a economia é forte e há três moradores da ilha concorrendo para Presidente: Hilary Clinton , Obama e Giuliani. Só tem que dar certo.
A CHARRETE DA LEITURA
Que notícia mais alvissareira: no nordeste uma BRASILEIRA, Mônica Oliveira, professora da Escola Municipal João Francisco de Melo (Pernambuco, e imaginem a miséria de salário que deve ganhar) leva livros em cima de um jegue para a criançada, que mora no sertão, ler. A iniciativa está os motivando a escrever. Surgiram já pequenos poetas de dez e onze anos e uma menina que quer ser escritora. Ah, como fazem bem esses exemplos, num Brasil tão corrompido e injusto. Bravo Mônica.
quinta-feira, setembro 13, 2007
RENAN CALHEIROS, DÁ PRA ENTENDER?
segunda-feira, setembro 10, 2007
CENA VISTA DA JANELA
Estavam os dois na grande janela olhando o movimento da rua. Ela, senhora passada dos sessenta e ele um rapaz de não mais de vinte anos. Não eram parentes, não se conheciam, apenas resolveram desfrutar, quase que na mesma hora, a paisagem vista da janela, já que não tinham muito que fazer, naquele dia entediante de outubro.
O ar pesado prenunciava chuva. O calor fazia com que os passantes parassem para comprar água dos camelôs postados ali naquela esquina por onde passavam hordas de trabalhadores humildes. Carrocinhas de camarão fedorento, de milho, de cachorro quente empesteavam o ar. Homens sem camisa conversavam aos gritos e quando a bexiga incomodava, se aliviavam por ali mesmo. Ninguém ligava ninguém torcia o nariz. Os guardas municipais, em três na esquina, de costas para a bagunça, contavam os minutos para se apresentarem a corporação e irem para as suas casas em tempo de ver as novelas da Globo.
Silenciosos, a senhora e o rapaz continuavam olhando a rua. Tiveram a atenção despertada para dois meninos de rua, talvez quinze dezesseis anos, que acintosamente pediam dinheiro a todos que passavam por eles. Alguns davam outros não. Um deles, de modos efeminados, se requebrava todo e soltava gritinhos histéricos a cada trocado recebido. Juntos dividiam o camarão, o cachorro quente, o milho. A senhora e o rapaz continuaram mudos, mas os olhares convergidos para os dois pivetes. Os dois, depois de saciarem a fome, resolveram atravessar a grande avenida de quatro pistas. Foram se metendo entre os carros e só não foram atropelados por milagre. Continuaram vendo a cena, a senhora e o rapaz. A senhora resolveu falar:
- Que coisa, você viu? Não roubaram porque receberam uns trocados. Mas eu tenho certeza que assaltam, e com muita violência.
O rapaz concordou e perguntou, timidamente.
- O que a senhora acha que vai acontecer com eles?
- Vida longa, acho que não vão ter, não. Se não matarem a vítima serão mortos um dia pela própria polícia. Não vão durar muito não.
E a senhora e o rapaz olharam para a rua em tempo de ver os dois dançando na frente dos carros, alheios ao perigo, num mundo que só eles entendem como é.
sábado, setembro 01, 2007
LANÇAMENTO DE CONTO ENTRE CONTOS
ACIDENTE DE TREM
O BARRACO DOS SENADORES
domingo, agosto 26, 2007
LULA E A ELITE INTELECTUAL
sábado, agosto 25, 2007
A AMERICANA DO ARIZONA
Eu tinha vindo para o Brasil num programa do Peace Corps e me encantei pelo jeito simpático dos brasileiros. Trabalhei com famílias humildes em Minas e quando vim passar uns dias no Rio de Janeiro, fiquei de tal modo seduzido pela cidade rodeada de morros e praia, que decidi que aqui seria a minha nova terra. Eu era um texano bonito, cabelos e olhos negros e bastante namorador. Transitava entre os dois sexos e naquela época estava com Edward, um brazilianist de Boston que estava a mais tempo no Brasil do que eu. Conheci-o num coquetel na casa do cônsul americano. Passamos a noite inteira conversando e percebemos que tínhamos muito em comum. Nada mais natural que iniciássemos uma relação, que foi ficando cada vez mais forte à medida que nos conhecíamos melhor. O Rio de Janeiro sempre foi uma cidade liberal, mas tínhamos cuidado em não mostrar que éramos um casal. Edward também era um homem bonito: louro, musculoso, deixava as meninas bem assanhadas. E morria de rir com isso. Em qualquer lugar que fossemos fazíamos sucesso. Mas éramos fieis um ao outro.
Quando vi Nicole entrar na ampla sala, meu coração balançou. Edward percebeu e não gostou, mas eu não liguei. Fiquei petrificado pela sexualidade felina daquela americana do Arizona, alta, delgada, sem nenhuma maquiagem, descalça, num vestido transparente que lhe deixava as costas nuas. Levava flores no cabelo cacheado, que formavam uma moldura natural para um rosto singular de soberana beleza. Ela era simplesmente deslumbrante. Nunca havia visto uma mulher assim. E não usava nada debaixo daquela roupa tão diáfana. Olhamo-nos por um bom momento. Não resistindo a tantos encantos me aproximei. Começamos a dançar. Para falar a verdade não foi bem uma dança. Eu diria que foi um ritual - o prenúncio do ato sexual. Éramos dois animais se seduzindo, se medindo. Desejávamo-nos com premência e ardor. O tempo todo eu só pensava em como levá-la para a cama. Não demorou muito e fomos nos amar no quarto de Emily. Fiquei cativo de Nicole. Não a larguei mais durante os meses que passou no Brasil. Não havia lugar para mais ninguém. Nem para Edward. Depois de alguns meses, ela foi embora. Passei um tempo depressivo, com saudades, e faltou muito pouco para que eu pegasse um avião e fosse atrás dela. Mas o meu trabalho começava a dar frutos e era importante que eu ficasse aqui. Acomodei-me.
O fato de poder transitar entre os dois sexos sempre magoava quem estava comigo. Só tive um parceiro que entendeu isso bem. Foi Terezinha, mãe de meus filhos brasileiros. Edward nunca transou com uma mulher. Para ele aceitar Terezinha e a minha bissexualidade demoraram vários anos. Eu queria casar, ter filhos, e isso nunca passou pela cabeça de Edward. E para levar meu plano casamenteiro em frente, nos separamos sexualmente, mas ficamos amigos. Ele é padrinho de meu filho mais velho e com o tempo já se incorporou à minha família. É o tio Ed.
Estou casado com Terezinha há trinta anos. E sou muito feliz. Minha carreira se consolidou no Brasil. Sou um nome conhecido no meio educacional. Fundei um instituto com o meu nome. Promovo intercâmbio com estudantes brasileiros e americanos. Viajar pelo meu programa é sinal de prestígio e segurança.
O dia em que você me telefonou dizendo que era a filha de Nicole, tive o pressentimento de que havia mais alguma coisa a ser dita. Quando lhe vi no saguão do hotel, de longe percebi que o pai era eu. Cheguei à casa abalado pelo nosso encontro. Não foi fácil dizer para minha mulher que você existia. E quando juntei as forças e falei, foi um rebuliço sem tamanho. Terezinha, apesar de ser uma mulher a frente do seu tempo, não conseguia aceitar o fato. Chorava pelos cantos. Nossa vida ficou difícil por alguns meses. Ela me evitava, os filhos se dividiram. Queriam e não queriam lhe conhecer. Consolavam a mãe e se viravam contra mim. Uma relação parecida ao amor e ao ódio, como se você estivesse roubando de mim algo que pertencia só a eles. Vivi um verdadeiro inferno familiar. Demorou muito para que o seu nome fosse pronunciado sem traumas. Seus irmãos, hoje, acham legal ter uma irmã americana. Já ouvi minha filha menor, Luísa, se referir a você com muita simpatia. E isso foi uma conquista. A minha tristeza e não lhe ter visto crescer, como vi meus outros filhos. A emoção das primeiras palavras dos primeiros passos, isso é tão importante. É um vácuo que jamais será preenchido. Mas também não culpo Nicole, foi um desejo dela de criá-la sozinha. No fundo foi um ato de extremo egoísmo. Ela sabia que eu estava apaixonado. As coisas poderiam ter sido um desfecho diferente. Às vezes apenas uma palavra muda a trajetória de uma vida. E a minha poderia ter sido mudada, se eu soubesse que tínhamos gerado um filho.
AS AUTORIDADES CARIOCAS ESTÃO MELANDO
CRIANÇA
Foi muito rápido
:o susto
O segundo fragmentado
Em que o mundo parou
Senti a tragédia
Que se abatera
No meu ventre
Antes túmido de esperança
E agora murcho de dor
A boca aberta
O grito sufocado
O som parado no ar
Meu filho
Pobre anjo torto
Arremedo de gente
Olhava pra mim
Pedindo desculpas
Qual lâmina afiada
A dor lancinando meu peito
Peguei-o nos braços
E nos reconhecendo no infortúnio
Juramos um ao outro amor eterno
sábado, agosto 18, 2007
INSPIRADÍSSIMO JOSÉ MAYER
terça-feira, agosto 14, 2007
MILTON HATOUM E CINZAS DO ORIENTE
JOÃO GILBERTO NOLL- O CEGO E A DANÇARINA
sexta-feira, agosto 03, 2007
SOBRE VÔOS E PONTES
domingo, julho 29, 2007
CRÔNICA DE UM DOMINGO CHUVOSO
O dia amanhece gelado. Geladíssimo, em se tratando de uma cidade tropical. Minha garganta, de novo, dá sinal que precisa de cuidado, mas eu tenho que sair com o Rex. O cachorro precisa das caminhadas diárias, como eu também, para digerir as calorias em excesso, principalmente em dias como esse. Vestimos capas de chuva e lá fomos em direção ao Mundo Novo, de cujo ponto mais alto se tem uma vista deslumbrante de Botafogo. Eu ia pensando nas mudanças climáticas que ocorrem no planeta e no quanto isso vem afetando o clima. Amigos viajantes se queixando do calor em Praga e em Budapeste e gente morrendo de calor na França e na Espanha. Onde isso vai parar?Daqui a pouco vai nevar no Rio de Janeiro. Mas talvez isso não seja para a minha geração. Meus netos, quem sabe? Recolho os sacos plásticos que encontro pelo caminho e constato a sujeira que deixamos nas nossas calçadas.
O caminho é bonito e sem trânsito aos domingos. Subo a ladeira, observando as árvores e me deixando inebriar por um cheiro de eucalipto. Meu cachorro, em perfeita sintonia com o ambiente, vai ao meu lado sem puxar a coleira, cheirando e deixando rastro pelo calçamento irregular.
A comunidade é pobre, mas bastante limpa e ordeira. Vi pessoas varrendo a entrada de suas casas, nenhum papel ou lixo no chão, e o que mais me chamou a atenção foi a música, bem alta, não a ponto de incomodar o vizinho, mas bastante audível a quem passasse. Ouvi Bethânia e outros que não conheço. Canções que embalavam pessoas que acordavam que tomavam café ou, quem sabe, faziam amor? Com um tempo desses, ficar na cama é uma boa pedida. No meio do caminho uma espécie de coreto. Minha imaginação flui olhando a tosca construção. Bailes semanais, políticos fazendo promessas mirabolantes, casamentos? Um altar de uma santa qualquer cravada na rocha, também me chamou a atenção. Havia velas e alguns votos. A comunidade tem fé na santa. Num vão, entre o coreto e o altar, motocicletas adormecidas cobertas por uma lona. Várias, numa ordem de dar inveja. São dos moto-boys, moradores da comunidade. Ganham uma graninha subindo e descendo, faça sol ou chuva eles defendem o seu. Um senhor varreo coreto. Pergunto as horas. Surpreendo-me. Estou andando há bastante tempo. A chuva cai mais forte, intermitente. Cubro a cabeça e maldigo o tempo, a roupa já mostrando os resultados. Rex marcha impávido, senhor da calçada, alheio à chuva. Um cachorro late à sua passagem, do alto de um muro enorme. Grito pra ele. Rapaz, não te meta à besta, a altura é grande. Mas ele nem liga, os latidos são para o Rex, que olha pra cima e nem se digna a dar um latido sequer. Continuo a caminhada e paro numa clareira em que se avista a cidade. Que coisa mais linda. A névoa paira sobre o dia cinzento. Nem a chuva nem o frio tiram a beleza do que vejo. Mas todo o cuidado é pouco. Passos desavisados me levarão ao Santa Marta, que fica do ladinho. Mas que inveja de seus moradores pela vista que têm.
Volto em baixo de chuva. Espirro e começo a tossir. Nada de licor ou de conhaque. Me entupi de antibióticos e rezei pra que a gripe passe longe dessa vez.
CRÔNICA DE ANIVERSÁRIO
A tristeza de ontem se deveu a morte de um parente e ao acidente da TAM. Foi tão de repente que não me deu nem tempo nem de pensar. Só fui me lamentar e chorar horas mais tarde quando tudo já estava resolvido. Apesar de relativizar sobre a morte, a verdade é que quando ela chega nunca estou preparado para recebê-la, só o morto está. Nós todos ficamos à deriva, chorando e lamentando a perda da pessoa querida. E duvido quem não pense em si mesmo, ali naquele caixão, algum dia. Por isso não estava bem na antevéspera do meu aniversário.
Convalescendo de uma virose que me derrubou, tudo que eu queria era passar longe das comemorações de praxe. Mas quem resiste? O dia é par, redondo, o mês é de férias, e pra mim, iluminado. Lembrei-me dos meus amigos, gente que me acompanha há tanto tempo, lembrei também dos que já foram, e um calorzinho começou a esquentar o meu coração. Não comemorei no dia. Fiquei em casa, atendi os telefonemas, fui trabalhar e fiquei feliz. Nos dias subseqüentes vi meus amigos, uma amiga me ofereceu um jantar.
Trilho meu caminho com passos fortes, às vezes tropeço, caio, me levanto e sigo em frente. Adoro o dia do meu aniversário, sou bem sincera e acho que todo o mundo devia também adorar. Falo isso porque sei de gente que não gosta e passa ao largo. Posso estar sozinha, mas festejo com a alegria da criança que ainda habita em mim.
ANA PAULA MAIA E A GUERRA DOS BASTARDOS
Ana Paula é carioca e tem 30 anos. E é fantástica. Dona de um senhor estilo (li de um fôlego só )A Guerra dos Bastardos é altamente cinematográfico e fiquei pensando no que Quentin Tarantino faria com ele. O livro é sanguinolento com um desencadeamento de fatos surpreendentes. Mas a prosa de Ana Paula é tão boa que apesar das náuseas que o texto provoca, eu aplaudia a todo o momento a genialidade e o talento dessa escritora já tão pronta. Não recomendo o livro para estômagos fracos, mas pra quem aprecia o gênero, Ana Paula é opção A.
domingo, julho 15, 2007
Ó COMENTÁRIO DE CÉSAR MAIA SOBRE AS VAIAS AO PRESIDENTE LULA
quarta-feira, julho 11, 2007
UM HOMEM CHAMADO MARIA
terça-feira, julho 03, 2007
MINHA OPINIÃO SOBRE OS FATOS VIOLENTOS DE AGRESSÃO QUE OCORRERAM PELA CIDADE
segunda-feira, julho 02, 2007
NÃO TORÇO PARA O PAN E NEM VOTO NO CRISTO
A SENHORITA JÚLIA DE HEDA GABLERE FEDERICO GARCIA LORCA
domingo, julho 01, 2007
O DINHEIRINHO ABAIXO DO PANO NA BIBLIOTECA ESTADUAL
O PODER PARALELO NA BIBLIOTECA ESTADUAL
BICICLETAS EM PARIS
sexta-feira, junho 29, 2007
O BOOM DAS FAVELAS COMEÇOU NO GOVERNO BRIZOLA
VIVAS PARA O DR.ROMEU CÔRTES DOMINGUES
terça-feira, junho 26, 2007
O CERIMONIAL DO GOVERNADOR
Sérgio Mendonça de Barros Neto era um político ambicioso. Almejava a Presidência da República. Muito rico e sem escrúpulos, fazia qualquer aliança que lhe garantisse a permanência no poder. Não andava sem seguranças e fazia questão de ser onipresente. Num mesmo dia era fotografado numa missa em Salvador, à tarde almoçando em São Paulo e à noite numa festa no Rio de Janeiro.
- Ué, esse cara não trabalha?
- E você já viu político trabalhar?
- Político não trabalha, rouba, mer’irmão.
E o povo ria e bebia mais uma cervejinha que ninguém é de ferro e fazia o bolão para ver quem seria o campeão da Taça Nacional.
Barros Neto começou como prefeito de uma cidade do interior onde sua família mandava e desmandava. Casou-se com Georgiana, uma moça tão rica quanto ele, e cuja família reinava no município vizinho. Mas o sogro avisou:
- Na nossa família as mulheres não se divorciam. Ficam viúvas.
Com esta união Sérgio consolidou as alianças regionais, pautando seu caminho ao tão sonhado cargo de governador de estado.
Candidatou-se e foi eleito por uma margem ampla de votos. Não havia dúvidas: o povo o queria e ele não ia decepcioná-lo.
Antes de sua posse fez uma única exigência ao chefe do gabinete civil:
- Quero no meu cerimonial, mulheres lindas. Para serem cobiçadas e eu invejado. Não precisam ter muito preparo. Se duas ou três tiverem, já é o suficiente. Contrate duas ou três funcionárias de qualquer secretaria estadual, pra não dizerem que não favoreço a prata da casa.
E falou para a sua mulher:
- Se submeta a uma dieta rígida. Para caber num manequim 38. Vamos ser o casal mais bonito e invejado desse estado. Como Jack e Jackie Kennedy. As mulheres te invejarão e os homens gostariam de estar no meu lugar.
O chefe do gabinete civil e seus aspones (assessores de porra nenhuma) correram para contratar novas funcionárias. Choveu uma quantidade de filhas, sobrinhas de ministros, desembargadores, deputados, prefeitos do interior, todas loucas para ter uma ocupação remunerada e sem fazer muito esforço.
Finalmente foram escolhidas:
Cristiana- 22 anos. Filha de prefeito do interior.
Débora- 25 anos. Filha de desembargador.
Cátia- 23 anos. Filha da amante de um ex-governador. Trabalhou para o partido do namorado da mãe.
Marcilene- 30 anos. Amante de um ministro.
Eliane- 40 anos. Socialite, amiga da mulher do vice-governador.
Cilene- 50 anos. Funcionária de carreira. Auxiliar de serviços gerais. Encarregada do fax e do telefone.
Mônica- 34 anos. Funcionária de carreira. Psicóloga. Casada e sem filhos.
Clara- 30 anos. Funcionária de carreira. Professora com mestrado em literatura.
Gilvan- 40 anos. Funcionário de carreira. Pau pra toda a obra. Curso primário. Vários filhos de mulheres diferentes.
Supervisionando o cerimonial, um diplomata, indicado por um amigo de infância.
Barros Neto começou seu governo prometendo investir na educação, na saúde, no meio-ambiente, segurança, etc., o mesmo discurso de todos os seus antecessores e de seus sucessores. E já nos primeiros meses mostrava serviço. Era inauguração de estrada pavimentada para os prefeitos do partido; entrega de chaves de casas populares de quinta categoria; inauguração de hospital público de excelência, mas a festa era apenas no andar que estava pronto e mais nada seria construído até o fim do governo; programas assistencialistas em profusão, e mais almoços e cafés da manhã para os correligionários, amigos, amigas da primeira-dama, e muito blá-blá-blá.
Barros Neto se encantou platonicamente por Cátia. A morena era linda. Negros cabelos e olhos profundos. Conhecia o amante da mãe dela, e por conta dessa familiaridade cruzada, era um tanto paternal com a garota. Para tudo, ele mandava chamar a Cátia, até que resolveu colocá-la como sua secretária particular. Assim poderia vê-la todas as vezes que desejasse, sem que despertasse comentários maldosos.
Georgiana sentiu cheiro de pólvora no ar quando viu Cátia sentada na ante-sala do marido. Mas como tinha um pai cabra macho, achou que o marido não ousaria traí-la.
- Vai ser capado. Ele que se atreva.
As cerimonialetes aprenderam o essencial e se esmeravam. A rotina dos eventos não era do outro mundo, aliás, era sempre a mesma. Uma vez aprendida, tudo se tornava fácil e até bastante elementar. A preocupação maior era com a roupa. A batalha principal era ver quem estava mais bem-vestida e quem ia ganhar os beijinhos do governador. Próximas do poder, as brigas no ambiente de trabalho se sucediam. Qualquer coisa era motivo de briga. Brigavam até por banalidades. Mas a pior de todas era Clara. Moça enfezada e de perene mau-humor tinha um palavreado pior do que a mulher mais baixa da zona. Frustrada nas suas ambições literárias jogava toda a sua raiva nas colegas de trabalho. Era impossível conviver com ela quando estava atacada. E o pior é que era dia sim, dia não. O chefe não se conformava. Moça tão prendada, tão inteligente! Todo mundo escutava. Uma vergonha.
Cristiana apaixonou-se pelo chefe de segurança do governador, Romão, que era casado, depois que foi abandonada pelo noivo, sem maiores explicações. A mulher dele quando descobriu ligou para a primeira-dama e contou da traição do marido. Chorou, falou dos filhos e conseguiu emocionar dona Georgiana que exigiu do marido a exoneração da moça.
- Mas como, mulher, ficou doida? O pai dela é um grande aliado, como é que eu vou fazer?
- Fácil, manda ela de volta para a prefeitura do pai. Afinal, você é o governador, pode tudo. E Romão tem que sair também.
- Mas ele é competente, mulher.
- Dane-se. Ninguém é insubstituível, meu pai costuma dizer, a não ser no casamento, lembra?
Barros Neto frente à tão forte argumentação não duvidou. Substituiu Romão, que acabou se separando da mulher, perdeu o cargo e hoje está casado com Cristiana e com dois filhos. Voltaram para o interior. O sogro, prefeito, contratou-o para ser o chefe de sua segurança. E arranjou um empreguinho pra filha, com o salário maior do que quando ela trabalhava no cerimonial.
A cobra fumava quando o governador oferecia os banquetes Era uma disputa descabelada para saber quem ia tomar a frente de tudo. Ganhava por metros de dianteira a socialite Eliane. Mulher muito rica trabalhava para não entrar em depressão. Queria ser útil à sociedade de qualquer maneira. Um sentimento de culpa que carregou para sempre, que nem o trabalho do cerimonial amenizou.
Eliane preparava uma mesa como poucas. Contava com a ajuda de Flávia Helena, cujo buffet era o mais requisitado da cidade. Os banquetes do governador eram não só elogiados como fotografados para o país inteiro. Uma vez chegou até ser assunto uma revista americana. As cerimonialetes adoravam essas festas. Sentavam-se às mesas com os convidados, e disputavam em elegância e beleza com a primeira-dama os olhares dos homens presentes. E isso para Barros Neto era o que contava.
O problema maior era quando precisavam falar uma língua estrangeira. Ficavam mudas e o inglês de Miami não dava nem para começar. Quem salvava a situação era Clara, se não estivesse de mau-humor. Falava inglês, um pouco de francês e italiano. Eliane apesar de viajada, misturava inglês com espanhol, e era difícil entender o que ela dizia.
Débora era uma funcionária que se esforçava. Estava noiva de Roberto Alves cujo pai tinha uma das bancas de direito mais conceituadas na cidade. De inteligência mediana digitava bem, mas era incapaz de redigir qualquer coisa própria. Nunca havia trabalhado e no fundo se divertia com tarefas que nunca pensou que um dia faria. O dia que viu Guilherme Moreira, um dos seguranças do governador, quase desmaiou de emoção. O homem era um autêntico modelo de Calvin Kelin.
- Calvin Klein, Débora?
-É, Calvin Klein. Altíssimo, pernas adjetivas, olhos verdes de pantera. Eu quero aquele homem.
- Você é noiva. Cuidado, não vá por tudo a perder, dizia Cilene, a mais velha, a mais ponderada.
Investigou os horários do rapaz e descobriu que ele fazia tiro ao alvo às 14horas no estande de tiro. Pediu ao chefe uma dispensa e foi para lá aprender a atirar. Mas de nada adiantaram suas investidas. Guilherme Moreira namorava Marcilene, que já estava cheia de ser a segunda na vida do ministro. Ninguém sabia do namoro dos dois. Um dia, Marcilene apareceu grávida. Todos acharam que era do ministro, mas ninguém perguntou. Houve controvérsias, claro. Alguns acharam que era de Guilherme.
O governador quando viu a barriga de Marcilene ficou preocupado. Conhecia Rômulo de Albuquerque e sabia que se a mulher dele desconfiasse que um filho dele com outra mulher estava prestes a vir ao mundo a coisa ia estourar para o lado dele. Chamou Marcilene e perguntou:
- Esse filho é de Rômulo?
- Não, excelência, é de Guilherme Moreira.
O governador ficou felicíssimo, pois não gostava dos olhares que o rapaz dirigia à Cátia. “Se ele fez um filho em Marcilene é sinal que não está tão interessado em Cátia assim.” – pensou com seus botões.
Próxima de dar à luz, Marcilene pediu demissão e foi ter o filho no México. Seu amante, o ministro, morreu pensando que tinha um filho mexicano. Sustentou a criança enquanto viveu, e lhe deixou uma bela herança. Meses depois Guilherme pediu demissão e foi para o México. Casou-se com Marcilene. Viveram às custas da pensão do ministro.
Eliane saiu sem ninguém notar pela sua falta. Recebeu o pagamento durante alguns meses até que alguém se tocou que ela não aparecia no trabalho há meses. E então, não houve jeito, foi exonerada.
Enquanto isso, Gilvan, que desprestigiado pelas colegas pela pouca instrução e cheio dos ataques de TPM delas, escreveu um poema e anonimamente o distribuiu em todos os departamentos:
“Não eram todas
mas as moças daquele Cerimonial
não atendiam às exigências do cargo
Nem cultas, nem educadas,
muito menos raffinées
ao contrário eram
boas de briga
onde a língua afiada
batia mais que porrete de guarda
em bunda de malandro
O serviço exigia
cuidado, elegância, fidalguia
mas as cerimonialetes
não estavam nem aí
faziam tudo ao contrário
no susto e no breque
naquele gabinete
do Cerimonial”
Foi um Deus-nos-acuda. Quem escreveu? Causava espanto o uso de uma palavra em francês que poucos conheciam.
- Então, quem escreveu sabe francês.
- Clara sabe. Será que foi ela?
- Mas ela não é nada raffinée.
Nunca ficou esclarecido.
Gilvan entusiasmado com a repercussão de seu poema tomou coragem e meses depois já tinha um manuscrito pronto. Procurou editoras, não conseguiu nenhum retorno e então, resolveu bancar a publicação. Deu-se bem. Todos os secretários, funcionários e até o próprio governador compareceram e compraram o livro. Esgotou-se a publicação. Hoje já tem dois livros publicados e é considerado poeta de vanguarda. Saiu do cerimonial, enveredou-se pela política, elegendo-se vereador pelo seu município.
O governador fez um governo medíocre igual ao seu antecessor e provavelmente igual ao que fará o seu sucessor.
SOCIEDADE DOENTE
sexta-feira, junho 22, 2007
AS ESCADAS ROLANTES DO MERGULHÃO
terça-feira, junho 19, 2007
E NÃO É QUE A ELITE BRASILEIRA ETÁ AUMENTANDO SEUS SALÁRIOS SEM O MENOR CONSTRANGIMENTO?
sexta-feira, junho 15, 2007
A SUIÇA NÃO É AQUI
quinta-feira, junho 14, 2007
A DECLARAÇÃO DO TÉCNICO BERNARDINHO
sexta-feira, junho 01, 2007
CRÕNICA DO DIA- 1° de junho
Outra do César- Vai proibir o que já é proibido:
- cães sem coleira na praia do Flamengo
- bicicletas fora do rodovia.
O que falta são campanhas educativas em profusão para educar o carioca, que está se tornando a cada dia que passa mais mal educado, grosseiro e sujo.
Não gosto do César Maia.
quinta-feira, maio 31, 2007
FECHAR O CONGRESSO
terça-feira, maio 22, 2007
CORRUPÇÃO GENERALIZADA
sexta-feira, maio 18, 2007
quarta-feira, maio 16, 2007
CLODÕ, PARA OS ÍNTIMOS
NOTÍCIAS COMENTADAS
O Presidente Lula fez várias declarações. Vamos a elas:
- ABORTO- Como cidadão ele é contra. E vai mais além- afirma que nenhuma mulher é a favor.
- CPMF/DRU- ...todo mundo sabe, em são consciência, que o Estado não pode viver sem a CPMF e a DRU....
- Quero terminar o meu mandato na condição daqquele uqe os candidatos chamem para ir ao palanque, porque é duro você terminar um mandato e ninguém te chamar pra nada, as pessoas te esconderem, fingirem que você não é do partido, no citarem seu nome, não o convocarem para a televisão.
terça-feira, maio 15, 2007
LULA E O PAPA
sábado, maio 12, 2007
AUMENTOS SALARIAIS DOS PARLAMENTARES
domingo, maio 06, 2007
O IRMÃO
André
- Fedem, têm uma
- Gente, esse é o Samuel.
André olhou
-
A irmã fingiu
Samuel percebeu
-
O
A
- Passem
Sofia e Samuel
Os
- O nêguinho gosta de xoxota branca, é? Qual é a diferença entre uma xoxota negra e outra branca? Tu já viu como tu fede? Como é que a branquinha tem coragem de trepar com você? Me conta.
E enquanto falava, tapeava a face de Samuel, e dava chutes no corpo dele. O sangue escorria e dois dentes saltaram de sua boca ensangüentada. Sofia pedia pelo amor de deus, que parassem. Vomitava e sentia a urina deslizando pelas suas pernas. O bandido estava mórbido de prazer. Queria mais. Gritava e encurralava Samuel de encontro ao carro. Não satisfeito mandou-o arriar as calças. Enfiou o revólver até onde conseguiu. O prazer do algoz era tanto que o desgraçado babava de prazer. Um silêncio pesado sufocava os outros comparsas. Não era aquilo que tinham planejado. Sofia ajoelhada no chão duro do asfalto, chorava e rezava baixinho. Samuel curvado ao peso da calamidade e humilhação pelas quais havia passado tinha os olhos secos e uma dor profunda no coração. O bandido se aproximou de Sofia e disse baixinho.
- Vê se arranja outro namorado. Um branquinho igual a você.
Os olhares se cruzaram e ela vomitou em cima dele. Arrastou-se até o namorado, abraçou-o e simulou
- V’mo
Sofia e Samuel ficaram abraçados durante um tempo, as lágrimas e a dor se misturando. Um carro de polícia passou e os socorreu.
No dia seguinte, os celulares, e outros pertences roubados estavam intactos em cima da cama de Sofia.
sábado, abril 28, 2007
O PRESIDENTE LULA E A EDUCAÇÃO
segunda-feira, abril 23, 2007
EQUADOR- Miguel Sousa Tavares
E é seu livro de estréia. Imaginem o que poderá vir depois. Que venham.