quarta-feira, dezembro 23, 2009

A VIDA ÍNTIMA DE PIPPA LEE


O filme é ótimo e os atores dão banho. Pippa Lee é uma mulher de 50 anos casada com um editor bem sucedido, Alan Arkin, muitíssimo mais velho do que ela.  Quando conheceu Herb Lee, passava por uma fase de drogas e estava totalmente perdida. Viu nele, talvez, um porto seguro e no momento do filme, sua vida pessoal estava totalmente anulada, vivendo em função do marido que velho, requeria cuidados mais atentos. O roteiro tira proveito de vários ganchos e a trama prende a atenção o tempo todo. Robin Wright Penn está soberba. Sua fisionomia e forma de atuar mostram todas as emoções pelas quais o personagem dela está passando. A atriz que faz ela jovem, é uma das protagonistas de Gossip Girl, Blake Lively, é estupenda, e Keanu Reevers, já não tão jovem é sempre uma presença talentosa, apesar de seu personagem não dizer bem a que veio, pelo menos pra mim ficou no ar. E ainda tem Winona Ryder, e Juliana Moore. Juliana segue a linha de Meryl Streep e Lilia Cabral, se reinventam o tempo todo. Bem , o roteiro e a direção são de Rebecca Miller que é filha de Arthur Miller e mulher de Daniel Day-Lewis. Poderosa.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

ADORAVEL DESGRAÇADA


De Leilah Assumpção conheço FALA BAIXO SENÃO EU GRITO, que é uma peça ótima. Tive a oportunidade de ver outra- ADORÁVEL DESGRAÇADA, com Débora Duarte, direção de Otávio Muller. Também gostei. É muito gratificante ver um espetáculo de teatro legal. Débora Duarte é uma atriz de detalhes, sensível e histriônica na medida. Encarna uma solteirona que vive e revive suas memórias na solidão estupenda de sua existência. Fazer monólogo é muito difícil, o ator, atriz tem que ser muito bom para segurar o público. E é bem legal quando esses ator ou atriz já tem uma estrada bem longa, onde voz, expressão corporal, tudo, já é conhecido de seu público, o sucesso é certo. Lembro da Débora de várias fases: do filho com Gracindo Jr, da paixão por Antonio  Marcos em cores na televisão durante um programa onde os dois eram entrevistados, do nascimento de Paloma e do triste relacionamento com Marcelo Ibraim. Muito bom essa retomada, vê-la em cena fechou meu domingo com chave de ouro.

BENOÎTRE GROULT


Benoître Groult é uma escritora francesa, famosa, e quando escreveu esse livro tinha 80 anos. Conheço pouco da atual literatura francesa, e foi com muito prazer que me deixei levar pela beleza de sua prosa. O livro trata da existência, da vida,e é fantástico como a trama se desenrola. O livro me tocou porque quando ela fala de sua personagem principal, um autora que vai envelhecendo, com as perdas do marido, da irmã, vendo o envelhecimento dos filhos, enfim, ela vai tocando nos nossos medos, nas nossas inseguranças, coisas que percebo que entre nós não falamos, porque a moda é estar em alto astral, como se esses tópicos não existissem. Fica feio falar da tristeza, a gente sempre tem que estar bem para não atrair energia ruim. Acho graça. Tenho amigos que me surpreendem, estão sempre ótimos, o que duvido mesmo porque sei que são pessoas que sofrem com problemas no casamento, com a carreira, com a dificuldade real do envelhecimento, da  morte que se aproxima, mas ninguém fala. Apenas uma amiga convesou comigo. Falamos da solidão do envelhecimento e ela me perguntou o que eu faria quando estivesse muito velha pra viver sozinha. Respondi-lhe que se não pudesse ficar na minha casa iria para uma clínica geriátrica. Claro que ficamos pensativas e uma nuvem de tristeza pairou no ar, mas a realidade é essa e temos que enfrentar. Quando terminei de ler fiquei bem triste, reflexiva, mas confesso que a cada dia entendo melhor a chegada da finitude. O livro é belo, sensível e só podia ter sido escrito por uma mulher que já passou dos sessenta anos.

domingo, dezembro 20, 2009

ADEUS A ANTONIO CARLOS


Meu amigo fez a passagem, completou seu ciclo neste planeta e espero que quando acordar encontre a paz eterna. Em fevereiro sua prima lhe fez uma festa surpresa e eu me ofereci e fiz um risoto. Todos os seus amigos levaram doces, presentes, e salgados. Foi um jantar com muito amor e afeto, não sabíamos que estávamos celebrando seu último ano entre nós. A minha eterna saudade por ter convivido com um amigo tão bom, tão leal e tão presente.

ABRAZOS ROTOS


Almodóvar é um diretor que guardo no coração. Está cada vez melhor e tem um conhecimento da linguagem cimetagográfica que, a mim, me deixa sem folego. Abrazos rotos é excelente, tem planos magníficos, uma direção cuidadosa de atores, Penelope Cruz está cada vez mais espetacular,  e a história é super bem contada. O filme tem tudo de bom: fotografia, cenários, figurinos, atores, histórias.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

GLORIA PIRES


Foi com muito prazer que vi a entrevista de Glória Pires no Marília Gabriela Entrevista. Quanta diferença para a última entrevista da atriz quando quase por monossílabos ia respondendo as perguntas e se recusava, na época, a mencionar o nome de Fábio Junior. Adoro a atriz, tenho um carinho grande por ela,  acompanhei bem de perto toda a sua trajetória ( eu e todo mundo) e revê-la agora, madura , aos 46 anos, segura e tão centrada, faz bem a qualquer pessoa. E, inclusive, citou o nome do ex-marido, numa boa. Glória emana uma energia positiva, e é perto de gente assim que todos gostariam de ficar. Glória Pires é uma vencedora, e o fato de ser tão conhecida, com certeza, lhe privou dessa banalidade prosaica que é o dia-a-dia de qualquer cidadão na cidade onde mora. Morando em Paris ela desfruta do que aqui sempre lhe foi difícil, e dá muito valor a essa conquista. E foi assim tão simples falando de coisas tão simples que a entrevista discorreu. Marília intervendo pouco, me lembrou Lilia Cabral, outra gigante da interpretação e simples na alma. Falou também de como se aproxima de seus personagens. A fala mansa, calma, baixa, sem floreios, foi mostrando como era fácil interpretar. Pra ela, naturalmente. Enfim, uma palestra gostosa de uma pessoa de bem com a vida, atriz famosa que não precisa de nenhum artifício para parecer melhor, mais bonita ou mais gostosa. Quanta diferença para as Julianas Alves e Deboras Seccos da vida. Salve a maturidade, Glória.

domingo, dezembro 13, 2009

GERAÇÃO TRIANON


O texto é de Anamaria Nunes e aborda o que foi o teatro brasileiro na década de 1920-30. O Teatro Trianon realmente existiu, e era um local com platéia, balcões simples e nobres, galeria, onde eram levados espetáculos de autores brasileiros a um público numeroso e fiel aos seus ídolos. Os textos abordavam assuntos do cotidiano num  tom farsesco e doses exatas de malícia. Os textos políticos era proibidos.
Na atual montagem são 14 atores em cena, um figurino lindo e muito talento na Casa de Ipanema. O espetáculo narra a história de um empresário de uma companhia de teatro, cuja companhia  passa por problemas financeiros. Achando que vai resolver o problema joga as fichas no talento de um jovem dramaturgo, que às pressas, escreve um texto que acaba sendo um sucesso retumbante. Morri de rir, tive até vergonha porque gargalhava mesmo, mas a plátéia me acompanhava, por isso relaxei e me deixei levar pelo riso. Muito bom. Há momentos de pura inspiração, tanto de direção quanto de atuação e fora os nomes dos personagens: Almeidinha, Esse Menino.. Um recurso fantástico que se usou para as cenas em que o "ponto" atuava, é de rolar de rir. Acho que foi aí que fiquei com medo de dar vexame. Ah, e essa delícia teve a direção de Luiz Antonio Pilar e Cristina Bethencourt. A peça fica até semana que vem na Casa de Teatro Lauro Alvim.
































































































sexta-feira, dezembro 11, 2009

O CIRCO BRASILEIRO

Os partidos políticos brasileiros agem de forma vergonhosa. Roubam descaradamente, fazem política com maços de dinheiro escondidos em cuecas e meias, mentem, olha aí essa merda carioca, Eduardo Paes dando força para mais uma taxa a ser paga pelos idiotas, quando ele mesmo disse que no governo dele não haveria   cobrança de taxas extras. Todos são uns merdas, cafajestes e agora o presidente, numa fase de deslumbramento e arrogância, anda a falar palavrão. O povo gosta, né não, filho de dona Lindu.
Servidores da Câmara terão 33% de aumento, enquanto isso os aposentados vão receber 6%. Merda!

quinta-feira, dezembro 10, 2009

A NOVA CONTA DA LUZ

Numa sessão única os vereadores cafagestes dessa cidade decidiram que o povo, no ano que vem, vai pagar uma taxa que vai de R$2 a 90, pela iluminação pública. Acho isso muito indecente, porque não vão atrás dos moradores que teem ligações clandestinas? aposto que se corressem atrás nós não entraríamos no preju. Como é caro morar no Brasil, e o que recebemos in return é tão pouco, só pra citar um item, a dificuldade de ir e vir e não ser assaltado, atropelado ou morrer.

ALÉM DA PRIMAVERA


Gosto muito de Luciana Braga. Vi alguns trabalhos seus na televisão e no teatro. É linda e bastante talentosa. Seu último trabalho no simpático teatro do Planetário é uma delícia. O texto e a direção é de Flávio Marinho e o espetáculo ainda conta com a participação de Luciano Borges. É um monológo onde o personagem vai rememorando cenas de sua vida com o marido recentemente morto. O cenário é clean e de muito bom gosto num espaço tão pequeno, e a luz é de uma simplicidade elegante. Ver Luciana contar os fatos, fazendo a platéia rir, cúmplice e deliciada já vale uma ida ao teatro. O final é ótimo e fecha bem o texto enxuto.

AS CHUVAS DE DEZEMBRO

Ruas alagadas, trânsito caótico, bueiros entupidos, a cidade continua a mesma. Esse novo prefeito mostra como sua gestão se assemelha as anteriores. Seu choque de ordem é pra inglês ver. Não existe vontade política real de mudar tudo que está errado nesta cidade. É muita coisa e vai dar trabalho. Fico pasma com a desordem urbana, com o trânsito cada vez mais caótico, com a falta de inteligência e presteza dos guardas municipais, com o abandono das praças, com a sujeira indecente das ruas e com o povão urinando e defecando everywhere. Este último item motivo de várias reportagens no início do ano, e até agora a prefeitura nem cogitou de abrir licitação para a construção de banheiros públicos. Isto pra citar porque eu disse que esse desgraçado joga pra platéia. Foi eleito com a cumplicidade de Sérgio Cabral que mudou a data da eleição para um dia próximo a um feriadão quando muita gente estaria fora da cidade. E como nós não estamos habituados a nos posicionar como cidadãos exigentes com mudanças, levamos a pior.

O FILHO DE DONA LINDU

Merval Pereira fez uma excelente crítica ao filme de Fábio Barreto. Pelo que li anteriormente é um filme maniqueísta, onde fatos importantes da vida de Luís Inácio foram omitidos,enfim um filme onde a mãe é a virgem maria encarnada e o filho um primor de criança, adolescente e coisa e tal. Não há crises de adolescência, muito menos existenciais. E vai entrar no circuito em ano eleitoral. Não vou ver o filme.

OS MORADORES DE IPANEMA E O REVEILLON

Pois é, os moradores de Ipanema não querem festa de reveillon. Assino embaixo. Gosto desses movimentos em que a turma se une e faz valer os seus direitos. Ipanema não comporta milhões de pessoas, e me pergunto se Copacabana comporta. O prefeito não fez pesquisa pra saber o que os moradores do bairro acham. Pão e circo para o povo, depois soltem as feras.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

ACONTECEU EM WOODSTOCK

Finalmente consegui ver o filme, e gostei bastante. É a primeira incursão hollywoodiana de Ang Lee, um diretor que adoro. O genial é que parece um documentário em algumas vezes, e os personagens são tão criveis que parecer ter emergido mesmo do passado. Incrível. O filme mostra como a vida numa pacata cidade muda quando o festival de música vai parar lá. O clima é revivido pela ótima fotografia e a certeza de que aquela gente do peace and love and flowers in your hair mudaram o estilo e a cabeça de uma geração.

A PROVA DE FOGO


O texto é de Consuelo de Castro e a direção de Vera Fajardo. Ficou em cartaz quatro quartas-feiras na Casa da Gávea e existe a possibilidade de uma temporada no início de 2010 às quintas-feiras. Participei um pouquinho desse grupo e fiquei encantada com a turminha que ensaiva sob a batuta da Vera. No programa estou citada como assistente de direção, todavia confesso que fiz muito pouco. Quando a Vera me chamou o espetáculo estava de pé precisando apenas de uns acertos aqui e acolá. Mas fiquei muito feliz de estar com ela e com eles.
O que Consuelo fala no seu belíssimo e forte texto, eu vivi cada momento. É uma parte da história da minha geração: a ocupação do prédio da USP às vésperas da promulgação do AI-5. Um bando de estudantes ingênuos e idealistas achavam que podiam resistir e chamar a atenção da sociedade e do governo para as mudanças que tinham na cabeça para um Brasil melhor. E a turminha no palco encarna com talento, vivacidade e emoção aquilo que nos vivemos quarenta anos atrás. Ôpa, tudo isso, já?
O elenco brilha, cada um tem seu momento muito especial, e não posso deixar de citar um, pelo menos, que me emociona, sempre, que o vejo no palco, com sua voz peculiar e sua  beleza poderosa: Igor Vogas. Me foi dito que o personagem dele foi calcado no Zé Dirceu. E ele parece o Dirceu, olha que coisa. A música de Pedro Logän é ótima, além de ótimo ator o danado é um músico e compositor de primeira, e a trilha sonora escolhida pela Vera, aliás sempre de um bom gosto ímpar. Foi escolha dela a trilha sonora da peça em que atuou: A Tartaruga de Darwin. Falar da direção da Vera é um capítulo a parte. Dedicada, meiga e nada autoritária levou aquele elenco na palma da mão e fez uma direção segura e competente. Devia se dedicar também a isso.
Encabeçado por Igor Vogas, Mariela Figueiredo, Maria Ana Caxe, Lucas Gutierrez, Daniel Lopes, Camila Moreira, Kalisley Rosinski, Victor Gorgulho, Renan Mattos e Pedro Logän são nomes, que com certeza, vão brilhar por aí.
A gente sai do espetáculo sob forte impacto. Valeu a pena.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

RUDOLF GUILIANI

Finalmente Rudolf Guiliani vai ensinar as otoridades desse rincão tropical alguns princíoos básicos da tolerância zero. Guiliani para governador, está lançada a candidatura!!!! Vamos torcer, moçada.