quarta-feira, novembro 26, 2008

ATÉ TU, BRUTUS EDUARDO PAES

Não dá pra acreditar. Cristina Jefferson vai fazer parte do secretariado de Eduardo Paes. É de doer.

terça-feira, novembro 25, 2008

LUIS ALBERTO MENDES- TESÃO E PRAZER

Ganhei o livro de presente do meu amigo Iran. Fiquei curiosa: o cara é presidiário, 74 anos de pena para cumprir e já está no segundo livro, que fala de tesão e prazer. Pra encurtar, li o livro em dois dias. Prosa boa e é sexo, tesão e prazer o tempo todo. Não cai na vulgaridade, e lá vai ele contando seus casos.
O autor vem de família pobre, desestruturada, e aos dez anos já ficava de pau duro e louco pra conhecer os mistérios do sexo. E lá vai ele contando. Passam meninos, meninas, mulheres, homens, e ele na sua busca incessante de tesão e prazer. Curioso e é mesmo muito interessante. Mereceu ser editado.
Sua vida também é digna de elogio, procurou estudar, e se dedica a ajudar aos outros, academicamente falando.Louvável.
Envolveu-se com mulheres que quiseram conhecê-lo e foram à prisão. Transavam e ele sempre no tesão e prazer. Que coisa esse tipo de mulher que gosta de bandido, pra mim é um mistério. E as mulheres não eram qualquer uma, eram pessoas de nível. Pois é, se tiverem curiosidade, comprem o livro, a experiência dele é única.

VICKY CHRISTINA BARCELONA

Woody Allen rides again, e eu me delicio de prazer. É sempre uma gostosura entrar no mundo woodyano. A trama do filme é ótima , como sempre, e ainda por cima em Barcelona. E a presença de Barden e Penélope Cruz ( como é que ela conseguiu ficar com Tom Cruise? Ela é muito européia pra aquela rapazito tão bobinho apesar de tão riquinho) arrasadoras. A vida arma certas arapucas e a gente nunca sabe até onde é capaz de ir, e quando vai se espanta e não quer outra coisa. Parece que a mente abre, sei lá. O encontro do pintor (Barden) com as americanas é de rolar de rir, e o próprio desenrolar da trama, com direito a uma vulcânica Penélope num ménage à trois, é de destroçar a cabeça de americanos arrumadinhos (Vicky e seu noivo). O filme é uma ótima aventura com prazo para acabar. As americanas voltam para os Estados Unidos e seguem a sua vida, com certeza modificada depois da aventura espanhola. Excelente.

MENINO DE ENGENHO- Graciliano Ramos

A gente aprende muita coisa errada na escola. Apesar de ter estudado num ótimo colégio, reconheço que a metodologia educacional não prima pela originalidade, muito menos pela criatividade. Por isso admiro escolas como a Ogá Mitá.
Nas aulas de literatura estudávamos as escolas literárias e eu sabia o nome de autores brasileiros e o nome de seus romances, mas não tinha muita maturidade para absorver o que lia. Claro que José de Alencar era fácil, o pior era Machado de Assis, que só décadas depois pude apreciar como il faut e hoje sou deslumbrada com ele. Isso é para falar de Menino de Engenho. Que verdadeira delícia entrar pelos mistérios daquela zona tão pouco familiar pelo olhar do menino. Leitura amena, elegante como um bico de pena a deslizar pela brancura de uma folha de papel. No entanto já não consegui ler Caetés do mesmo autor. Vá a gente entender os mistérios da literatura.

quarta-feira, novembro 19, 2008

O CHAPÉU

Foi a primeira coisa que viu. Antes de ver o homem viu o chapéu. Das histórias da cidade, houve uma época, de fato, em que as pessoas usavam chapéu. Homens e mulheres. Era chique. A elegância feminina se completava com luvas e meias de seda. Para ela, tudo isso era um horror. Não se imaginava vivendo naquele tempo. A cidade é quente, o verão africano,e quanto menos roupa melhor. Imagine só, luvas e meias de seda!

O cara era jovem, agora ela olhava o homem, o chapéu misteriosamente fazendo uma certa sombra no seu semblante, não era feio o tipo. Ele notou o interesse dela, e sorriu, e ela sorriu de volta. Ele se aproximou e começaram a conversar. Descobriram que moravam próximos. Trocaram números de telefones e ficaram de se encontrar breve. Ela torceu para que no encontro ele não fosse de chapéu.

No dia seguinte ela esperou o telefonema. Não veio. Ela não quis ligar. Talvez por conta do chapéu, ele fosse um cara das antigas e ela não queria se mostrar oferecida.

Três dias depois, falaram-se e combinaram um encontro- pra dali a alguns minutos. Ele morava próximo, num pé estava na casa dela.

Viu o chapéu se aproximando e se sentiu incomodada. Por que ele insistia tanto no chapéu? Vai ver é calvo, tem piolho ou já tem cabelo branco e quer esconder. Descobriu que era puro charme e que ele gostava bastante de usar. Ela achou que o relacionamento não ia dar certo. Tinha medo do diferente, para ela o legal era todo mundo mais ou menos igual, no mesmo padrão.

Ele lhe contou uma história triste. Apesar de estar com vinte e quatro anos, era viúvo. A mulher morrera num incêndio, grávida, há dois anos, e ele ainda estava perdido. Ela ficou embatucada. O cara usava chapéu, passara por um trauma violento, não podia dar certo. Ele falava da falecida, mas fazia carinhos nela. Que estranho, será assim mesmo? Beijaram-se, ele se despediu e ficaram de se ver novamente.

O romance foi suave. Ele era carinhoso, atencioso, a chatice era que agora começara a falar da cunhada, que tinha a idade dela e era a cara da falecida. E continuava a usar chapéu. Tinha vários. E ela continuava a implicar com esse hábito, do século passado, da época de seu avô.

Ele era um partidão e ela sentiu que se fizesse uma pressãozinha poderiam se casar. Ela queria muito um marido, qualquer um. Ele queria uma mulher. Só que estava na dúvida, entre ela e a cunhada. A batalha era desigual. A cunhada exercia certo poder sobre ele. E ela não sabia até que ponto ele se entregava aos encantos da outra. Virou o jogo. Conheceu o irmão mais novo dele, numa festa de rua. Os dois estavam juntos e ele apresentou. O irmão foi super simpático, mais jovem do que ela, e bem bonitão. E não usava chapéu.

Resolveu usar o irmão num plano maquiavélico que começou a elaborar ali mesmo, por puro ciúme, porque sabia que o namorado ia para a fazenda e conseqüentemente se encontraria com a famigerada cunhada. Jogou charme e seduziu o rapaz. O namorado viu, sorriu, não deu muita bola, enfiou o chapéu, deu um beijo de despedida e foi-se embora.

Nas semanas seguintes ela saiu com o irmão mais novo, que não usava chapéu, mas em compensação um perfume fortíssimo, que lhe trazia enjôo. Fez um exame de consciência e viu que a parada estava perdida. O outro não se decidia, ela não queria esperar, e esse usava e abusava de perfume, o que ela já não estava agüentando, além de não ser um partidão como o irmão.

Os anos se passaram, ela se casou, se separou, e um dia o viu, sem chapéu, e percebeu que a cabeça era horrorosa. Ah, era por isso que usava chapéu. Cabisbaixo, segura o cotovelo de uma mulher. Seria a cunhada? Fingiu que não viu, passou batida.

ILEGAL E DAÍ?

Passo a toda a hora em frente a FACHA. É caminho da academia, da casa da amiga e de mil outras coisas. Corta-se o caminho, embora eu deteste caminhar pela Muniz Barreto por causa das fezes nas calçadas, e mendigos esperando a sopa da dona Zoé. Mas hoje foi incrível o abuso que impera nessa cidade. Alunos da FACHA colocaram mesinhas e cadeiras na calçada, armaram uma tenda e se serviam de petiscos e cerveja tiradas de um capô de um carro estacionado em área proibida e fizeram a festa. A alguns passos um guardete municipal conversava animadamente com um qualquer.

quinta-feira, novembro 06, 2008

POLICIAMENTO OSTENSIVO

Uma autoridade carioca declara no jornal que a Guarda Municipal vai estender o horário de trabalho, até as 19 horas. É pra rir, né não?Acorda gente. A Guarda Municipal e a PM têm que estar o tempo todo na rua. É inacreditável que as autoridades não se dêem conta disso. É assim em qualquer parte do mundo. Aqui é notícia de primeira página. Pra mostrar trabalho. Que tristeza.

BARACK OBAMA

A vitória de Barack Obama me lembrou a festa para Lula. Na época, estava em Salvador e foi impossível ficar indiferente à festa que tomou conta do país. Era a esperança forte batendo no peito, mas hoje em dia aquele ardor patriótico se esvaiu na fumaça. Reconheço que ali se fez história, mas nosso presidente não tem dimensão de estadista, mente o tempo todo, apoiou o Severino nas últimas eleições e fala coisas inoportunas para um presidente. E sem falar na altíssima corrupção e na falta de postura dos componentes do PT. Mas reconheço que o país avançou, mas poderia ter avançado muito mais.
Ontem, a história de novo se fez com Barack Obama. O príncipe negro, de carisma transbordante, olhos de águia e discurso afinadíssimo na ponta da língua. O povo americano está de parabéns, deu uma tremenda aula de democracia. O mundo todo se emocionou,e a festa rolou de norte a sul, de leste a oeste. Rostos de várias cores, sorrisos em profusão e muita gente chorando. Obama quando aparece, eclipsa o que estiver do lado. A família é bonita, ele beija a mulher, diz que a ama, ela responde também dizendo que o ama, meus olhos ficam emocionados e torço para que ele faça um bom governo. O Mundo precisa de um líder, e é muito legal que seja aquele príncipe de ébano com um pé no Quênia, não é o máximo?
Espero que por aqui se aprenda a lição, que começou com a classe e a elegância de GABEIRA.

terça-feira, novembro 04, 2008

DENÚNCIA

Exercer a denúncia para o bem da coletividade é sempre muito bom. Um dia desses, no O Globo, um leitor denunciou o estacionamento abusivo de carros de funcionários públicos dentro do Campo de Santana. Louvável que o jornal tenha aberto essa pauta e publicado com fotos, no dia seguinte, a frota dos barnabés públicos. É estarrecedor a resposta que as pessoas responsáveis dão para abusos desse tipo. "Não há cláusulas que impeçam o estacionamento," e blá-blá-blá. Não há bom senso e mostra como nós nessa cidade fazemos o que queremos. O carioca que sempre foi anárquico está piorando, pois agora não respeita mais nada e faz o que quer. Haja visto como se encontra a cidade.

sábado, novembro 01, 2008

SISTEMA PENAL BRASILEIRO

Não sei porquê a demora secular em se mudar o sistema penal brasileiro. Não consigo entender porquê não temos prisão perpétua para crimes hediondos. Não consigo entender como presos enjaulados em presidios fora do Rio comandam ações criminosas na cidade. Não consigo entender porquê não houve uma limpa na Polícia Militar, na Civil, na Federal, na Alerj, na Câmara dos Vereadores, no Senado. Lugar de criminosos é na cadeia. Não consigo entender prisão especial para quem tem nível superior. Não consigo entender como prisões de segurança máxima apresentam falhas de segurança. Não consigo entender o porquê de tanto riso estampado na cara do governador Cabral quando a cidade continua violenta, insegura e pessoas continuam morrendo como água e não se vê policiamento ostensivo em lugar algum.