Uma amiga que também trabalha no Estado viu o comentário como deboche, já eu acho que não.
O senhor com tantos anos de estrada, tendo já passado por tanta coisa, não se prestaria a isso -debochar dessa turma que vê o seu salário postergado para além do razoável, com compromissos a serem pagos em datas precisas, enquanto os doutores juízes recebem no dia certinho, não é caso para deboche. Um descalabro, falta total de respeito, concorda? Já sei, o governo precisa dos pareceres de Suas Excelências, por isso o salário é depositado direitinho, é isso? Acertei?
O senhor é um político hábil, que passou galhardamente por todas as instâncias da política e que agora talvez nunca tenha se deparado com esta situação emergencial e desesperadora para nós, os barnabés do Excecutivo e Legislativo - só uma pergunta: a turminha da Casa Civil, Cerimonial, etc, também está na situação em que se encontra o resto da patuleia, ou eles também são exceção? Governador Dornelles aproveite esta chance única para passar para a história. Pense nisso e por isso, me disponho a colaborar, com todo o prazer e dignidade que ainda possuo, para ajudá-lo, afinal trabalhei para o Estado, sou concursada e sei direitinho como tudo funciona. O senhor não tem muito tempo e trabalhando com vontade, aceitando nossas sugestões, quem sabe?
1- Comece pelos cargos comissionados. Corte com prazer, e sem dó nem piedade. Essa turma pode muito bem trabalhar na iniciativa privada, SE FOREM QUALIFICADOS, será que são? Sei não, se fossem, estariam trabalhando no serviço público? Aí entra sempre uma dúvida que me assalta. Essa turminha é muito bem apadrinhada, sabe como é, partidos impõem seus afilhados, é uma merda, mas o senhor tem a chave e o queijo na mão. Acabe com isso, enxugue as secretarias, vai ver que tem gente demais , a maior parte extra quadro. E convenhamos, o senhor acha mesmo que tem tanto trabalho assim? Tenho certeza que não. Vai sobrar dinheiro, o senhor há de ver. Lembro-me que o finado Conde trouxe com ele uma turminha da Oi que até hoje enche a sala da secretaria de cultura, por exemplo.
2- E por falar em Secretaria de Cultura, faça a mudança do andar inteiro. O prédio é chique, caro, um desperdício de dinheiro a toda prova. Corte o cafezinho na mesa. A turma precisa se levantar da cadeira, tem uma máquina espetacular que oferece chocolate, capuccino, expresso, pra quê a servente passar com cafezinho? Mude-se para outro prédio mas de acordo com a falência do Estado, e não se esqueça de ir cortando cabeças pelo caminho. O senhor tem 81 anos, raposa velha, sabe que isso é sinal de que o Estado preza seus concursados, e não os afilhados políticos desses partidos de merda que andam por aí.
3- Pezão, aliás o senhor vai achar engraçado, mas um amigo o apelidou de Xulézão, mas fica aqui entre nó, não fale pra ele, ele pode se melindrar, não sabe governar, até o senhor falou a respeito, li no jornal O Globo naquela entrevista que o senhor deu no dia em que assumiu a governabilidade deste Estado. Então, primeiro ele precisa ser punido, concorda? Sei que não vai ser o senhor a fazer isso, longe de mim querer pressioná-lo, a FASP está tentando e dou a maior força. Ele errou feio, como aquela senhora do planalto, são dois incompetentes no trato da gestão pública, e tem que pagar de alguma maneira. Espero que ele fique bastante tempo no hospital e que o senhor dê jeito naquilo que ele nunca conseguiu.
4- E tem que cortar secretarias, fundir. Li que algumas fundações foram extintas, mas, é mesmo muito engraçado, os comissionados ficaram. Quando eu digo, largar o osso é difícil, concorda? Corte mais, mande publicar no jornal, queremos ver o que realmente está sendo feito.
5- O Estado do Rio de Janeiro nunca foi uma maravilha. Pra falar a verdade, só investiram na Educação na época de Darcy, um homem extraordinário, mas foi sair o Brizola, entrar o Marcelo Alencar, que os CIEPS mudaram de rumo. Aliás o Marcelo fez tanto mal para o servidor que acabou mal os seus dias. Aqui entre nós, o senhor não acha que os servidores fizeram um trabalhinho para o Pezão? Eu não creio em bruxas mas que las hay, si, com certeza.
6- Envergonho-me de falar na Saúde. Talvez precisemos dos Médicos Sem Fronteiras para atuar por aqui. Eles têm um método super legal de trabalho, o senhor poderia entrar em contato com eles. Aliás quando eu morrer pretendo beneficiar esta super organização. Pense nisso, governador Dornelles.
7- Sou um pouquinho mais jovem que o senhor, mas também em linha final de jornada. Gostaria muito de terminar meus dias recebendo direitinho, no primeiro dia útil do mês, assim como aquelas Excelências, e quem sabe alguns aumentos salariais, apenas para manter a minha dignidade. Aliás é o que todos queremos. Dignidade e respeito.
Espero que senhor leve em consideração o conteúdo nessas linhas tão bem alinhadas.