sexta-feira, fevereiro 27, 2009

MILK DE PENN E VAN SANT

O que mais me intriga nos EUA é a quantidade de preconceitos arraigados no povo. Virgem , que a tal moral vitoriana era um atraso, mas mesmo assim eles overcame. As mulheres se organizaram e conquistaram o direito de voto; Martin Luther King e seu abençado I have a dream mobilizou toda a comunidade americana para a conquista de direitos civis, e o resultado está aí, Barack Hussein Obama presidente dos Estados Unidos da América. Também os homossexuais tiveram sua luta contra a violência e bestialidade da polícia e da sociedade americana, e que pela batuta de Van Sant e com o talento e a inspiração de Sean Penn foi retratada em Milk.
Adoro conhecer e ler, ou ver, estórias sobre pessoas que se destacam em movimentos que beneficiam a humanidade. São exemplos que não morrem jamais, principalmente hoje em dia, onde há tanta bandidagem, violência, falta de ética, e é um salve-se quem puder que dá nojo. Há poucos exemplos edificantes, mas ainda há.
O filme Milk é ótimo. A luta de Harvey pelos direitos dos gays prende a atenção e se sai do cinema pensativo. Precisamos entender, compreender e aceitar o outro como processo de evolução. Seremos pessoas melhores se nos livramos de qualquer preconceito. Espero que o filme mexa e mude a cabeça de muita gente. Tive amigos que não quiseram ver o filme porque o assunto não interessava. Perderam uma boa oportunidade.

BLOCOS DE CARNAVAL

Leio sempre Cora Rónai, cronista atenta e antenada.
Ontem, ela escreveu sobre os blocos de carnaval que veem atrapalhando o vai e vem de nossa cidade, há muito tempo, com baderna, sujeira, mau cheiro e que provocam congestionamentos gigantescos, além de impedir que eu, moradora de Botafogo, possa ir ao Cafeína, no Leblon, por exemplo. Aliás, impedem qualquer pessoa de ir a qualquer lugar. Não acho democrático.
César Maia devia ira para o paredón, saca?
Falo disso há muito tempo, e com conhecimento de causa. Na minha rua, o Bloco Boka de Espuma inferniza a minha vida desde sempre. Tentei fazer abaixo assinados e apenas no ano passado consegui, e mesmo assim 150 assinaturas. As pessoas não queriam assinar. Tinham medo. Vivemos a era do medo em plenitude. O bloco conseguiu 2.500 assinaturas e continuou infernizando a minha vida. Possantes alto falantes são direcionados para o meu prédio e o furdúncio começa as 10 da manhã, quando começam a armar barraquinhas e arrumar as mesas e cadeiras. Lá pelas 15 horas começa o som. E salve-se quem puder. Os altos falantes explodem com músicas horrorosas, não são as marchinhas de carnaval, é qualquer coisa que faça barulho e ai vai até a saída do bloco. Voltam quase as 11 horas na maior algazarra- VIVA É CARNAVAL, e pronto. Os banheiros químicos não são usados. Os garis estão a postos, varrem tudo e o cheiro de urina persiste, pois afinal folião que se preze mija mesmo na rua. Pagam impostos pra isso mesmo, como respondeu uma noite dessas, um porco que mijava na rua. Ele saiu do restaurante para mijar na rua. Pode? Aqui no Rio, Pode.
O que precisamos fazer é formar uma comissão de frente e tentar junto ao prefeito e dirigentes dos blocos, uma solução que viabilize a cidade para os que não gostam de pular nos blocos, poderem ir e vir na tranquilidade.
E continuo achando que talvez paredón para César Maia seja pouco.

ME DESCULPEM, MAS LOGO ABAIXO, FALO DOS NEONAZISTA SUIÇOS E NÃO FOI BEM ASSIM

Como o governo brasileiro, não esperei a confirmação da notícia e lasquei o verbo em cima dos neonazistas suiços. Pois é, a moça mentiu, e aqui fica a minha desculpa.
Aprendi a lição. Pesquisar antes de falar bobagens.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

O LEITOR

Kate Winslet aproveita todo os momentos. Cada fala, cada pensamento, cada ação tem um movimento próprio. Incorporou a rigidez da funcionária alemã, dura e severa, que não questionava o serviço, executava. Ao mesmo deixou revelar a mulher na relação com o jovem Miguel Berg. A sensualidade no corpo e na ação sexual - nada mais. Duvidei se ela atingia o climax, acho que não, o que não a impedia de dormir frequentemente com o jovem menino, espetacular - alto, magro, com um rosto que a câmera adorou. O Holocausto é ferida na carne da humanidade. Há várias possibilidades de leitura. Neste caso não era um oficial nazista que estava sendo julgado, era uma mulher bronca, habituada a obedecer. Pagou caro. Me pergunto se ela teria inteligência para recusar esse trabalho.
diretor é Stephen Daldry. Não foi à tôa que ela ganhou o Oscar. Grande atriz.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

VIOLÊNCIA EXPLÍCITA DE CALOUROS E DE NEONAZISTAS NA SUIÇA

Certas pessoas fedem, belzebus encarnados, o enxofre empesteia o ar, e São Jorge no seu cavalo alado não consegue sair dos altares em que como Oxóssi comanda sessões de umbanda e candomblé.
Num momento onde o STJ decide soltar estrupadores, bandidos, homicidas , fico na dúvida como vai ficar o julgamento desses estudantes que torturaram os colegas vestindo a capa do tradicional trote ao calouro, prática essa que já devia ter sido banida há muito tempo.
E o que vai acontecer com o cafageste que estrupou e matou a remadora do Flamengo.
E o que vai acontecer com os neonazistas suiços, xenófagos que estropiaram a advogada brasileira? O comportamento da polícia suiça foi de arrepiar. Sugiro que brasileiros não viajem tão cedo para Zurique até o caso for solucionado.
Que mentes deturpadas são essas? De onde vem essa maldade?
Esses meninos brasileiros serão os médicos de amanhã, que fiquem por São Paulo.
Essa gentalha precisa de corretivo e dos bons.

BLOCOS DE CARNAVAL

O malfadado Bloco Boka de Espuma que me atazana a vida desde que vim morar aqui, é o meu maior pesadelo. Mesmo que sejam apenas dois dias por ano, que ele desfila, o fato de fechar a rua onde moro e ter que ouvir barulho desde o princípio do dia até as 23 horas é de matar. Vocês não imaginam o que é ter altos falantes possantes destilando porcaria. Não se fala ao telefone, nem se pode ler ou ver televisão. Esquece, ou você sai de casa, ou se junta ao bloco ou se suicida.
Há pessoas que não se chateiam, e outras que sim- eu pertenço a esse último grupo. Tentamos tirá-lo da rua e conseguimos uma merreca de assinatura- umas 150, e eles 2.500, claro de gente que não mora na rua.
E então, assume o Eduardo Paes. Sai publicado no jornal O Globo desta semana que os blocos cariocas tem que obedecer alguns critérios.
  • o tempo de concentração é de duas horas
  • o percurso do bloco não deve ultrapassar 4 horas
  • há que ter banheiros químicos suficientes para os carnavalescos se aliviarem.

Vamos ver, já é um bom começo. Caso não obdedeçam serão proibidos de desfilarem no ano que vem.

MERYL STREEP E PHILIPE S HOFFMAN

Acho nossos atores talentosíssimos para o pouco preparo que tem, em se comparando com os americanos e ingleses, que pela própria cultura tem a arte de representar nas veias (trazida pelos ingleses, sem sombra de dúvida), depois no colégio, com encenações profissionais cujas atuações, cenários e figurinos, deixam algumas produções brasileiras no chinelo), seguindo estrada afora pela faculdade- Meryl Streep é uma- acho que ela tem um degree em teatro pela Yale, se não for Yale, é uma desse porte.
Então vê-la trabalhar ao lado de Seymour Hoffman é de babar e secar com guardanapo. Aquela mulher sabe tudo. Me lembro de Lilia Cabral, outra atriz espetacular, que aproveita tudo. Imagino se Lilia Cabral tivesse nascido nos EUA- ninguém a segurava.
O filme não traz muita novidade- um padre carismático é acusado de assédio sexual. O alvo é um garoto negro numa escola branca de elite. O padre é Hoffman, a freira é Meryl, que tem horror ao padre e tudo faz para prejudicá-lo. Consegue, mas fica a DÚVIDA.

ZIMBO TRIO E QUINTETO VIOLADO

Falar de Zimbo Trio também é falar um pouco da minha vida e das minhas preferências musicais. Comecei a gostar de música instrumental ao ouvir um conjunto americano chamado Metais em Brasa, e quando ouvi o ZIMBO pela primeira vez, fechei com eles e virei fã. Há muito tempo não se apresentavam no Rio e deram um show nos Correios- duas horas de música pra lá de boa, e Adilson Godoy foi contando estórias, estórias, estórias. Foi um dos sábados mais felizes desse começo de ano, ao som do Zimbo Trio, com dois instrumentistas de cabelos brancos e passados dos 60, 70 anos, qui lo sà, tocando invejavelmente bem, e um jovem contrabaixista de 46. Legal. Zimbo Trio tem 45 anos na praça.

TOM E VINICIUS

Hoje em dia só vou ao teatro se a crítica é boa e se realmente me interesso pela trama. Fui ver Tom e Vinicius depois de ler do esforço de Marcelo Serrado em aprender a tocar piano e do tempo que levou para encenar a peça.
Apreciei o esforço e gostei relativamente. O final de minha adolescência foi marcado pela presença musical desses dois gênios. Em cima do palco tudo me era familiar. Sabia de cor cada etapa da vida daqueles dois, e dois demais que foram aparecendo depois- Chico, Lyra, Hime, Baden, etc, etc. etc. Fiquei pensando se eles tivessem grana suficiente para montar um espetáculo com mais recursos, cenários bonitos, como seria TOM E VINICIUS. Um banquinho e uma mesa de bar é muito pouco, mas eles deram o recado. A encenação é bonita e singela. Me deu uma saudade danada. A gente era feliz e sabia, e o Rio de Janeiro naquela época era um espetáculo de cidade. Duvido que Vinicius e Tom gostariam de estar aqui, vendo o que está acontecendo nessa cidade.
Não é que Serrado aprendeu a tocar piano direitinho?

RUMBA

O filme foi escrito, dirigido e atuado pelos seus três atores. É de um non sense extraordinário. Tragicomédia que se você embarcar na estória se diverte bastante. Digo isso porque fui com duas pessoas que detestaram o filme. Os atores não são bonitos, mas dançam e são engraçados. Quase não há falas, é um exercício vigoroso de atuação.Quem aprecia arte e quer se divertir, vale a pena dar uma olhada.

O CURIOSOS CASO DE BENJAMIN BUTTON

De um conto de Scott Fitzgeral David Fincher realizou um filme belíssimo. Ambientando na New Orleans, cidade que eu adoro, e ao som de jazz com passos de Marta Graham, passei horas de enlevamento e angústia, vendo a saga de um homem que nasceu velho, embora fosse jovem no desenvolvimento cerebral, e morre bebê com a velhice depauperando sua mente. E de mais a mais ver Brad Pitt, uma pessoa extremamente privilegiada pela natureza, é sempre um prazer.
Minha angústia pulsava ao ver Cate Blanchet (espetacular- tem uma postura de rainha e um rosto personalíssimo) velha, se despedindo da vida. Como já passei por isso, revia na tela o impacto que senti ao ver a minha mãe também indo embora. Não sei a cara que fazia, mas o que sentia não era medo, mas uma vontade que aquilo acabasse de uma vez- talvez, o tal sentido de sobrevivência.
Muito interessante os efeitos de maquiagem e de como eles conseguiram mexer com a imagem de Brad. É fascinante os efeitos cinematógraficos existentes hoje em dia. O ator exercita o talento e eles fazem o resto. Acompanhar a trajetória de Benjamin nas três horas de filme foi canja. Momentos de puro deleite.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

A NUDEZ GERMÂNICA EM TERRAS BAIANAS

Vocês leram? Se não leram, reproduzo aqui, mais ou menos. Dois alemães no aeroporto de Salvador resolveram trocar de roupa no saguão. Tiraram as calças, ficaram de cuecas, e quando foram repreendidos, sairam com essa:
-Vimos fotos do povo da Bahia, todo mundo quase nu, à vontade, por isso achamos que não haveria problema em trocarmos de roupa num lugar público.
Agora, vamos lá. Pensar e refletir sobre isso. RESPOSTAS PARA O BLOG.

SARNEY, COLLOR E RENAN CALHEIROS

O que acontece nessa merda de país? Será que nós, o povo, somos tão idiotas e tão pouco preparados para não fazer nada com esses três bandidos sentados no poder? É de matar a desfasatez desses políticos. Quero mais é que se fodam. Enquanto puder protestar, vou fazer, é o mínimo.

DAMA DA NOITE

Altas horas
Noite fechada
Breu total
Nada se via
Só se sentia

E eu sentia
A presença da noite
Da dama
Da dama da noite

Deixei-me levar
Embriagado pela suavidade
De seu perfume
Presença forte
Naquela noite fechada
Onde nada se via
Só se sentia

Momentos passaram
E eu inebriado
Pela doçura
Tonto pelo frescor
Cheguei perto da dama
Tirei-lhe um galinho
aspirei--o profundamente
ah que perfume

Levei-o para casa
E hoje num vaso branquinho
Floresce e espalha seu perfume
Dama
Dama da noite