Bem, o formato do debate mudou, e no meu parecer, para melhor. Os candidatos ficaram livres, para se movimentarem com mais liberdade. Houve uns minutos em que os dois se confrontaram, face to face, e eu fiquei na expectativa de que alguma agressão fosse acontecer.
Bolsonaro se mostrou debochado logo na primeira fala. Pessoalmente, detesto deboche e ironia. Fala logo o que quer, com todas as palavras, sem precisar de caras e bocas e sorrisinhos no canto da boca. Sua fisionomia tensa e carregada nos davam uma leitura do que lhe ia na alma. Tocou Lula no ombro o que não foi legal. Foi audacioso (condescendente?) e o gesto não cabia ali em hipótese alguma. Lula tencionou ao receber o gesto inapropriado.
Registro também o deboche com que se referiu à jornalista Vera Magalhães, a primeira a perguntar. No jeito grosso bolsonaro perguntou como ela estava e ainda acrescentou um "prazer em revê-la". Mostra bem o caráter desse homem que brasileiros opacos e desinformados não conseguem enxergar,
Analistas gostaram da performance dos dois. Eu não. Não posso aceitar insultos e mentiras ditas por sujeitos que são candidatos à presidência de uma nação, embora Bolsonaro, como presidente, use no seu linguajar diário insultos e mentiras. Mas, sua vitória em 2018 foi um ponto fora da curva, o que dizem os especialistas. O horror ao PT estava estrondosamente alto, como ainda está, e a solução ficou com o capitão.
Bolsonaro não me representa. Nem Lula, mas nesse cruzamento medonho da História do Brasil, é necessário que vença o segundo. Haja vista a lista de nomes de peso o apoiando.
Incomoda-me e muito o linguajar errado dos dois candidatos. Não é possível que nesses anos todos Lula não tenha aprendido que verbo no plural pede complementos também no plural. É inconcebível a quantidade de erros gramaticais que saem de sua boca. Idem para Bolsonaro, que ainda por cima tem língua presa, é isso?
Bolsonaro anda de pernas abertas e sua barriga dobrou de tamanho. Deve estar cheia de fezes. Que é um problema de saúde recorrente. Deselegante na postura e na fala, ternos não combinam com ele. Seu rosto transtornado, e seu corpo se mexendo o tempo todo são sinais visíveis de seu incomodo em estar no debate. Ao final do debate, nas entrevistas solo, Sérgio Moro aparece ao lado dele. Como é que pode este homem ter descido tão baixo, quando já esteve lá em cima época da Lava-Jato, onde tinha uma maioria que o apoiava, eu inclusive. Tive repulsa ao olhá-lo, como tenho em relação ao presidente, à Dilma, e a tantos outros que traíram meu voto de confiança, o que para mim é muito sério.
Lula revirava as mãos o tempo todo. Sinal também de desconforto. Entendo perfeitamente.
Planos de governança? Assim, assim. Lula revivia gestões bem-sucedidas no seu governo, enquanto Bolsonaro apontava sua metralhadora giratória para o adversário. Pontuou algumas questões contra o governo petista, e tinha razão. Mas, sua maneira de falar é tão grosseira e vulgar, que a meu ver, esses fatos passaram flutuando.
O circo foi armado e o espetáculo aconteceu. Sem pipoca.