quinta-feira, abril 30, 2009

DIVÃ DE LILIA CABRAL E MARTHA MEDEIROS


Li o livro, não vi a peça, mas vi o filme. Que delícia. Falar do talento de Lilia Cabral é perda de tempo. Todo brasileiro sabe do que ela é capaz. Atriz maravilhosa transforma todos os seus personagens em tipos inesquecíveis. e faz história na televisão desse país. Ela foi entrevistada num desses domingos de abril por Marília Gabriela e eu fiquei pasma com o papo das duas. Lilia falava de si, da carreira e do filme com um despojamento raríssimo em atrizes de seu porte. Sem maquiagem, sem rodeios, e com uma simplicidade tocante foi falando de tudo, dando risada, e nós também. Uma delícia de entrevista.

O filme é muito bom , engraçado e acho que só mesmo a Lilia para fazê-lo. A história é simples, uma mulher de 40 anos em crise, procura um analista para rever sua vida. Durante o tratamento questiona sua vida, conhece outros homens, se apaixona e se separa do marido. A melhor amiga morre e ela consegue dar a volta por cima. A cena em que ela tenta tirar a meia para transar com o garotão, é de matar de tão engraçada. E ela confessou, no programa de Marília, que passou por situação semelhante na vida real. Gostei de todo mundo, menos de Eduardo Lago, engraçado, ele não conseguiu me passar a verdade de seu personagem. Gosto de José Mayer na comédia, e foi legal a dobradinha com a Lilia. Agora, uma pausa para falar de Gianechini, que coisa mais linda que é esse homem. Creio que seria legal ele trabalhar a voz e sorri menos, porque quando aparece na tela não tem pra mais ninguém. É o nosso Rock Hudson.

domingo, abril 26, 2009

LI CUNXIN




LI CUNXIN EM AÇÃO

ADEUS, CHINA- Li Cunxin


Ou o último bailarino de Mao. Um relato interessante de um menino pobre, vivendo no campo, e que por pura sorte é escolhido para a Academia da Danças de Madame Mao. A história da China durante um período cruel em que intelectuais, artistas e ricos eram fuzilados pelo novo governo, por serem considerados inimigos do governo. Livros de autores estrangeiros foram confiscados e a única leitura permitida era o livrinho vermelho. Todos tinham de saber de cor os ensinamentos de Mao. Um horror. Li Cunxin dá a volta por cima e escreve com paixão sobre a sua vida. Muito bom.

ATÉ TU, GABEIRA?

Não preciso falar mais.

quarta-feira, abril 22, 2009

GERSON CAMATA

O homem chorou e se diz inocente. Me poupe, e o auxílio moradia, quando usufruía de casa própria? É tudo ladrão mesmo, se acham que ganham pouco, mudem de profissão. Há que se acabar com essas regalias. É indecente o parlamentar usufruir de tanto auxílio: moradia, gasolina, passagens aéreas, correio, cruzes! e ainda levar o troco de seus aspones. Pra rua, bando de cafagestes incompetentes, que enricaram. A fortuna que amealham é vergonhosa.

terça-feira, abril 21, 2009

É PROIBIDO PROIBIR- filme de Jorge Durán


Vi ontem pela Canal Brasil esse filme de Jorge Durán que enfoca a vida de três jovens universitários. Paulo (Caio Blat- medicina), Letícia (Maria Flor- arquitetura) e Leon (Alexandre Rodrigues- sociologia) O roteiro é ótimo e Caio Blat está espetacular. Li, inclusive, que ele ganhou prêmio por esse filme. A história aborda o triângulo formado pelos três e mostra também a face cruel de quem mora em terras brasilis. Só não entendo porque Maria Flor é tão requisitada para os filmes nacionais, será que é por causa do nome?

DANIEL MASON- O afinador de piano


Surpreendente o livro de estréia de Daniel Mason. O tema inusitado prende a atenção desde o primeiro instante. Um afinador de pianos Erard é contratado na Inglaterra, en fins do século XIX para afinar um piano em selvas birmanesas. O autor narra a saga com precisão de detalhes e nos faz mergulhar num mundo totalmente fascinante, para nós, e para Edward Drake, o afinador de piano, que nunca tinha saído da Inglaterra e faz a sua primeira viagem internacional. O médico pianista é um personagem fascinante, cujos métodos desagradam ao alto comando inglês. Poesia pura permeia um texto de prosa afinado e elegante.

segunda-feira, abril 20, 2009

TONY MANERO


TONY MANERO (TONY MANERO) - 2008 - Chile, Brasil

Em plena ditadura de Pinochet, Raúl Peralta, um homem na faixa dos 50 anos de idade, é obcecado pela idéia de personificar “Tony Manero”, o personagem de John Travolta no filme Os Embalos de Sábado à Noite. O cara é sociopata e não tem escrúpulos em fazer qualquer coisa para atingir seu objetivo que é ser reconhecido como artista de showbiz. Ele ensaia seus passos de Travolta com um pequeno grupo de dançarinos, num bar decrépito, como também são decrépitos os personagens do filme. É um filme que mexe com o espectador. É cru e impactante, com algumas cenas bem fortes. A atuação dos atores é excelente e eu saí do cinema para baixo. Essa época de truculência na América Latrina foi desastrosa para todos os países envolvidos.

domingo, abril 19, 2009

CÂMARA, SENADO E AFINS

Acredito que todo o brasileiro gostaria que o Brasil fosse um país onde as instituições públicas fosses respeitadas e ativas, que os políticos trabalhassem de fato pelo povo, que o sistema de saúde fosse bom e que os brasileiros não precisassem de plano de saúde, que está começando a ficar impagável, e que a educação de base fosse de qualidade e acessível a todos. Simples não, muito simples. Isso é só o começo. Vamos por partes.
Quando Brasília foi inaugurada e os funcionários públicos convocados a irem trabalhar lá, começou a grande corrupção, que hoje grassa em todas as esferas do poder público. A tal da caixa dois, auxílio moradia, auxílio isso, auxílio aquilo. E muitos foram e conseguiram enricar.
O que leio hoje sobre as benesses dos parlamentares é tão alvitante que tenho vontade de vomitar em cima deles. Não tenho respeito algum por nenhum deles e acho que a hora é agora de acabar com isso. Não sei como, faço a minha parte escrevendo no meu blog e esperando que o gigante desperte deste sono esplêndido. Há que se acabar com esse excesso de dinheiro, de gastança. As regras tem que ser mudadas. Se o sujeito quer ser vereador, deputado ou senador, tudo bem, mas vai pagar pela moradia, vai pagar pela gasolina, vai pagar pelo colégio dos filhos e vai acabar com esse número indecente de assessores, verdadeiro cabide de empregos, onde o paralmentar também embolsa um dinheiro ilícito. Quanto as passagens aéreas, há que haver um limite. O cara não quis ir para Brasília? Que fique lá. Agora é estranho o parlamentar alagoano ter passagens de avião para o Rio. Pelo amor de deus!
O que estamos vendo na Câmera e no Senado, e também aqui no Rio, imagino em São Paulo, Minas, hoje saiu uma reportagem sobre o Gerson Camata, cruzes, é de envergonhar. Não sinto orgulho do Brasil, sinto é vergonha mesmo, pois não vejo ninguém dar um passo para mudar isso. É a política do imexível. Se não tomarmos uma atitude AGORA, a corrupção vai piorar e o Brasil vai por água abaixo. Um país não prospera quando a corrupção está em todos os meios, principalmente nas instituições públicas, e a Câmara e o Senado são instuições públicas.
Dentro do próprio planalto as coisas também não vão bem, e ai estão os Delúbios, Dirceus e as maracutaias envolvendo o filho do Lula que ficaram por isso mesmo.
Em relação à saúde o que vê é um estado de calamidade em todo o país. Hospitais sucateados, falta de profissionais e o pobre morrendo mesmo. Esse é o país de todos, do PT, do presidente Lula. Nada foi feito para melhorar e ele vai sair do governo preocupado apenas com o Bolsa-Família. O lobby dos donos de plano de saúde é forte e os que podem pagar estão pagando muito caro, e estou vendo a hora em que a classe B e C não vais mais poder pagar, porque vai ficar impagável.
A educação está pelas beiradas. A quantidade de crianças na escola onde não aprendem nada é enorme. O sistema educacional tem que ser reformulado. Vejam o filme : Pro dia nascer feliz de João Jardim. A educação de base tem que ser forte e os profissionais bem pagos porque senão teremos brasileirinhos burrinhos que não vão entrar no mercado de trabalho por falta mesmo de capacidade educacional. A universidade tem que ser paga, claro, mas até lá, de graça. E há que se investir nas escolas técnicas. Se não se investir na educação essa merda de país não vai deslanchar, não adianta. Povo sem educação acadêmica não pensa, não muda, não revoluciona.
E QUE TAL AGORA OBEDECER A CONSTITUIÇÃO?

BOTAFOGO, UM BAIRRO FEDORENTO

BOTAFOGO, bairro imundo e esquecido pela Prefeitura.
Vira e mexe reclamo sobre o quadrilátero onde moro. São tantas as irregularidades que sempre tenho o que comentar. Moro na Rua Marquês de Olinda, vizinha da Rua Bambina, Muniz Barreto, Assunção e várias outras paralelas, Vicente de Souza e Prof. Alberto Gomes além da Mal. Nieymeyer. Todas essas ruas fedem a fezes e urina e sempre me deparo com um monte de dejetos, que não são de cachorros, são de humanos mesmo. O caminhão da prefeitura passa pela Rua Marquês de Olinda e varre apenas uma parte do meio fio, o que fica à direita de quem vem pela Rua Bambina, o outro é completamente esquecido, como são esquecidas todas as ruas acima mencionadas, inclusive a Bambina que está pior do que qualquer rua de Bangladesh. A crosta de sujeira no asfalto, por falta de limpeza e cuidado, é tão grossa que tem até fezes grudadas causando um cheiro insuportável, e tudo isso perto do Hospital Samaritano, perto do Zona Sul e NA CARA DA GUARDA MUNICIPAL que tem uma sede na rua. O trânsito na R. Min. Raul Fernandes, onde está o Hospital dá um nó por causa das irregularidades na rua para atender aos ricos que frequentam o Hospital. Não há o mínimo respeito pelas normas de trânsito, ali quem manda é o tamanho do carro. Isso provoca congestionamentos e buzinaços sem fim, sem falar nas inúmeras obras de prédios novos que estão surgindo pela área, que também provocam congestionamentos onde a buzina é acionada sem medo. A Guarda Municipal, apesar de estar tão perto, tem ouvidos moucos. Não escuta o barulho, não vai assuntar, tem que ter a ordem do gabinete, caso contrário não age. Em frente ao mercado Zona Sul, os caminhões que param para descarregar afundaram o asfalto, e por toda a vida tem buracos na calçada, por conta de pedras portuguesas faltando e desníveis que provocam quedas de idosos e crianças. Quase em frente à Guarda Municipal, tem um bar- Café da Bina - que opera sem exaustor, o cheiro de comida é de embrulhar o estomago, e o pior é quando resolvem fazer batucada às sextas-feiras, colocando mesas e cadeiras, próximos ao meio-fio. Aliás, música ao ar livre é o que não falta. Na Rua Vicente de Souza tem um pé-sujo que promove batucada aos sábados a tarde, e como fecha a calçada com mesas e cadeiras, o pedestre por ali não passa, o que também acontece na esquina da Rua Marquês de Olinda com Assunção, outro bar pé-sujo, que coloca mesas e cadeiras na calçada enquanto seus clientes assistem a televisão e comem naquela imundície. Um outro pé-sujo a alguns metros a frente desse último, também comete várias irregularidades, inclusive churrasco na calçada, e passar por ali além da fumaça e do cheiro ruim, é sufoco. Carros em cima das calçadas na Rua Muniz Barreto, é uma praxe no fim-de-semana, como é na Rua Voluntários da Pátria, próximos aos cinemas do Estação, mas o pior mesmo é a fedentina e o horror do nível de sujeira das ruas nominadas.

SUSAN BOYLE

Li no jornal sobre a performance incrível dessa escocesa no Britain's got talent, e claro fui acessar no youtube. Não sei se vocês leram, mas essa mulher de 47 anos, ferrada na vida, desempregada, tinha um sonho e era cantar. Quando se apresentou no referido programa, feia, gordota, com uma roupa nada elegante, enfim sem glamour algum, todos riram e fizeram pouco. ela não se importou e soltou a voz, e que voz. Foi aclamada e foi legal porque a audiência entrou em catarse coletiva, embalada pela poderosa voz de Susan e a aplaudiu de pé. Uma generosa maneira de também pedir perdão. Vejam quem ainda não viu.
http://www.youtube.com/watch?v=j15caPf1FRk

quinta-feira, abril 16, 2009

A DIFICULDADE DE GOVERNAR

Realmente a bandidagem está rolando solta pelo Brasil inteiro, e em todos os meios. É de estarrecer a Câmara Municipal aprovar o projeto de uma idiota que cria o tal Bolsa-Floresta, logo chamado de Bolsa- Invasão. Apenas um vereador, e do PT, Adilson Pires votou contra. Lembrem desse nome ADILSON PIRES, esse é o cara para a gente votar nas próximas eleições. O prefeito Eduardo Paes promete vetar o Bolsa-Floresta. Faz bem.
O problema dessas leis bandidasestá na insatisfação gerada pela base do governo que está insatisfeita com o prefeito que não distribuiu cargos entre os partidos aliados, então o que eles puderem fazer para ferrar qualquer intenção dele em relação à cidade, vão fazer. Os parlamentares não estão dando a mínima para a cidade, para o estado, o caso deles é encher os bolsos de dinheiro e o resto que se dane. Realmente foi um absurdo sem precedentes essa Bolsa-Floresta e a gente deve torcer que essa cultura do ilegal caia por terra de vez. Precisamos, cada vez mais, estarmos atentos em quem votar. Adilson Pires é o cara.

quarta-feira, abril 15, 2009

O FIM DO VESTIBULAR

Graças a Deus eu vivi para ver o fim do maior comércio paralelo educacional no Brasil. Sempre fui contra o vestibular e nunca entendi a proliferação de cursinhos para que os estudantes pudessem, enfim, ingressar na faculdade. Hoje, demos um grande passo. A uniformização da educação com as provas finais em todos os colégios do Brasil. Legal, pronto para o governo.

Filmado no celular

Esse filme foi mostrado durante uma aula do meu amigo Sérgio, na Escola de Direito da FGV, e eu acheu incrível. E a Ísis Baião me mandou o link. Vejam que criatividade.
www.youtube.com/watch?v=ZrDxe9gK8Gk

terça-feira, abril 14, 2009

A CRÔNICA DE HOJE

O panorama político, social e econômico do Brasil propicia assunto sempre. Como leio jornal todos os dias fico indócil com tanta novidade, e irada por não poder sair batendo na cara de todo o mundo.
Vamos aos tapas e tabefes.
Tião Viana bem que me merecia, né não? E agora, vamos imaginar o que os outros fizeram e não veio à tona? Tabefes pra direita e pra esquerda.
O governo de Santa Catarina sancionou a lei que institui o novo Códio Ambiental do Estado, o que significa isso? Elementar, meu caro Watson, para agradar aos agriculturoes vão derrubar uma faixa maior de ribeirinha, vegetação essa que retém as águas da chuvas e ajuda a evitar enchentes. Bem, na próxima enchente acaba o estado de vez. Tabefes pra frente e pra trás. A notícia boa é que parece que o ministro Minc vai intervir, mas isso vai ser a maior saia justa, por causa da autonomia dos estados. Vamos aguardar, ficando os novos tabefes prontos para entrarem para ação.
A seção Cartas dos Leitores anda deveras interessante. O bochicho agora é a remoção das favelas. A turma opina que o melhor mesmo é a remoção com infra para os que forem morar do lado de lá. Quá, quá quá. Governo investindo em infraestrutura pra melhorar a vida do cidadão? Só nos EUA ou Europa, aqui na América Latrina, África, e outras Américas o negócio é encher os bolsos. Tapas pros governantes que enchem os bolsos.
Lula lá, que já esteve cá, vai abrir a torneira. Depois de oferecer dinheiro ao FMI vai , sob pressão, ajudar os municípios com 1 bilhão. Perguntinha simples pra fechar a boca. Porra, porque essa besta não investiu pesado em educação, SAÚDE, Ferrovias, estradas, saneamento, violência, e em tantas outras coisas e vai e vai, e agora de olho em 2010 distribui dinheiro achando que assim elege a Dilma. Tabefe no baixinho, que deveria fazer a dieta do Evo Morales. O terno anda muito arrochado.
As estatísticas mostram que Lula manda os outros gastarem, mas o governo dele gastou muito abaixo do previsto pra melhorar a vida dos brasileiros. Arê, estou cheia. Bleft, bleft, bleft.
Outra notícia deveras intrigante foi o do diretor das Barcas pedindo ao povão pra não usar as barcas em horário de pico. Essa, rolei de rir, depois fiquei irada e dei tapa pra frente e pra trás. Aí veio o governador Cabral e deu um dinheiro, coisa pequena, pra ajudar as Barcas, na condição de empréstimo, entenderam?,vamos ver se devolvem e se investem mesmo em melhorias. Diz um leitor: "Ser empresário assim é mole: presta um péssimo serviço, não tem concorrentes e, quando tudo dá errado, ainda ganha de presente um expressivo empréstimo para consertar barca velha"- Alberto Nunes de Araujo. Mais tapas e tabefes.
Enquanto isso, não passa dia em que os aposentados reclamem do aumento ridículo que receberam. Bem, nem vou falar do meu. Tapas e tabefes com direito a enforcamento.
Uma nova moradia na zona sul do Rio atrái moradores- Tem gente morando nas pedras da Urca e nas da Enseada de Botafogo. De frente pro mar, vista invejável, banheiro privativo, o mar está ali pra isso mesmo, e sem pagar aluguel. Uma boa. Tapas e tabefes pro prefeito que Não ENXERGA o que todo mundo está vendo.
No resto a mesma mesmice: gente morrendo nas estradas, matando por aí, sem distinção de bairro, roubando computadores de cieps, mas tem o futebol, porque ninguém é de ferro. Amanhã é dia.

UM CONTO




ADRIANO


O que me chamou a atenção foi ver aquele pai, mais parecendo avô, encantado com o filho que começava a andar. Estava saindo do meu prédio quando vi a cena e fiquei encantada. O pai, bastante orgulhoso de seu pequeno, incentivava os primeiros passos, “Vamos lá, Adriano, sem medo, vem que papai tá aqui.” O pequeno, a cara escarrada do pai, sorria embevecido, para a figura paterna e ensaiava seus passinhos com garra e determinação, com certeza, para agradar ao seu genitor. E os dois, de mãos dadas, esquecidos do mundo envoltos numa aura de ternura, que também a mim envolveu, foram seguindo pela rua em ritmo lento, e daquele momento em diante fiquei cativa daquele pai e do pequeno Adriano.
Adriano foi crescendo, meio desengonçado, as pernas compridas, porém conservou o ar ingênuo e puro no rosto do adolescente que teimava em não deixar a fisionomia da criança de ontem.
Nunca estava sozinho, ora era com a empregada, ora era com a mãe. Poucas vezes o vi com o pai, no entanto nas vezes que vi, percebi o orgulho paterno, a realização concretizada. Ver Adriano me deixava feliz, e acho que ele nunca entendeu porque eu sempre o cumprimentava, ele não me conhecia, quem o conhecia era eu, um conhecimento fugaz, mas que me impelia a dizer:
- Bom dia Adriano? Como vai Adriano? Vai para o colégio?
Ele respondia com um olhar de curiosidade. Sabia que ele queria perguntar.
- Você me conhece? É amiga de minha mãe? Como sabe que sou Adriano?
Sorria emcabulado, e a covinha do queixo sorria junto.
Vinha da ginástica e o vi passar, estava apressado. As pernas se entrelaçaram feito tesoura, ele perdeu o equilíbrio e foi ao chão, caindo para além do meio fio, um perigo. Todos viram. Não vimos o bólido aparecendo do nada, sibililando, marcando os pneus no chão, registrando presença. Mas alguém viu, e num passe de mágica Adriano foi arrastado pelo sapato da perna esquerda e milagrosamente salvo.
Adriano olhou para o seu salvador, a covinha do queixo querendo chorar enquanto os olhos assustados procuravam entender o que tinha acontecido. Me aproximei.
- Adriano, como estou feliz de você estar bem.
De novo, ele me olhou, a pergunta silenciosa que iria ficar sempre sem resposta. Confuso ainda, agradeceu ao seu salvador e o seu nome ouvido em diversos tons o fez sorrir como daquela primeira vez que o vi com seu pai, tentando os primeiros passos.
No dia seguinte vi Adriano com a empregada.
- Olá Adriano, vai para o colégio?
- Vou e já estou atrasado.
Sorri e segui em frente.

segunda-feira, abril 13, 2009

BODAS TÁ NA RUA DE SANGUE- LORCA/HADDAD


Fui ao Espaço Tom Jobim ontem, domingo de Páscoa, pela primeira vez. Nosso grande maestro e compositor adoraria ver a homenagem que lhe fizeram, embora exteriormente as vidaraças estivessem sujas e uma calha destruída, no entanto lá dentro é bem legal.

Estava curiosa para ver o espetáculo. Antigos colegas estavam no elenco, um deles Jitman Vibranovski.

Bem, falar de Bodas de Sangue é irrelevante, todos conhecem a história. Se não leram, já viram o filme.

Um pouco antes das 20 horas a grande porta é aberta e os atores estão em plena celebração. Recebem as pessoas cantando e dançando, bem no espírito do teatro de rua de Amir Haddad. As canções são brasileiras e vi aquilo como um aquecimento muito apropriado, já no espírito da releitura da peça de Lorca. Por que não a dança? Totalmente cabível, vai ver que era assim em tempos bastantes idos. Atores chamando o público para o seu teatro. A cantoria demorou uns vinte minutos, no meu entender bastante tempo.

Entra em cena Amir Haddad. Fala do espetáculo, fala dele, fala muito, achando talvez que estivesse em plena palestra de uma casa do saber. Ego inflado, bastante vaidoso, vai tecendo comentários acerca da encenação, frisando que atrás de cada ator, existe um diretor, e como as pessoas amam os atores, ele resolveu se mostrar para também ser amado. Que o ator não existe sem o diretor. E fala outras coisas, fala e fala. Necessidade de aparecer, de ser visto, sei lá que mais. A platéia adora, ri, e Betina Vianna, lembram dela? sai correndo da platéia e se atira nos braços do velho diretor que nem a vê. É abraçado, a platéia aplaude e ela volta para o lugar. A falação me incomoda, não estava ali para ouvir preleção de Amir Haddad, e então ele expõem o que acha do movimento cultural do Rio de Janeiro, que a seu ver tem cultura de balneário, mas que ele está ali para promover cultura, para mudar e por isso encena Lorca. E tome de falação- mais vinte minutos. Fala dos workshops ali mesmo no espaço e convida a galera para as oficinas, quem sabe sai dali um ator ou atriz dali. Graças a deus ele para de falar, mas ainda com o intuito de contribuir para a cultura do carioca,chama uma atriz que declama um poema de Lorca e então a peça começa. Se ele acha que com essa peça muda o movimento cultural da cidade, se enganou redondamente. O espetáculo é interessante, a interpretação de Catarina Abdala é visceral e valeu a ida ao teatro, como também estão muito bem todas as atrizes da peça, o que não se pode dizer o mesmo dos homens, a não ser, claro, Jitman Vibranovski que dá peso ao papel. As danças são excessivas, interferem no andamento da peça e depois de três horas sentada, não tinha mais posição e perdi o interesse. Fiquei vendo um ator negro, gostoso, musculoso falando, e achei que ele ficaria melhor num filme pornô do que alí, e fiquei bem feliz quando acabou. Três horas e meia, o mesmo tempo de Hamlet de Adebral Freire-Filho.

BODAS DE SANGUE deveria ter sido encenado fora do Espaço Jobim, por ali mesmo no jardim, seria muito mais apropriado, é uma encenação para a rua e não para um palco tradicional.

domingo, abril 12, 2009

O ESTRANGEIRO- peça de teatro


O Estrangeiro de Alberto Camus focaliza um sujeito estranho, diria excêntrico, solitário, que não se encaixa em comportamentos esperados pela sociedade. Interna sua mãe numa clínica e mais tarde a enterra, sem nenhuma emoção, como vive uma vida também sem grandes emoções. Um sujeito que passa pela vida até o momento que assassina um árabe em Argel, e é condenado à excecução.

Gostei e muito da interpretação de Guilherme Leme que não só fala o texto muitíssimo bem como esstá totalmento dentro de seu personagem. A direção é econômica, até mesmo pelo próprio texto, que a mim pareceu que o personagem estava próximo da morte, portanto numa cadeia pela excecução do crime que cometeu.

Lamentavelmente o comportamento da platéia. Do meu lado um homem maduro tentava desvencilhar o papel de uma bala, duas, sei lá, e do lado da minha amiga, um idoso dormia a sono solto. Foi a peça começar para o senhor se deixar embalar pelas palavras articuladas do ator.

ESSE É QUE É O CARA







Selecionei " esse é o cara" na minha modesta opinião. Vamos lá.
Rodrigo Lombardi- O cara da vez na tv
Brad Pitt- aos 45 anos um arraso, é o cara cinematográfico
E OBAMA, quem não quer um, Esse Sim, O Cara Da Vez.

sábado, abril 11, 2009

CRUEL


Uma das minhas frustações artísticas é não poder dançar bonito, como uma bailarina e a outra é não cantar. E tento acompanhar os grupos que se apresentam no Brasil, os da terra e os de fora. Esta dança de Debora Colker não me empolgou. Não é uma coreografia em torno da crueldade, mas um olhar sobre ela, só que, na minha opinião, correu frouxo. A história não ficou clara, a performance dos bailarinos foi razoável, faltou beleza, carisma, faltou garra, sei lá. Saí frustrada.

quinta-feira, abril 09, 2009

TAMBÉM QUERO UM KINDLE


Foi no programa da Oprah que vi um Kindle pela primeira vez. Quis logo um para mim. E morri de inveja porque ela distribuiu o gadget para a sua platéia. O que um país rico faz para o seu povo? Vocês conseguem imaginar Faustão distribuindo kindles, ou Hebe Camargo, ou Luciana Gimenez?

Com o kindle, que lá custa 359 dólares, você poder ler o que quiser. Armazena até 1.500 livros, documentos e correspondência eletrônica e sai muito barato, accessível para qualquer bolso. Dá para ler confortavelmente e você pode levá-lo para a praia, viagens, muito mais prático.

Nós brasileiros, se quisermos comprar a engenhoca temos que nos afiliar a Amazon, ter um endereço fixo nos EUA e um cartão de crédito americano. Fica caro.

Vamos torcer para que chegue logo ao Brasil por um preço que a gente possa comprar.

DOROTHY STANG

Uma notícia me deixou bastanta feliz, entre as inúmeras de corrupção, gastos excessivos de parlamentares, etc. e tal. A notícia é que a Justiça vai anular o julgamento que absolveu, no ano passado, Vitalmiro Bastos de Moura, aucsado de seu um dos mandantes do assassinato da missionária americana.
Pessoalmente senti muita vergonha perante a sentença que absolveu a corja envolvida. Muita vergonha, agora pode ser que a justiça possa ser feita de fato. Há um documentário que vai entrar em cartaz, narrado pelo Wagner Moura sobre o caso de Dorothy Stang, e esse fato chamaria a atenção de todos para o horror cometido lá pelas bandas de Belém, mais uma vez.
É uma chance de ouro para o Estado do Pará se redimir: naquele estado os mandantes de crimes no campo não sofrem punição.

O LUTADOR


Me lembro de Mickey Rourke em Nove Semanas e Meia de Amor. Ele e Kim Bassinger, belíssima na época ( bem, ela é belíssima) deram um show de erotismo num filme que não era lá grande coisa, mas valia, no meu entender, pela plasticidade, beleza de seus
protagonistas e pelas cenas calientes. Nada que chegasse perto de Corpos Ardentes com William Hurt e Katherine Turner, filme esse que deixava as calcinhas molhadas e membros em ereção, me desculpem a linguagem.

Mickey Rourke me chamou a atenção, lembrava Marlon Brando na maneira de atuar e de se posicionar para a câmera. Algo estudado, natural e excelente. Havia também no seu semblante um deboche, como se se concedesse um favor em estar ali.
Ele foi saudado como grande ator, no entanto se sabotou nos anos seguintes. Seu nome foi parar nos noticiários policiais e fez muita besteira, filmes ruins e se afastou das telas. Eu, pessoalmente, vi pouquíssima coisa dele e nem consigo me lembrar o que foi. Veio ao Brasil, filmou na Bahia e voltou em grande estilo neste filme O Lutador, que resisti o quanto pude em ver. Vi ontem.

O bonequinho do Globo diz que ele beira o sublime.

Vamos ao filme.
Eis o enredo:
Um lutador é obrigado a encerrar a carreira após sofrer um infarto durante uma luta. Só que ele recebe uma proposta para enfrentar seu grande ex-rival, que pode permitir que retome a dignidade perdida. Dirigido por Darren Aronofsky (Réquiem para um Sonho) e com Mickey Rourke, Marisa Tomei e Evan Rachel Wood no elenco.

Dissecando o filme:

Rourke está estranho: um cabelão, bronzeado artificialmente, pele manchada, acabado, enfim perfeito para o papel - O lutador é um bom profissional mas um perdedor na sua vida pessoal. Tem um emprego que não lhe rende muita coisa, mora num trailer, tem problemas de relacionamento com a filha, e a mulher que lhe interessa, é dançarina numa casa noturna e que enfrenta o envelhecimento na profissão. Tudo vai bem até que ele tem um infarte, recebe um marcapasso e o médico pede que ele se afaste das lutas, o coração não vai aguentar. Essa proximidade da morte o faz se afastar temporariamente da luta, mas o fracasso na tentativa de relacionamento com a filha e a mulher que ele gosta o faz aceitar a luta com um ex-rival, mesmo sabendo que o final não será feliz.

Realmente Mickey está divino, sublime mesmo como diz o crítico do jornal. A mesma cara impassível onde se desenha qualquer coisa que a gente não sabe decifrar, um jeito Marlon Brando de representar, o microfone captando sua respiração ofegante, gente, ele está mesmo sublime. A decepção com a filha, a solidão, o medo que sente, tudo a gente sente também. Fantástico.
As cenas de luta são violentas, claro, eu fechava os ollhos e abria devagar, tentando me lembrar que ali naquela cena, deveria ter pelo menos mais de 50 pessoas, mas não aguentava e fechava de novo. Vale a pena a ida ao cinema.
O final foi espetacular. Me lembrei de Billy Elliot saindo da coxia e dando um salto espetacular.
Queria falar também de Marisa Tomei que não fica atrás. Suas emoções estão bem construídas e a gente, mulher, entende o desconforto que ela sente quando tenta se mostrar para os clientes, é rejeitada, e percebe que ali, a carreira dela se encerrou. Muito bom.
Esse filme recebeu 2 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Ator (Mickey Rourke) e Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei).- Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Drama (Mickey Rourke) e Melhor Canção Original ("The Wrestler"). Foi ainda indicado na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei). - Ganhou o BAFTA de Melhor Ator (Mickey Rourke), além de ter sido indicado na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei).- Ganhou 3 prêmios no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Mickey Rourke) e Melhor Fotografia.- Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza.

terça-feira, abril 07, 2009

REMOÇÃO DAS FAVELAS

REMOÇÃO DAS FAVELAS O jornal O Gobo de hoje- 7 de abril, publicou um artigo de Ali Kamel sobre Remoção das Favelas. Ele diz, e eu assino embaixo, que chegou a uma certa idade esperando que o Rio de Janeiro se tornasse uma cidade sem favelas, com qualidade de vida e com um mínimo de segurança. E o que ele constata é justamente o oposto. Todos que moram aqui e já passaram dos quarenta anos, sabem e conhecem na carne o que ele expõem , com tristeza. Tristeza porque duvida que exista possibilidade de melhora. Que bom, porque eu venho pensando assim há muito, muito mais tempo do que a crônica dele de hoje.Ele acha que a urbanização nas favelas é inviável e que vai demandar uma gastança sem precedentes para não dar em nada. E fala em Brizola. Culpo Leonel Brizola pelo início da escalada da violência no Rio, porque no governo dele polícia não subia morro e bandido não descia, como também foi no governo dele que ao invés de canalizar um programa de casas populares de cimento e tijolo, fez o contrário, levantou uma proibição que permitia casas em alvenaria, abrindo um espaço para a favelização que ocupou os morros a partir de então. E acho, mas não tenho certeza, que o certificado de posse também foi liberado geral. Está aí o resultado. Há que se culpar também, claro, toda a corja que veio atrás: Marcelo, Garotinhos e agora o Sérgio Cabral com a idéia de urbanizar as favelas do Rio. Talvez ele ache que uma pinturinha nas casas vai amansar a ira dos marginalizados que nunca vão ter chance no mercado de trabalho em igual posição aos que moram no asfalto. Sem falar na dinheirama para fazer uma obra inviável, que é o que o Ali Kamel denuncia.

segunda-feira, abril 06, 2009

O VISITANTE


A direção é de Thomas McCarthy e como protagonista o excelente Richard Jenkins, secundados por atores libanêses e uma atriz sengalesa. A Atriz libanesa já é minha velha conhecida, já a vi em vários filmes que abordavam os conflitos do oriente médio, e é uma mulher madura muito bonita além de ser ótima.

Walter Vale (Jenkins), um professor de Economia de Connecticut, cansado de seu trabalho e sem nenhum estímulo, precisa ir a Nova York defender um trabalho numa conferência. Na verdade ele não tinha escrito sequer uma linha, havia apenas emprestado seu nome para a colega. Como a parceira não pode ir, ele teve que ir de qualquer maneira. Ao chegar em seu apartamento ele descobre que tem um casal morando lá, sem que ele tomasse conhecimento: Tarek (Sleiman) e Zainab (Danai), imigrantes ilegais que tocam suas vidas normalmente na Big Apple. Após um habitual período de desentendimentos, o professor acaba propondo abrigo para eles em seu apartamento e, aos poucos, vai se envolvendo com essas pessoas e com o tambor sírio, instrumento que Tarek toca.

O ator realiza um trabalho de filigranas. Personifica um sujeito tímido, cansado e sem estímulo, e é através de Tarek e seu tambor que ele desperta para uma nova vida. Se envolve, de alguma maneira, com a mãe de Tarek, que forçada pelos acontecimentos, volta para a Síria.

O filme tem rítmo próprio, uma cadência pouquíssimo hollywoodiana e eu torci desesperadamente pelos personagens.

Na foto, Jenkins e a atriz libanesa.


MÁRCIO MOREIRA ALVES


O Brasil está de luto. Morreu um grande brasileiro. Virou estrela.

domingo, abril 05, 2009

FROST/NIXON


Muito bom o filme. Não me lembrava desse ator- Frank Langella. Ele é super, uma voz inacreditavelmente baixa e poderosa e uma interpretação fantástica, apesar de não lembrar o Nixon. Esssa parte da história americana é surpreendente, foi a primeira vez que um presidente sofreu o impeachment e Gerald Ford o anistiou assim que sobe ao poder, apesar dos protestos dos americanos por todo o país. Pelo menos aqui, o Collor foi banido da vida pública por alguns anos. Nixon se mostra preconceituoso, vaidoso e sem dúvida, é uma pessoa extremamente hábil que só confessou porque o entrevistador conseguir armar para que assim fosse. E aí, confessa tudo, chegando a dizer que o presidente pode tudo, até cometer atos ilegais. A platéia ri. O ator que faz o entrevistador é também ótim0- Michael Sheen, e se quiserem vejam o vídeo, está no youtube.

ELE É O CARA

ELE É O CARA Pois é, nosso presidente recebeu afagos dos ricos de olhos azuis e a gente aqui metendo o pau.Vamos por parte.Lula se sentou ao lado da Rainha por ser o presidente com mais anos no cargo, entonces, até aí morreu neves. O cerimonial da presidência engoliu sapo no tal jantar em que ele se sentou ao lado daquele homem assassino. Podíamos dormir sem essa e Lula poderia ter aproveitado o tal jantar e engordado mais uns quilinhos. O terno está que tá apertado.Agora, o Obama dizer que ele é o cara, ficou engraçado, ele é que é o cara. Há quem ache que o tom foi irônico, outros já acham que não, e os fios vão se entrelaçando formando um labirinto pra ninguém entender mesmo.Os figurões foram simpáticos com Lula, ele deve ser mesmo um cara simpático, sem essa de boa pinta, pelo amor-de-deus, isto é esculachar com a estética.Lula fala as coisas que bem entende, deve ser isso que causa sensação, pois o que se faz é escamotear o próprio pensamento pra não ficar mal. Aquietem-se brasileiros, que não vai sair dinheiro daqui para ajudar as nações pobres, como se a gente fosse rico, poderosos, com tudo em cima. O Brasil tem fundo no FMI como muitas outras nações e é esse dinheiro que vai sair, pelo menos é o que disse o Merval, saca? O que me faz rir é que nós estamos bem e nem sabíamos. A educação, a saúde, a infraestrutura, a violência, a miséria está tudo sob controle, somos prósperos e uma ajudinha aqui outra ali vai nos deixar no mesmo nível que uma Inglaterra, França, Alemanha. Tá vendo só? A gente passou tantos anos na miséria que reconhecer o quanto evoluímos fica difícil, e isso a gente deve ao Lula, nunca nesse país, e por aí vai.......

quarta-feira, abril 01, 2009

PRO DIA NASCER FELIZ

Também é um documentário sobre escola no Brasil. Filmado por João Jardim ele passar não só por escolas públicas como também por escolas particulares. Estava lá o Colégio Santo Inácio do Rio de Janeiro. A diferença para o filme francês- Entre les murs - é que os alunos são brasileiros, a cultura é a mesma porém a semelhança, pelo menos nas escolas de periferia, é que eles não vão chegar a lugar algum. Os professores daqui e os de lá professam diferenças abissais. Enquanto que os de lá se esforçam e mandam ver, as daqui, pelo menos uma, deu uma declaração bem real e sem maquiagem- "Os alunos não se interessam, porque eu vou me interessar, eles não estão nem aí pra aprender, e eu faço como os outros, saio mais cedo e liberto a turma. Sexta-feira então, é um dia morto. Ninguém vem, porque vou me incomodar." Bem, não me culpem se não reproduzi as palavras ipis literis, mas foi mais ou menos o que ela disse olhando para a cânera e rindo sem graça. A mensagem foi essa.
Bonito foi ver a garra de alguns alunos vencendo essa barreira de miséria e de descaso que cerca o ensino no Brasil. Uma menina de Pernambuco, declama poemas lindos e vai para escola, em outro município, de ônibus com mais um bando, porque ela quer vencer. E vence, se formou na Escola Normal. E tem outros iguais a ela.
As escolas públicas caindo aos pedaços é uma infâmia que devia nos envergonhar. O governo, o estado e o município não estão mesmo interessados em mudar o quadro. Os professores não estão qualificados, o salário nesses lugares é pior do que aqui, e é de vomitar ao se ver as instalações sanitárias. Coco, falta de papel higiênico, sem porta, como é que alguém pode aprender algumas coisa quando falta tanta cidadania. É um caso de polícia e que me deixou bastante deprimida.
Já a classe alta de nossos alunos enfrentam outros tipos de dificuldades, que talvez aqueles alunos pobres teriam dificuldade de entender. Os de lá que querem estudar falam com otimismo e esperança, quando tudo em volta diz que não, mas eles estão lá. Fico mais com o lado de lá.

Entre les murs


Vi hoje esse excelente documentário-filme sobre uma escola pública francesa. O documentário que se aproxima bastante de um filme, originou-se de um livro escrito por um professor que também atua no filme. Os alunos atuam com seus nomes próprios e temos então, um painel nada otimista do que acontece nas escolas públicas do mundo, que lidam com esses meninos filhos de imigrantes com a maior dificuldade de se integrar no país que seus pais escolheram para viver e trabalhar. O deboche, a falta de educação, a insolência são traços marcantes em quase todos. Fica claro a dificuldade do professor em lidar com essas culturas tão díspares sem perder o controle. Numa sala de 20 e poucos, se tem um que é problema, atrapalha tudo, é impressionante. O filme vai mostrando o dia-a-dia da escola, com os obstáculos e algumas vitórias. O professor se esforça, ensina francês e a resistência dos alunos é de matar. E tem um professor que sucumbe. Que não aguenta mais, que sofre coma violência e o descaso dos alunos. E acho que é o final que é que nos leva a discutir o papel da escola e dos educadores. A expulsão, ou não, de Soulyname, o menino de Mali, desajustado ao extremo cira um conflito bastante grande, com implicações paralelas. O professor faz o possível para ele não ser expulso, e isso me encantou, porque põem em foco a filosofia da própria escola- A escola educa, não expulsa, ou expulsa se não aguentar mais? Eu o expulsaria. Eu não trabalharia NUNCA numa escola pública. O filme realmente é ótimo e mereceu os prêmios.