CULTURA EM BAIXA NESTE GOVERNO DE ULTRA DIREITA
Vamos lá.Nas escolas públicas e privadas existe a prática de levar crianças aos museus. Isso é ótimo. Espero que as professoras instruam seus pequenos sobre o que irão ver. Por aqui, cansei de ver nos museus crianças barulhentas e o que me causava muita raiva, por não ver um movimento das professoras ou dos pais em silenciá-los e instruí-los, diferentemente do que vi em Viena, quando um grupo de crianças, sentados no chão, ouviam o que o professor dizia. Em silêncio. Pois é.
Sempre espero que tanto as escolas públicas tenham bibliotecas, como as escolas particulares, já que livro infantil é caro para os menos favorecidos. Aqui em Petrópolis, em 2015, a prefeitura suspendeu o projeto de estímulo à leitura nos terminais do Centro e de Itaipava. Havia uma estrutura metálica, tipo um quiosque, Livro do Ponto, onde o leitor pegava um livro e depois de ler devolvia no mesmo lugar. Algo parecido com o que vigorava no Rio, nas estações do metrô, não sei se continua.
Embora em Itaipava exista uma biblioteca no Parque Exposição, houve também uma doação maciça de livros de ex-alunos da Escola Municipal Celina Schechner, que vai beneficiar diretamente mais de 300 alunos, se os professores os direcionarem para a leitura. Um excelente início para a construção cultural das crianças.
É importante também colocarem os pequenos em contato com a música erudita, que comprovadamente ativa regiões cerebrais muito importantes. A programação do Parque Exposição promove muitos shows de música, para mim, de gosto duvidoso onde a moçada vai para beber e muito. Apresentação de pequenas conjuntos de música de câmera nas inúmeras favelas da região ia fazer muito bem as crianças, aos jovens, muitos dos quais nunca foram ao cinema.
Evidentemente, um lar de classe média, com pais sensíveis à leitura, e a música, faz uma diferença enorme, mas nem todos têm essa sorte.
Conheci governadores estaduais que nunca assistiram a um concerto no Municipal ou foram a vernissages. Também houve um presidente que se gabava de nunca ter lido um livro, embora hoje cite o livro que lê no momento. Evoluiu.
Pois bem, ponho aqui em dúvida se Jair Bolsonaro alguma vez pisou no Municipal, para assistir a ópera, um balé ou mesmo um concerto. Se alguma vez foi ao teatro. Suas declarações e ações em relação a classe artística brasileira é de um ressentimento sem limites. Passa-me a ideia que ele simplesmente odeia a cultura, e aliás de fácil constatação.
Hoje leio no jornal as escolhas da pasta da Cultura. O Secretário Especial, o infame Roberto Alvim, o sujeito ressentido que ofendeu Fernanda Montenegro, está livre para escolher o secretariado que integrará a pasta, e ao ler o currículo de seus integrantes, fiquei estarrecida. Nunca vi tanto despreparo, todos cristãos, conservadores aliados ao perfil ideológico de Alvim. O que tem a cultura a ver com o sujeito ser cristão e conservador? Tristeza mesmo, retrocesso brabo, todavia tenho certeza que os intelectuais, os artistas brasileiros vão dar de goleada nessa gente medíocre que tenta impor seus valores atrasados a uma arte e cultura pujantes como a brasileira. Não passarão.
O desenvolvimento para se adquirir cultura vem desde o início de nossas vidas. Cinema, teatro, livros, música clássica, dança, tudo isso aumentando a cada ano. É como na escola, a base é dada logo de cara, e nos anos seguintes aquela base vai se expandindo, se expandindo, se expandindo, mas houve uma sementinha lá atrás. Assim se constrói o conhecimento. Num país como o nosso, as inciativas governamentais, estaduais e municipais deveriam se preocupar com o brasileirinho que começa sua vida intelectual na escola. Não é o que fazem, e o que constato aqui em Petrópolis, imagine nos grotões desses país enorme. A elite cada vez melhor, muito obrigada, e o povão retrocedendo brabo.
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