domingo, outubro 29, 2017

A NOITE DO MEU BEM, de Ruy Castro

O livro tem 431 páginas, e mais umas 50 de bibliografia, pois bem, li quase de uma vez só. Mérito de Ruy Castro e da temática abordada. O sub-título é A História e as histórias do samba-canção, e abrange um período de pelo menos uns 20 anos. Pelas páginas do livro desfilam personagens artísticos e jornalísticos, todos muito conhecidos por todos os brasileiros, graças ao rádio e a imprensa. 
Ruy desenha a história do samba-canção como a própria história da cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, e sem parece saudosista, ou quem sabe até sendo, uma cidade cheia de glamour, onde sair à noite e andar pela orla marítima um prazer sem sobressaltos. E nem vou falar na delícia que era ir à praia na década de 50 e 60, antes do túnel Rebouças. O que hoje é praticamente impossível, ir à praia e andar pela cidade sem sobressaltos. 
O auge das boates na década de 40, com o Vogue do barão Stuckart no comando, onde, como o autor mesmo cita, numa mesma noite sentavam-se os maiores fortunas do país. Desfilavam por lá, as mulheres mais lindas, caprichando no vestuário, todas de longo e os homens de smoking. Outros tempos. Eram caras, a classe média nem pisava porque não tinha cacife pra gastança, e onde cantavam as melhores vozes do Brasil, e onde a transformação desse gênero de música, tão caro aos brasileiros, foi mudando para uma outra temática, sem deixar de ser samba-canção.
O que me fascinou foi o fato de que embora nascida em 44, acompanhei muito bem a história do livro, conhecia seus personagens, muitas das histórias, lia Antonio Maria, Stanislaw Ponte Preta, e posso dizer que a minha geração já nasceu querendo ouvir outras vozes, outra batida, que não fosse Dalva, Nelson Gonçalves e aquela turma do gogó. Cresci vendo Elizete, a Divina envelhecer, e ouvi Agostinho dos Santos emprestar seu vozeirão em várias canções de Tom Jobim. Era encantada com Dorival Caymmi, reconhecia sua genialidade ao longe, enfim, e Vera Lúcia Ferreira Maia , filha de Nora Ney era minha colega de Mello e Souza, assim como Nelita, uma das mulheres de Vinicius, e Tania Sherr, que era uma menina linda com uma carinha bem travessa.
Lendo o livro revivi um passado do qual muito me dá prazer. A narrativa é gostosa, o revival dos fatos muito bem encaixados, vale muito a pena se debruçar neste livro tão gostoso.

segunda-feira, outubro 16, 2017

O ASSÉDIO FEMININO EM PAUTA

Eu, e todas as mulheres brasileiras crescemos com o assédio masculino indecente e obsceno desde sempre. Década de 50, eu criança, via homens com a braguilha aberta dentro dos bondes, e se masturbando, o que fazia minha mãe trocar de lugar sem nunca ter advertido o trocador do mal feito. Os tempos eram assim. Depois, durante a minha adolescência ouvia as maiores barbaridades, sussurradas ao meu ouvido por todo o tipo de homem, desde os caras no caminhão, aos que trabalhavam nas ruas cujos olhares eram de uma lascividade total. E nós ouvíamos e ouvíamos e ouvíamos. Ninguém falava para as mães, comentávamos entre nós. 
Depois, já mulher, com pretensões à atriz, sabia do teste do sofá na diretoria de novelas da Globo e de atitudes similares nas grandes empresas. Nunca fui submetida a nenhum desses testes.
Harvey Weinstein foi desnudado em praça pública. Atrizes famosas como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow passaram pelo seu sofá e várias outras. Legal, que agora as mulheres botem a boca no trombone. Isso tem que mudar.
Causa-me espanto o silêncio de nossas atrizes, rápidas ao julgarem José Mayer, mas absolutamente omissas em relação a elas mesmas em relação ao teste do sofá da Globo, onde todas as atrizes passavam pelo crivo sexual do maioral que sentava na cadeira principal. Poderia haver exceção, mas o grosso passava mesmo. Adoraria que elas viessem a público e se posicionassem em relação ao assunto. Sem falar nos gays que também eram submetidos ao mesmo tratamento.
Muito bom que se mude essa cultura permissiva e obscena. Vamos por sim, a boca no trombone.

quinta-feira, outubro 05, 2017

REFORMA POLÍTICA FAJUTA

O Brasil retrocede e mostra a sua cara mais perversa. Temos no Congresso, políticos votados pelo povo que abraçaram o profissionalismo da carreira e não largam o osso de nenhuma maneira. Esses indivíduos não têm projetos para o país e sim para o próprio bolso. Muitos deles enricaram de maneira extraordinária e ainda fazem herdeiros. Do Congresso também fazem parte a turma miliciana, e a dos retrógrados evangélicos. No Rio de Janeiro a Assembléia faz cultos evangélicos, quando se esquecem que o Estado é laico. Sou a favor que se tirem as imagens de Cristo na cruz presente em tantos órgãos públicos. Preocupa-me o avanço de ideias conservadores que hoje paira pelo país, um retrocesso depois de tantos avanços conquistados com muita passeata e protestos.
A Reforma Política aprovada ontem no Congresso será financiada com dinheiro público, dinheiro esse que poderia ser empregado na Saúde, Educação, Segurança, etc, mas vai pros bolsos desses pulhas se reelegerem. Esses pulhas, essa gente infame que além de salários e benefício indecentes, ainda têm o privilégio de se aposentarem com salário integral depois de 8 anos na Casa. Em tempos de informática por que essa gente não usa as redes sociais? Ou qualquer outra forma que a informática dispõe? Há tantos congressistas, por que não se reduz o número absurdo, assim como seus suplentes? O povo grita e pouco adianta. Sentados nos seus imensos privilégios, essa turma infame e incapaz é que está lá no Congresso Brasileiro vomitando suas leis para os babacas do andar de baixo. O Brasil está imerso numa crise estupenda, política, econômica, social, educacional, etc. e tal, e perdemos o bonde para dias melhores. Vamos continuar parando em estações esburacadas, que para sair do buraco vai demorar muito.

terça-feira, outubro 03, 2017

CACHORROS TAMBÉM GOSTAM DE PRAIA

Vi na Europa cachorros com focinheira em todos os lugares, do aeroporto, dentro do avião, em estações ferroviárias, dentro dos vagões, em restaurantes, cafés, hotéis, dentro de transportes públicos, everywhere. Ontem, li no jornal sobre a proibição de cachorros na praia. Concordo em tese, lembrando daquele homem que esfaqueou a autoridade municipal quando foi advertido para tirar o seu cachorro da areia. O dono deveria ter ido preso e que seu cachorro ficasse com a autoridade esfaqueada. Perda do cão imediata, deveria ser a punição. O exemplo ilustra bem a qualidade de cidadãos que possuem pets e não sabem lidar com os limites. Aliás, convenhamos uma qualidade comum a muitos dos que aqui moram.
Cachorros gostam de brincar na areia, nadar, principalmente labradores, que são grandes nadadores. Por quê o poder público dessa "luminosa" cidade não delimita um espaço para nossos bichinhos se divertirem? Aos donos ficaria a obrigação cívica de manter o local limpo. Mas, como somos governados por dois incapazes, duvido muito que se pensa em ideias assim, comuns na Europa, mas incapazes de serem pensadas em terras nossas. Atraso.

A GOVERNANÇA DE PEZÃO

O governador Pezão se mostra incompetente, mentiroso, irônico e arrogante. Se fossemos analisar todas as suas declarações é constatar o óbvio: é incompetente, infame  e nos enche de raiva, porque por mais que lutamos por seu impedimento este homem está agarrado ao poder e a Assembléia Legislativa nada faz, além de latir sem sucesso. Os funcionários do Executivo são penalizados com a falsa premissa que falta dinheiro nos cofres do Estado. Mentira, porque se os outros órgãos recebem, então é óbvio que há dinheiro, mas o infame governador privilegia as castas porque precisa delas para governar, e que se danem os outros. Registro aqui a penúria em que estão vivendo funcionários aposentados com salários atrasados, feridos na sua dignidade de profissionais, e tendo que aceitar cestas básicas, quando contribuíram a vida toda para que agora pudessem desfrutar de seus salários. PEZÃO tentar mexer no contracheque do servidor há algum tempo, sem sucesso por conta do olhar atento da turma do departamento pessoa. Servidor do Executivo, vamos clarificar, porque os polpudos contracheques da turma do Judiciário e do Legislativo, ele nem cogita. 
 Tem como vice, um senhor que deveria estar fazendo artesanato ou escrevendo livros, Dornelles é um ancião, e com todo o respeito, porque caminho para lá, deveria dar lugar aos mais jovens, que normalmente vêm com ideias revolucionárias. Mas, como no Brasil a educação anda para trás, e estamos décadas atrasados em relação aos países que invejamos, duvido que as ideias sejam tão revolucionárias assim.
Agora, este governador confrontado com o juiz Bretas mentiu de novo. De nada sabia da organização criminosa de Cabral, embora fosse vice-governador, e declara que só assinava os papeis, tentando escapar da corrupção na Secretaria de Obras por conta das construções realizadas na gestão da qual era vice-governador. Como pode mentir, se omitir e ainda continuar no cargo? Como pode a Assembléia Legislativa também se omitir? Como podemos viver num país como o Brasil onde quase todos os políticos são corruptos, legislam em próprio benefício e não movem um dedo para acabar com seus benefícios, inclusive a nojenta aposentadoria depois de 8 anos de mandato? Temos que acabar com isso, não renovando no voto essa corja que aí está, o modelito está saturado, a arma está nas nossas mãos.
Pezão fecha seus depoimento dizendo que a pena de Sérgio Cabral Flho foi excessiva. Depoimento infame, obsceno que ofende a  todos nós.