Enquanto Pablo Escobar reinava em Medellín, Colômbia, eu aqui no Brasil, lia sobre ele, e me horrorizava com o que ele fazia no seu país. Bandido sanguinário, matava sem piedade quem obstruísse seu caminho, enquanto acumulava bilhões com a droga que produzia nos inúmeros laboratórios entranhados nas selvas colombianas.
Nessa época, o Brasil começava a distensão, mas grandes problemas assumiam protagonismo inédito. A chegada da AIDS, o início da violência urbana no Rio de Janeiro com os famosos pivetes, e o aumento do consumo de cocaína que provocou o comentário de um famoso delegado, ao dizer que "Copacabana brilha à noite".
Ao assistir a maravilhosa série NARCOS com uma equipe brilhante, com Wagner Moura encarnando Escobar, não há como não traçar paralelos com a violência estúpida e avassaladora que acontece no Brasil de hoje, com a carnificida colombiana liderada pelos narcos. A série é violenta, escabrosa e se impõe como reflexão aos que acontece por essas bandas tropicais. A corrupção brasileira envergonha qualquer um. O Parlamento brasileiro, em todas as instâncias é caso de polícia, claro que há exceções, mas pelo que se lê, a impressão é que muitos deveriam estar na cadeia, integrando a turma que já se encontra presa.
O Toma Lá Da Cá acabou com qualquer política que ajude o povo. Ela estimula o atraso e privilegia o clientelismo, e serve mesmo para encher os bolsos de certos parlamentares.
A Colômbia se livrou de Escobar e dos outros narcos na mesma época. Porém, longe de acabar com a produção da droga (que deve render muito$ bilhões aos cofre$ do paí$), o que se vê é uma outra geração de narcos, discretos, que não ostentam, mas que continuam produzindo e distribuindo a droga pelo mundo.
Triste isso, porque vejo o Brasil passando pela mesma decadência social e jurídica por que passou a Colômbia. Os milicianos são os narcos tropicais, são eles que matam e fazem regras para estabelecer o domínio. Já estão no Congresso e em todos os lugares. O droga passar por aqui, o mercado aqui é bem abastecido e ela continua seu caminho.