quarta-feira, novembro 25, 2009

PRÉ-SAL

Concordo com o governador Sérgio Cabral, estão querendo roubar o Estado do Rio de Janeiro. É inacreditável a fome não só da União como dos governadores nordestinos em relação a distribuição dos royalties do Pré- Sal. A matemática é simples, estados produtores recebem mais, acho mesmo que não tinham que dividir nada com ninguém. O dinheiro fica no estado produtor. E quem garante que os nordestinos vão aplicar esse dinheiro em favor do povo, com escolas, investimentos em saúde, infra-estrutura, etc... A história mostra o enriquecimento da família Sarney, Antonio Carlos Magalhães, Renan Calheiros e todos eles enquanto o povo sempre morreu à mingua. Está aí o Maranhão que não me deixa mentir.

terça-feira, novembro 24, 2009

AHMADINEJAD

E ele chegou ao Brasil. A foto no jornal OGlobo estampa os dois, Lula e ele, sorrindo e bastante à vontade, Lula inclusive o pegando pelo braço. Eu não gosto do iraniano pelo que diz, sujeito preconceituoso e debochado, e também é só, leio sobre o Irã quando tenho vontade, e não é sempre. Mas é interessante notar que a impressa americana acaba com o Lula, diz que essa visita ameaça a liderança internacional de Lula, que a visita foi um grande erro, que o governo brasileiro legitima a eleição do cara, e nesse coro de vozes contra se junta a dos israelenses, naturalmente. E então, o espaço se abre para a análise dos comentários europeus, totalmente diferentes e muito mais realistas. Onde se conclue que a imprensa dos EUA é cabotina com qualquer país que não leia por sua cartilha. Agora, se o Brasil está fazendo esta festa toda para o iraniano apenas para ter uma vaga no Conselho de Segurança, que essa política de Lula vá a merda.

segunda-feira, novembro 23, 2009

VIVA DONA CANÔ


Que coisa mais fofa, dona Canô, no alto de seus 100 anos pedir desculpas pelo filho Caetano. Foi singela, e mais singela foi não reconhecer a importância de Caetano no cenário cultural do país. "Ele não quis ofender o presidente, é apenas um cantor". Dona Canô, seu filho é muito mais do que um simples cantor, é um dos nosso maiores músicos, compositores e intérpretes. É também um homem corajoso, sem papas na língua e que não se amedronta com as patrulhinhas ideológicas que cercam o planalto. Viva Caetano, Viva dona Canô.

LULA, O FILHO DO BRASIL

Muito estranho esse filme sair em ano eleitoral e o Ministério Público não se pronunciar. Muito estranho também Lula usar palanque oficial para prestigiar Dilma, e os opositores não tomarem posição. Lula faz o que quer e a patuleia obedece. A impressão que eu tenho é que depois que o Obama chamou Lula de o cara, todo mundo ficou com medo de dizer alguma coisa contra ele, afinal se o chefe da grande nação irmã diz uma coisa dessas, como é que eu, do andar de baixo, posso pensar em desmentir, então, deixa o cara pra lá. Que ele faça o que quiser.

KABUL, a peça


O AMOKTEATRO pesquisa e desenvolve textos sobre o teatro em zonas de conflito, sejam elas na Sérvia, Afeganistão ou mesmo nas favelas cariocas.

A peça em questão, Kabul, trata de conflitos de dois casais no devastado Afganistão, e o plot é baseado no livro de Yasmsina Kahdra, As Andorinhas de Cabul. Li o livro como li os outros dois, As sirenas de Bagdá e O Atentado, e ao acabar fiquei feliz de ter nascido no Brasil.

A encenação parte de uma história real: uma mulher vestindo uma burka é apedrejada na rua por ter cometido adultério. E as outras duas histórias, ficionais baseadas no livro, se entrelaçam a partir daí. É impactante ver o trabalho dos atores. Há uma preocupação latente com o corpo e voz e li que a direção bebeu na fonte de Arianne Mnouchkine, do Théâtre du Soleil. A direção, texto e concepção são de Ana Teixeira e Stephane Brodt. Elenco: Stephane Brodt, Fabianna de Nello e Souzam, Kely Brito e Marcus Pina. É um trabalho de atores.

A música abre o espetáculo e pontua as cenas. Música típica.
Sai encantada.

sábado, novembro 21, 2009

TIROS E MORTE NO ARPOADOR

Não é possível que a PM atire a torto e a direito. Nos EUA os policias raramente atiram no bandido, vão atrás, caçam, se jogam em cima e coisa e tal, aqui, não, a incompetência da PM é de tal forma que os cretinos só sabem usar arma de fogo, e mal. Não tem competência, nem adestramento para isolar o bandido. Como é que pode, em pleno solão, num sábado cheio de gente, a PM atirar pra caçar um débil mental foragido pela polícia que ameaçava o povo, na praia, com facão? Não pode, será que o Governo do Estado também não tem competência para criar cursos para qualificar essa gente? O que tem de bala perdida e de cidadãos aleijados por conta da ineficiência da PM também não está no gibi.

sexta-feira, novembro 20, 2009

O FERRO DE PASSAR ROUPA

Mirinha ficava fascinada com a agilidade de Preta Zé. A moça passava a ferro como ninguém. Estalava os dedos, molhava na língua um ou dois e os tacava no ferro quente. Um shhhhh rápido sibilava no ar junto com a vontade que Mirinha tinha de fazer aquilo algum dia.
Pé ante pé, a menina chegou à lavanderia. O ferro estava sobre a tábua de passar roupa. Ligou-o na tomada e esperou esquentar. Ao invés de seguir o exemplo de Preta Zé, levou-o diretamente à língua. Ouviu o shhhh sibilado dentro de sua boca. Levou um susto com a dor e, por um átimo, achou que sua língua ficaria pra sempre grudada no ferro. Com ela em brasa, tirou o ferro da tomada, saiu correndo em direção ao seu quarto e lá ficou até a hora do jantar.
Não deu muita atenção quando o pai chegou com uma barra de chocolate, a que ela mais gostava. Encheu o pai de beijinhos e não comeu o chocolate, como era o seu costume. A língua incomodava tanto que ela ficou com medo de ser descoberta quando abrisse a boca. Sim, porque era tão travessa, que a mãe tinha prometido que na próxima aventura em que ela se machucasse, umas boas palmadas iriam aquietá-la.
Na hora do jantar, se sentou à mesa e fez biquinho para a sopa.
– Quero não, mamãe, falou, espantada ao constatar que mesmo com a língua machucada as palavras saiam, embora o esforço pra falar direito fosse enorme.
– Você está falando esquisito, disse a mãe. Que aconteceu?
– Nada não, mãe, estou com um sono. Posso ir dormir?
– Vai, depois levo um copo de leite pra você. Não vai comer nem o chocolate?
- Amanhã.
E foi assim que Mirinha escapou de umas palmadas e nunca mais chegou perto do ferro de passar roupa.

O REAJUSTE DOS APOSENTADOS

Não consigo entender a lógica do governo quando se trata do reajuste real para os aposentados que ganham acima do teto mínimo. Num governo onde os gastos públicos são extraordinários, soa, no mínimo, indecente o ministro Mantega dizer que não pode conceder o mesmo reajuste a todos os aposentados, porque vai dar um rombo nas contas. Ora, ora, me engana que eu gosto. Se esquece, esse desgraçado, que essa classe de gente PRECISA de aumento decente, pois estão mais velhos, precisam de remédios e de um cuidado maior. E a gente sabe da dinheirama que rola no planalto e que vai sendo distribuída para os programas assistenciais do governo, e pra fazer de Dilma a sucessora de Lula.

sábado, novembro 14, 2009

COCO AVANT CHANEL


Duas meninas são deixadas na porta de um orfanato pelo pai, uma delas Gabrielle Chanel. É a história da vida dessa mulher extraordinária que soube aproveitar todas as chances que a vida lhe ofereceu. De simples costureira tornou-se a grande estilista reverenciada no mundo inteiro. Contou com a ajuda de dois homens importantíssimos em sua vida, Etienne Balsan e Boy. Audrey Tautou tem uma autação bastante interiorizada, econômica nos gestos, magra até a alma, vai dando vida ao personagem. Interessante de se acompanhar a transformação do vestuário e o que isso também trouxe à própria evolução da mulher. Livrando-se dos espartilhos, deixando o corpo livre, podendo respirar sem estar sufocada, não deixa de ser uma metáfora em relação à vida das mulheres de então. Há uma cena de baile em que todas as mulheres estão vestidas praticamente iguais, e lá está Chanel com um pretinho básico, cabelos curtos, totalmente diferenciada de todas as outras. Chanel trouxe consigo uma liberdade corporamental que era estranha à época, uma mulher a frente de seu tempo.

quinta-feira, novembro 12, 2009

O PATERNALISMO DO GOVERNO, ESTADUAL E FEDERAL

O governo no presidente Lula é realmente muito bonzinho. Celular de graça pro povão do Bolsa Família. É uma atitude demagógica e populista que qualquer cidadão deve questionar. O governo tem que dar subsídios para o povo poder estudar com qualidade, um sistema de saúde operante e evidentemente as oportunidades aparecerão não só pra comprar celular como também para obter um bom emprego e se desenvolver na vida. Isso é o justo. Utopia, dirão alguns, não sei, mas é como entendo o Estado de direito. O governo do Estado do Rio de Janeiro fez coisa semelhante. Andou distribuindo laptops para professores, inclusive para os que não lecionam e se refastelam em cargos burocráticos. Errado, dê um salário digno para que as pessoas possam comprar não só laptops como qualquer outra coisa. E outra coisa, instalar computadores em escolas públicas é roubo certo no dia seguinte, como aliás aconteceu.

sexta-feira, novembro 06, 2009

AMOR
a sala iluminada
fica
pela luz do teu olhar

(DES) ENCONTRO
nasce o sol se esconde a lua
nasce a lua se esconde o sol
eis o casamento perfeito

INFÂNCIA
o menino sorriu
pro sol no poente
na ponte sobre o rio

A ENTREVISTA DA BRASILEIRA NO PROGRAMA DA OPRAH

De vez em quando assisto ao programa da Oprah, e me divirto bastante, outras vezes acho chatérrimo e mudo de canal. Fiquei curiosa pra ver o vídeo da brasileira que mora no Rio, em que diz que uma das felicidades do povo é poder andar quase sem roupa e ter sol na cidade o tempo todo. Mais ou menos isso foi o que li no jornal. Na quarta-feira, o dia do programa não estava em casa, mas vi alguma coisa no site do GNT no dia seguinte e fiquei pensando como esses programas são armadilhas para os que não são americanos. Todo americano ama Oprah, a mulher carismática, estrupada quando criança, pobre e que se tornou uma das maiores lideranças na mídia americana. Há que se tirar o chapéu e eu adoro pessoas assim. Como Lula. Exemplos a ser seguidos e homenageados. Bem, mais Oprah é americana e estava entrevistando uma brasileira. As imagens da cidade, lindíssima em três painés deslumbravam, mas as perguntas nem tanto. Perguntou sobre a violência - tinha acabado de acontecer aquele horror no Morro dos Macacos, e a brasileira se saiu bem- mentiu, claro, disse que aquilo era pontual. Nós bem sabemos que não é nada pontual, é a realidade gritante da cidade por incompetência do governo federal e estadual. Só que lá, na terra da Oprah a violência também não é pra principiantes, haja visto o massacre que leio hoje no jornal sobre o psiquiatra militar no Texas. E casos como esse existem aos montes em terras do norte. Não sei se seria legal a brasileira reverter a pergunta em prol da própria violência americana. Outra coisa foi sobre cirurgia plástica, o Brasil como o país onde todos fazem cirurgia plástica. Pois é, estamos atrás deles, e a brasileira perdeu outra boa oportunidade de mencionar isso e ficar por cima. Inglês legal ela tinha. Achei engraçado a brasileira dizer que aqui todos fazem plástica pagando em suaves prestações mensais. Pra mim continua caríssimo, mesmo em suaves prestações. Outra pergunta foi o fato de ninguém pagar hipoteca pra compra da casa própria. Nem eu entendi o que a Aline falou. Disse ela que o brasileiro é um grande poupador e que todos compram à vista ou com financiamento do banco. Pra mim é a mesma coisa. Pagamos pra alguém pra ter a casa, não é? Se não for, me esclareçam. Agora, o brasileiro ser um grande poupados até que gostei, mas será que é isso mesmo? A piada do programa foi quando Oprah mostrou a favela onde mora Maria, a empregada de Aline, um horror, e ela dizendo que a favela é um lugar super tranquilo e que o filho dela costuma ir as festas lá. Me engano que eu gosto. Brasil pra Oprah e os americanos verem.

AS OPINIÕES DE CAETANO

Corajoso este baiano genial, e pela primeira vez na vida discordo dele. No primeiro momento adorei a idéia de Marina Silva ser candidata à presidência da República, depois me lembrei, que ela é evangélica e adepta do criacionismo, e então, deixei de adorar a idéia. Lula não é um homem culto, como não era Garotinho, Rosinha, Benedita da Silva, e tantos outros. Mas como disse alguém, pra exercer o cargo máximo deve se ter é competência administrativa. Lula se firmou no cenário mundial e qualidades ele deve ter. É grosseiro, fala muito mal, a inflação está sob controle mas em compensação o crime prospera e a segurnaça é zero. Não votaria de novo em Lula, e deixei de ser simpática ao pt há muito tempo, mas há de se ouvir a opinião de Caetano, um homem brilhante e culto.

quinta-feira, novembro 05, 2009

THIS IS IT


À princípio fiquei na dúvida se queria vêr o filme. A morte de Michael Jackson tão abrupta me deixou reflexiva por alguns dias. Reflexiva em relação ao próprio artista e a vida, o que fazemos aqui no planeta, nós que nascemos do encontro de um óvulo com um espermatozoide mais afoito. De um encontro banal e simples da natureza nascemos. Alguns de nós serão geniais, alguns outros nem tanto e a grande maioria medíocre. Sorry about that, mas é assim que penso.

MJ sempre foi um enigma e por isso me fascinava ver suas fotos e tentar entender quem se escondia atrás daqueles olhos escuros de ultimamente e da máscara facial que foi adotando com o tempo. Evidente que ele não era um cara como todos. A genialidade do artista se igualava a excentricidade física em que se tornou. Até nisso foi único.

Quantas vezes vi o menino Jackson, simpático toda a vida, cantando com seus irmãos. Acompanhei-o um tempo e quando me dei conta ele se tornou o rei do pop, o dançarino extraordinário, seu canto revolucionando a canção. E também fui acompanhando todo o resto. Especulava como podia ter se tranformado tanto. É bem verdade que o tal incêndio que acabou com o seu cabelo e deixou marcas e dores que o acompanhavam e que só se amenizavam com remédios, deve ter deixado marcas profundas, mas daí a começar a mudar sua identidade visual é um caso patológico.

O filme é extraordinário e não há como não se emocionar. Todos o reverenciam, orgulhosos de participarem do show. Dançarinos, backling vocal e músicos que o viram cantar pequenos e naquele momento dividiam o palco com ele, deram depoimentos emocionados. Magia suprema. E Michael? O que dizer do artista realmente genial, brilhante sob todos os ângulos, suando a camisa e exigindo de todos a perfeição musical que ele traz dentro de si. Que ouvido sensível, que alma cantante.

Tenho apenas a certeza que ele não ía conseguir chegar aos 60 anos. Não ía, e às vezes acredito mesmo no destino. Ele estava fadado a ir embora cedo. Sua alma, sesu rosto, suas dores não íam resistir por tanto tempo assim.

Adeus MJ, que bom que você exisitiu. Espero encontrá-lo um dia, num lugar especial onde você possa cantar e dançar para mim, e eu plátéia emocionada aplaudir até não aguentar mais.

domingo, novembro 01, 2009

O PODER DA TRANSFORMAÇÃO

Acredito que a chave para não ficarmos estratificados em conceitos e atitudes é a reflexão diária sobre nossas vidas. E digo isso de cadeira, porque passei por alguns momentos em que encasquetava uma coisa na cabeça e não conseguia me livrar das amarras. Foi através de leituras, de um olhar pra dentro de mim mesma que fui saindo daquela redoma em que me tinha colocado. E olha que já tem tempo, o Rio não estava violento como hoje, e ainda era um prazer sair de noite.
É claro que numa cidade como o Rio de Janeiro, cuidados há que se tomar, mas limitar a sua vida a conceitos preestabelecidos é dose, e acredito que aí é que o problema reside.
Vou ilustrar com uma história. Estava dirigindo em Teresópolis, e minha amigona Maria Laura estava comigo. Não queria entrar com ele numa estrada de terra que era barro puro e estava encharcada de água da chuva. O carro era novinho, estava limpinho, e ela disse, querida, carro é utilitário, se você comprou é pra dirigir em qualquer lugar. Ouvi e percebi na hora que esse nó eu tinha que desatar. Desatei e devo muito a ela. E é assim na vida. Legal quando a gente consegue ouvir e ... mudar, e sou muito grata a essa minha virtude.
Outra mudança foi a preguiça e a falta de estímulo para sair à noite. Estava pensando igual a muita gente, ah, de noite não saio, o Rio está violento. Está, mas a violência está a qualquer hora do dia. Não preciso ficar de madrugada na rua, e sempre volto antes da meia-noite, aliás bem antes, mas vou ao teatro, aniversário de amigos e fiquei mais feliz. Gostaria de ter companhia, mas como não tenho, muitas vezes vou sozinha mesmo.
Me causa perplexidade quando escuto amigos colocarem tantas barreiras em suas vidas, e fazerem ouvidos moucos a transformações que poderiam tornar suas vidas mais interessantes.
Por isso acho que devemos estar sempre atentos a nós mesmos e sair da toca sem medo, enquanto temos lucidez e força física para isso, sem colocar impecilhos banais.

O DONO DO MAR de José Sarney


Vou começar logo dizendo que execro o homem, o político mentiroso, corrupto e sonso, mas me curvei a sua literatura. Amei o livro e o devorei em três dias, sem conseguir me afastar dele um momento sequer. Trata-se de uma história de pescadores do Maranhão, encabeçada pelo Capitão Cristório, onde a vida dele vai sendo contada, em meio a desgraças e sofrimentos que fazem parte da vida humana, e lá muito pior do que aqui. Sarney usa e abusa do realismo fantástico, a narrativa tem força dramática e é lírica o tempo todo. Usa imagens belíssimas pra descrever ações banais, e.... não há como se apaixonar pelos seus personagens, a começar do próprio Cristório, Querente, Quertide e tantos outros.