segunda-feira, fevereiro 26, 2007

DREAMGIRLS

E não é que a Jennifer Hudson ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante? Valeu. O filme foi muito legal. Fui ver porque adoro o Eddie Murphy, admiro a Beyoncé, que pra mim, é uma das mulheres mais lindas do show biz e ainda tinha a presença de Jaime Foxx (outra atuação arrebatadora quando deu vida a Ray Charles). Assisti a toda a projeção com um sorriso. As atrizes-cantoras dão um show de gogó. Que nem Antônia, o filme brasileiro. E a Jennifer que nunca havia pisado um palco, ou feito um filme enchia a tela quando aparecia. Carismática e simpática era uma delícia vê-la atuar. O artista, com certeza, nasce pronto. Eddie Murphy bate um bolão. Gosto dele. Tenho a sensação de que ele deve ser um cara tímido, mas quando está atuando, deixa de lado tudo e extrapola pra valer. E de uma maneira engraçada e talentosa. Penso em Jimmy Carrey, que é um grande careteiro, mas já me vi dando boas risadas e seus filmes. Não pago para ver Carrey na telona, mas o vejo quando passa na tv a cabo, e por mais que o discrimine, ele me faz rir. E é muito bom rir.

BORAT

O ator inglês, Sacha Baron Cohen, fingiu ser um jornalista do Casaquistão e foi para os EUA com a intenção de divulgar para o mundo o American way of life. É o que diz a informação do filme no jornal. Nunca tinha ouvido falar nele, e no primeiro momento acreditei na informação. Claro que está correta, mas o que acontece no filme é de tirar o fôlego. A idéia é fantástica e a coragem também. As pessoas sem saberem que era um filme, tentavam colaborar com o ator, mostrando os hábitos americanos e o pensamento também, em situações bizarras e hiláricas. So a atriz Pamela Anderson sabia que era um filme. Com ela houve ensaio. Uma determinada cena me deixou incomodada. Foi uma briga dos dois atores, nus com a câmara enlouquecida acompanhando a luta. A impressão que deu é que foi uma tomada só, e os atores entregaram-se literalmente de corpo e alma. Não sei se a visão do cara gordão, com têtas e um barrigão que cobria o pênis era tão grotesca que eu fui abaixando na cadeira, inconfortável com aquela visão, mas sem deixar de rir pelo inusitado. Todos devem ver o filme. É corajoso, único, e mostra o lado de lá sem máscaras e bastante machista quando a mulher é o tema da conversa.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A MULTIDÃO NO CARNAVAL DE SALVADOR, RECIFE E RIO DE JANEIRO

  • Quando vi as imagens do carnaval nas capitais acima mencionadas, gelei. Me senti uma formiguinha impotente frente a massa humana que se esbaldava, cantando e dançando. Tive até medo. Fiquei pensando o que leva as pessoas a ter esse tipo de euforia exagerada, quando o país está mal, quando brasileiros honestos sucumbem a cada dia devido à violência urbana, quando não há emprego suficiente para muita gente, quando os políticos continuam roubando, quando o Janene vai se aposentar com um salário excelente, mesmo tendo roubado, quando a saúde e a educação têm níveis abaixo do que seria esperado, e enfim, quando o crescimento do país não passa de 3,5% ao ano( Na China é 10%, e eles também param uma semana para comemorar o ano novo deles) Somos capaz de nos mobilizar para sair atrás de trios elétricos ou para sair em Escolas de Samba, mas somos incapazes de nos juntar e aquartelar na ALERJ para pedir mudanças emergenciais para este país. Temos que lutar e exigir que as regras mudem.
  • O Brasil não pode ter esse monte de feriados.
  • A educação tem que ser obrigatória e de qualidade para todos. Pelo menos até a faculdade.
  • Geração de empregos. Está na Constituição.
  • Escolas técnicas.
  • Controle de natalidade, para ontem.
  • Lei do Aborto livre. A mulher é dona do seu corpo.
  • Acabar com os privilégios financeiros dos políticos.
  • Extinguir a aposentadoria dos governadores. Afinal o máximo que passam no poder são 4 anos. É imoral receberem aposentadoria por tal cargo.
  • O Brasil precisa ser reconhecido por avanços tecnológicos e por uma economia forte. CHEGA DE CARNAVAL E FUTEBOL.
  • Mudança na Lei Penal. Prisão perpétua e cadeira elétrica.
  • Se não se pensar em inclusão, vamos nos afundar cada vez mais nessa sociedade injusta e cruel. Estamos criando monstros.
  • No Brasil, a fome tem raiva. Muita raiva.
  • Não podemos esquecer a morte do João Hélio. Muitas outras aconteceram e continuam a acontecer, mas a catarse que ele provocou é porque não agüentamos mais.
  • Temos que continuar indignados e LUTAR.
SE ESQUECI ALGUMA COISA, PODEM ACRESCENTAR.

DECLARAÇÃO DO MINISTRO GILBERTO GIL

Não sei o que acontece aqui no Brasil. Estamos tratando a morte das pessoas como fato banal. Como é que o Ministro Gilberto Gil tem a ousadia de dizer que a violência na Bahia foi banal e histórica, mas o povo estava muito alegre. Esse comentário foi infeliz e inoportuno, talvez seja assim que os políticos desse país vejam a violência: deixa matar, desde que o povão esteja se divertindo.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

HELEN MIRREN E FOREST WHITAKER

Respeito e amo o trabalho do bom ator ou atriz. São eles que nos contam e nos fazem acreditar na estória que é contada na tela. Não saberia citar o melhor, ou a melhor dentre tantos maravilhosos. A freqüência com que trabalham também vai ajudando no polimento do trabalho artístico. Não poderia viver sem o cinema e seus atores, hoje em dia cada vez melhores por conta de uma série de fatores, inclusive financeiro. É uma indústria onde rola milhões de dólares, onde não pode haver prejuízo. É claro também há filmes para todos os gostos, e alguns bem ruins, mas tenho a sorte de poder escolher, e o que vejo é sempre muito bom.
HELEN MIRREN no papel da Rainha Elizabeth no episódio da morte da Princesa Diana está esplêndida. Criou o seu personagem em cima de intensas nuances onde a emoção é transmitida na medida certa. Fazer o papel da Rainha da Inglaterra, quando a monarca ainda está viva, é uma tremenda responsabilidade. Só mesmo uma inglêsa para entender a fleugma britânica e passá-la a contento para as pessoas em todos os cantos do planeta. Pelo que leio e pelo que sei da Família Real fiquei inebriada pela arrebatadora interpretação da atriz. Merece o Oscar.
FOREST WHITAKER foi outra grande surpresa. Que ele era bom ator eu já sabia, mas o ditador Idi Amin na pele e voz de Forest é outra esplêndida interpretação. Tanto ele, como Helen Mirren incorporaram o personagem. Como ele interpretava um louco cruel, ele pode mostrar não só a crueldade na sua pior forma como a loucura bestializada em forma de uma patética ingenuidade. Merece o Oscar.
Essas brilhantes interpretações me lembraram dos atores que personificaram CAPOTE e JOHNNY CASH . Saí em êxtase do cinema.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

NOTA MIL PARA O SÉRGIO CABRAL

Finalmente um político que mostra a sua cara. Ver Sérgio Cabral na missa de João Hélio deu-me esperanças de que agora vai. Que diferença do outro, evangélico, não é mesmo?

NÃO CUSTA NADA SONHAR



Ele odiava o barulho das bombas que vinham do morro anunciando a chegada da droga. O falso comportamento das pessoas se desejando um bom dia, quando tudo estava fora de controle e maldizia-se por morar num lugar tão pouco desenvolvido, com um povinho tão medíocre. Sua cidade estava sitiada pelo medo e governada pelo atraso. Não haveria nunca um ano feliz. Um ano promissor, como leu no jornal. Mentira. Os habitantes trancavam-se em seus bunkers e depois do toque de recolher, não se via viva alma perambulando pelas ruas. E se alguém ousasse sair, era preso e torturado pelas gangues de plantão. Até os cachorros e gatos de rua eram recolhidos, para não virarem carne de churrasco. Ele olhava pela janela e tinha dó de si mesmo. Tanto estudo para nada. O conhecimento acadêmico não era valorizado no seu país. Ele trabalhava e pagava seus impostos em dia. Para quê? Para sobreviver e ficar em dia com o imposto de renda, que entendia que seu salário minguado era renda, e descontava pra valer. Seu apartamento assemelhava-se a uma caixa de fósforos. Igual a tantas outras caixas, espalhadas por todos os bairros. Sentia-se acuado cercado por barulhos e ameaças infames. O poder paralelo tomou conta da cidade. Quem mandava agora eram os bandidos, organizados em gangue. A gangue do Complexo do Alemão, do Borel, do Vidigal e por ai vai. Todos os cidadãos eram obrigados a andarem com carteira de identidade e recibo de taxa paga para poderem circular pelas ruas. Um tipo de pedágio. No peito um distintivo vermelho e branco, que identificava o cidadão pagante em dia. Havia uma lista do que se podia e não se podia fazer. As gangues liberaram os jogos de futebol para a população. Todos podiam assisti-los de graça. Mas era importante que houvesse muito sangue, muita violência e pelo menos algumas mortes, para coroar o evento. As gangues de flanelinhas eram os responsáveis pelo estacionamento na cidade. Independentes do vínculo antigo com a Prefeitura, que era administrada por um maluco blogueiro, que vivia no computador ao invés de administrar a cidade, achacavam o cidadão e caso alguém se insurgisse contra o estipulado, tinha o carro sumariamente depredado. E não adiantava dar queixa na Delegacia. A Polícia Militar era meramente representativa. Pessoas infiltradas na redação dos jornais manipulavam as notícias e a população não tinha idéia do que realmente estava acontecendo. O governo dominado por políticos corruptos e aliados as gangues, se lixava para a cidade. A cidade fedia a urina e fezes. As praias poluídas e não mais freqüentadas abrigavam os sem-teto que acampavam nas areias fétidas. Não havia mais respeito, e quem mais sofria eram os idosos. Apedrejados por andarem devagar e estarem sempre no caminho dos que estavam com pressa, morriam nas esquinas, abandonados. A cidade ficou muito barulhenta e caótica. Quanto mais barulho se fizesse, mais as gangues apoiavam. Todos gritavam. Bibliotecas deram lugar à igrejas evangélicas, e as lojas de ruas à drogarias. Os lojistas, com medo da violência desenfreada, se espalhavam pelos andares refrigerados dos shopping-centers. Mais seguro. Pagavam caro por isso e descontavam no preço das mercadorias. O presidente dizia que ler era chato e por conta desta declaração, não se editava mais livros no país. Argumentavam que já se tinha o suficiente. As livrarias só não fecharam porque havia um pequeno grupo que resistia. E os livros, caríssimos, super taxados, só para os muito aquinhoados. Que o povo assistisse a novelas. Muito mais interessante. Uma estória contada ao vivo e a cores, e onde o mal sempre vencia. Música só funk e pagode. Proibido ouvir música clássica, para eles, música de velho. O Teatro Municipal perdeu a função. Com a Nova Ordem abrigava apenas bailes de Carnaval, agora mensais. O poder era jovem, buscava renovação.

Ele estava atento a tudo. A previsão desse caos já havia sido anunciada, há muito tempo. Mas os governos criminosos que se locupletaram no poder foram os responsáveis por essa situação calamitosa. Eles e o povo que votou nesse bando miserável. Foram todos comprados por votos de 1 real. Bando de populistas. São todos assim. Corja. Ele, no entanto não podia ir embora. Estava preso à sua terra. Fantasiava morar em outro país. Mas nem isso podia. Com que dinheiro? Sentiu raiva. “Será que eu mereço viver num país assim?” Que só pensa em carnaval e futebol?

Começou a levar a palavra às praças públicas. Sabia que era perigoso. Mas enfrentou. Seus poemas, simples e com métrica agradavam as pessoas. Todos os dias às quatro horas da tarde, ele ia para a Praça do Lido e começava a recitar. Pessoas paravam para ouvi-lo, outras já esperavam por ele. Um dia, um rapaz, timidamente pediu a palavra e recitou um poema. No outro dia, outros poetas ousaram também. Ao final de dois meses, o evento na praça estava bastante concorrido. Os poemas mudavam de tom. Denunciavam a situação vigente. Exigiam mudanças. Outros grupos formavam-se em outras praças. A poesia tomou conta da cidade. O poder da Nova Ordem deu pouca atenção ao Movimento Poético. Achou que o povo não estava educado o suficiente para apreciar Poesia, coisa de elite e de afeminados. Macho gosta é de violência, de luta e de falar palavrão. Poesia é coisa de mulherzinha. Os livreiros abraçaram a idéia e saraus literários eram promovidos nas livrarias. Pessoas se reuniam para ouvir contos e poemas. Aplaudiam. Queriam ler. Os preços abaixaram. Todos liam, nas conduções, nas filas, em qualquer lugar. As idéias revolucionárias proliferaram. O povo usava a poesia para exigir direitos. O presidente não entendia direito que demandas eram aquelas. Quando menos se esperava, o povo invadiu a sede do governo declamando poemas de Ferreira Gullar. A Nova Ordem sucumbiu dando lugar à Antiga Ordem. As gangues perderam seu poder e se esconderam nos morros, a Polícia Militar voltou a usar o uniforme com orgulho, livros foram editados, o Teatro Municipal aberto para todos, promovia concertos, balés e óperas. Os sem-tetos saíram das praias e se descobriu que muitos tinham endereço fixo. Não voltavam para casa por pura preguiça. As pessoas. mais conscientes agora, exigiam reformas e a cidade se tornou a capital nacional da poesia.

NUM CERTO PRÉDIO DE CONCRETO ARMADO


Morro a cada dia

nesse lugar infame

o suor escorre pelo rosto

e desce em gotas pelo pescoço

A roupa colada ao corpo

incomoda

me deixa em fogo

quero ficar nua

parar de sentir calor


INÚTIL


O ar quente entra pelas narinas

e a secura arde a garganta

jogo água pelos cabelos

e molho o corpo todo

mas nem assim

o calor vai embora


Pessoas entram

pessoas saem

na minha mesa

o livro aberto

na página imóvel


me levanto

e ando sem direção

o chão pega fogo

labaredas invisíveis crepitam nos cantos

sinto-me inútil

“o que faço aqui?”


sento

olho o livro

o suor escorre pelo rosto

morro a cada dia

nesse lugar infame





FATOS SOBRE A BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL

A Biblioteca Pública Estadual é um prédio horroroso de concreto armado, em plena Avenida Presidente Vargas. Trabalhei lá no início da minha vida profissional (sou bibliotecária), quando ainda era o prédio antigo. Uma casa bonita, toda branquinha. Sai de lá, morei na Europa, voltei para o Brasil e me reintegrei no Estado. Voltei para a Biblioteca, achei tudo detestável e pedi para ser transferida para qualquer outro lugar. Nisso, a Biblioteca sofreu um incêndio (parece que foi proposital) e Darcy Ribeiro foi buscar na França, o modelo da atual Biblioteca. Foi uma comissão com ele analisar, estudar e colher informações. O resultado está no prédio atual, que talvez se fosse construído num país rico poderia oferecer o conforto que aqui inexiste. É um tormento trabalhar num lugar que está atrasado cinqüenta anos, cujo mobiliário é pobre e precário, onde a ventilação é deficiente e a sujeira presente nos livros nas estantes, pelo menos no Salão de Leitura que é onde trabalho(estou de volta há um ano e doida para me aposentar) A equipe de limpeza é formada por 4 funcionários apenas, sendo que a faxineira que nos cabe é da pior espécie. Ela finge que limpa, certas pessoas acreditam, e ela vai levando, assobiando na sala, falando alto e escapulindo, como pode, de suas tarefas. O pessoal da segurança então, é hilário. Rapazes que foram recrutados porque estavam sem emprego. O subchefe então, quando fala é de dar dó. Mas agora vamos ao público que freqüenta o Salão de Leitura, onde me instalo. A Biblioteca permite que qualquer pessoa entre sem mostrar documento, então, entra de tudo. De tudo mesmo. Estou cansada de ver homens dormindo e babando em cima dos livros, descalços e fedorentos. Esses elementos ficam putos quando chego, educadamente, e os acordo. Faço a minha voz soar o mais educadamente possível e lembro a eles que a Biblioteca é uma instituição pública e como tal devem agir. Não permito de jeito algum esse tipo de comportamento. Reclamam e saem bufando, quando não me hostilizam. Parece que Darcy Ribeiro sonhava com uma Biblioteca popular onde as pessoas entrassem, sentassem no chão, namorassem, enfim se sentissem em casa, à vontade. Sem ostentação para não inibi-los. Darcy era um visionário, importante sim na educação e já morreu há bastante tempo. O Brasil mudou, a Biblioteca está caindo aos pedaços, quente e abafada, com a ventilação comprometida por conta de janelas emperradas, com goteiras no prédio inteiro, e esse povo que ele gostava tanto, empobreceu, está violento e sem educação. E temos que exigir do público que nos freqüenta compostura, pelo menos. Não posso permitir que um sujeito entre no meu ambiente de trabalho para dormir, babando em cima dos livros e ainda tirando o sapato para ter mais conforto. Estou pedindo para que a direção reflita sobre essa permissividade. A Biblioteca também serve de exemplo para o estudante pobre do subúrbio que vai lá fazer pesquisa. Temos que exigir a identidade também para todos que usam o Salão de Leitura, para a nossa proteção, inclusive. Isso também coibiria a freqüência de certos tipos mal encarados, que só de olhar dá medo.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

JOÃO HÉLIO

Foi com muita indignação que li sobre a morte do menino João Hélio. Fico pensando que bestas humanas são essas que matam inocentes para roubar um carro ou até mesmo um celular. Pessoas sem caráter, ruins mesmo, existem em todas as sociedades do mundo. Nos Estados Unidos a chacina de inocentes acontece a toda hora, mas lá tem a cadeira elétrica e uma justiça atuante e poderosa. Nós aqui, nesse terceiro mundo, temos tudo de ruim. Nosso capitalismo é selvagem, nossas instituições e parlamentares são corruptos, o sistema educacional é precário e a saúde um caos. E temos muita fome e muita raiva. Não sabemos usar a cidadania, não somos respeitados enquanto cidadãos e estamos gerando monstros, que se escondem nas favelas. A polícia militar é despreparadíssima e a população carioca perdeu o direito de ir e vir. Somos roubados, levamos surras de bandido e nos matam para roubar o que adquirimos com o nosso trabalho. Menores e maiores de idade bandidos não ficam muito tempo na prisão. Saem e continuam o trabalho interrompido. Nós precisamos exigir que as leis que protegem esses criminosos mudem. Protegem porque não são severas. Os juízes fingem que julgam, as prisões fingem que encarceram e a gente finge que acredita. Não adianta construir presídios. Essa corja tem que trabalhar, ser útil ao Estado e penar para o resto da vida. É muito caro sustentar bandido. Precisamos reagir, mas não abraçando a Lagoa ou dando as mãos vestindo branco, mas sim gritando, exigindo mudanças, denunciando. O Rio de Janeiro virou um lixão de inocentes mortos. Mudanças sociais são imprescindíveis. Precisamos gerar jovens que estudem e trabalhem e que tenham o direito de usufruir os bens de consumo. Uma vida digna. Porque não se pensa em laqueadura nesse pessoal das favelas? Vasectomia? Não dá para continuar assim. Espero que na prisão, esses matadores recebam o castigo que merecem. Pelas mãos dos próprios presidiários, que fazem justiça com as próprias mãos.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

EDUCAÇÃO NO BRASIL

Foi com tristeza que li no jornal que o desempenho escolar dos estudantes caiu. Não sei se o Cristóvao Buarque seria a solução se fosse eleito presidente, mas o que me incomoda é a inércia em relação ao assunto: dos brasileiros, do governo e dos parlamentares. Uma boa educação acadêmica é fundamental para civilizar um povo. A escola primária e secundária deveria ser gratuita e de boa qualidade. Já a universidade, paga. Há que se investir nos professores, e até na própria metodologia. Os estudantes, de maneira geral, acha o ensino chato. E deve ser mesmo, porque é muita gente achando para não ser verdade. Uma vez conheci uma escola em Vila Isabel chamada Ogá Mitá. Maravilhosa. Um grupo de professores fundou a escola e introduziu uma nova metodologia de ensino. Ao invés da sala de aula tradicional, usavam os cantos da sala. Em pequenos grupos ensinavam as matérias. Se o aluno se adiantasse poderia passar para o outro canto e assim sucessivamente. Cartazes bonitos nas paredes mostravam o interesse da escola e dos alunos por assuntos diversos. O painel de Ecologia me impressionou vivamente. Bem organizado, com redações bonitas e muito desenho, se destacava dos demais. Vi uma aula de matemática dada no lado de fora. O professor sentado no chão e com um graveto ia explicando o desenvolvimento de um problema, forçando os alunos a raciocinarem a medida que chegava perto da solução. Os alunos participam de debates e nas reuniões dos pais, também tomam assento para ouvir o que vai ser discutido. A escola não tinha muitos alunos e só vai até a oitava série. Há que se pensar a Educação com muita seriedade. Tem que ser prioridade número um.