terça-feira, março 30, 2010

O IPVA DO RIO E A QUADRILHA QUE FRAUDAVA O IMPOSTO

O IPVA do Rio de Janeiro é o mais caro do país.Paga-se uma taxa absurda, e mais uma vistoria onde o Detran engole uma boa grana. E só no Rio de Janeiro existe essa obrigação. Não entendo como isso não muda. O secretário Levy andou correndo atrás dos motoristas com IPVA atrasado, com certeza precisava do dinheiro para dar a assessores apadrinhados. Se os motoristas não estavam em dia com o IPVA, talvez fosse pelo simples motivo dele ser caríssimo para qualquer bolso. E quem sabe se essa quadrilha que fraudava o IPVA não fizesse pelo mesmo motivo? Não deixavam de emplacar o carro, só que faziam em outro estado, mais barato e que pertence ao mesmo país. É mais do que hora de se mudar as regras do jogo e estabelecer taxas mais em conta. CHEGA DE ROUBALHEIRA.



domingo, março 28, 2010

VIVER A VIDA- MAIS UM COMENTÁRIO

Não estou implicando com a novela, talvez já esteja farta de folhetins, apesar de ficar ligada na novela por seus atores, gente talentosa e bonita que prende a atenção da gente, porém continuo me irritando com determinadas situações. Pois é, Maneco deu uma de moralista e pra mim escorregou de novo. Myrma é garota de programa e como tal sua atitude de apaixonadinha pelo Jorge não convenceu. O diálogo dela com Ingrid foi patético e pior com o próprio Jorge, quando ela vai visitá-lo no trabalho. Meninas de programa são espertas, conheci uma que deixava alguns homens aos seus pés, e ela fazia o que queria com eles. Chegavam a ser otários, e ela com a sua turma ria muito deles. Ela tirava deles o que queria, e foi muito feliz na sua vidinha, até que engravidou de um mais apaixonado e foi morar com ele. Li que Myrma engravida de Jorge, que vai morrer, e de novo o autor perde outra grande oportunidade, a gravidez sem responsabilidade é banal no seu roteiro.É simplesmente demais, um deserviço com a meninada que o assiste, principalmente nas comunidades onde o fato é corriqueiro. E outra coisa: matar personagem é falta de talento mesmo- mata o personagem, acaba o conflito. Quando comecei a escrever matava meus personagens a torto e a direito, até que um amigo me chamou a atenção. Reli todos os contos e fui dando um outro final. Quem sabe ajudo Maneco na próxima novela?

sexta-feira, março 26, 2010

O JULGAMENTO DO CASAL NARDONI




Não há nada que justifique esse circo em torno do julgamento do casal assassino. Jamais tive dúvidas de sua culpa, mas entendo que para julgar há que haver provas e a perícia criminal foi fundamental para a elucidação dos fatos. É apenas lamentável, e bota lamentável nisso, que não haja prisão perpétua no Brasil para que essas bestas humanas passem o resto de suas vidas sem ver o sol. Solitária mesmo, espaço minúsculo e sem direito de ver o sol. Guilherme de Pádua e sua comparsa Paula estão livres depois de terem cometido o assassinato brutal de Daniela Perez. Guilherme se converteu e, hoje, crente anda com a bíblia debaixo do braço. Daqui a pouco esse canal diabólico estará livre também, pelo que li Alexandre cumpre pena em regime fechado por apenas  11 anos,  e em 2018 estará em regime semiaberto e sua mulher também. E quem não me diz que Alexandre na prisão também não se converterá e como Guilherme andará com uma bíblia debaixo do braço? Isso costuma dar certo. Tenho pena de Ana Carolina, exposta da maneira como foi. O seu psiquiatra afirma que ela retroagiu seriamente pois este confinamento imposto durante o julgamento deslanchou uma série de emoções que estavam sendo trabalhadas e estavam bem melhores. Ela só vai ver o estrago no corpo dentro de vinte ou trinta anos. Me pergunto sobre os filhos do casal assassino? Saberão eles, algum dia da tragédia que se abateu sobre a família? E o sobrenome? Será que eles vão carregá-lo com a cabeça em pé? E a mães, que pariram semelhantes criaturas como será que estão reagindo? É muita dor, e no final das contas quem pagou o prejuízo foi a menina. A família materna ficou sem troco, uma conta aberta para sempre. Onze anos na prisão é POUQUÍSSIMO.  Não acredito que a prisão sirva como corretivo, e muito menos a brasileira, esse casal é crápula, bestas humanas, merecem ficar na prisão pelo resto de suas vidas. Gente que mata seus filhos, seus pais ou um semelhante não tem volta.

quinta-feira, março 25, 2010

UP IN THE AIR WITH GEORGE CLOONEY

O filme é chato mas com George Clooney eu ficaria não só UP IN THE AIR, but DOWN ON EARTH, eveywhere.... A direção é daquele cara que fez o maior furor com Juno, que eu adorei- Jason Reitman. Vi a entrevista dele no programa da Oprah e também de alguns dos atores do filme, gente que perdeu o emprego, e acabou contribuindo no roteiro, usando suas próprias falas, e claro o resultado foi surpreendente, sendo muito convincentes e muito mais talentosos do que muita gente por aí que se diz ator. E tem também uma atriz linda de se encher os olhos- Vera Farmiga, quase formiga, desculpe o trocadilho, mas ela joga um bolão e faz um par lindo com Clooney. Agora, ele, vamos combinar, que delícia, trabalha com uma naturalidade e encanto, é extremamente sedutor, belo, um verdadeiro galã,  que quando o filme acabou já senti saudades...dele.

NOITES DO SERTÃO DE CARLOS EDUARDO PRATES CORRÊA

Pois é, acho que o Canal Brasil está apresentando a obra de Carlos Eduardo Prates Corrêa, cineasta mineiro radicado no Rio. Ontem foi a vez de Noites do Sertão baseado no conto Buriti, de Guimarães Rosa. O filme mostra o estranho universo de um viuvo e três solitárias mulheres. Lalinha (Cristina Aché) separa do marido, e decide sair da cidade grande onde vivia e passar um tempo na fazenda do ex-sogro, lá no sertãozão. Na fazenda vivem outras pessoas e sua chegada mexe com a gente que vive por lá, desencandeando uma série de acontecimentos. O elenco é ótimo e tem ainda Débora Bloch jovenzinha já mostrando todo o seu talento. O filme é pausado, misterioso, com vistas belíssimas da região. A música é ótima, embora eu ache que às vezes foi um pouco demais, mas o cineasta gosta mutio de música como percebi em Perdida.
Não li o conto, mas de deu muita vontade de procurá-lo e ler. Noites do Sertão passa uma forte carga erótica e sensual, bem à la Nelson Rodrigues. Meu amigo querido, Helber Rangel fez assistência de direção. E tem ainda Milton Nascimento dando uma de ator. Mas prefiro quando ele canta e compõe. Na foto, ao lado de Débora um Tony Ramos, encantador.

quarta-feira, março 24, 2010

PERDIDA, filme de CARLOS EDUARDO PRATES CORRÊA

Conheço pouco a filmografia da Carlos Prates. Vi Noites do Sertão, Cabaré Mineiro e gostei bastante e fiquei feliz de poder ver PERDIDA, exibido ontem no Canal Brasil. O filme é de 1975, parece que ficou censurado um ano, e ganhou vários prêmios. Alguns de seus atores já morreram, inclusive meu amigo Helber Rangel, Maria Sílvia, Carlos Wilson, Wilson Grey e vou parar por aqui, senão vira página de obituário. A história se passa no interiorzão mineiro, uma moça simples, Estela, é empregada doméstica,e por sofrer abusos e agressões dos patrões  foge com a trouxa na cabeça. Um bêbado investe contra ela no bar de um posto de gasolina, mas um chofer de caminhão a salva e a leva para casa. No dia seguinte ele a convence de ir para um bordel, mas lhe assegura que quando estiver na cidade passa a noite com ela. Apaixonada por esse homem, ela o espera por um tempo infinito, mas depois de um tempo, cansada do bordel, ela abandona tudo, trabalha numa fábrica e por fim  vai para Belo Horizonte, um novo horizonte, um novo futuro.
Pois é, fiquei lendo os prêmios recebidos pelo filme e me perguntei como pode ganhar tanto? Em respeito ao Prates, e ao Helber, acho que a cinematografia brasileira mudou muito desde 1975. Os atores, hoje, tem uma excelente mobilidade em cena, talvez até por causa das novelas, que deram cancha e prática ao pessoal,  os roteiros são mais ágeis, o que sai da boca dos atores é mais verossímel, enfim, foi bom ter visto para ver o quanto o cinema brasileiro evolui. Uma coisa que me incomodou e muito foi a gratuidade do nu. Há uma cena em que Maria Silvia está nua em pelo e o Helber vestido e até com meias. Outras cenas foram as do bordel. Uma gratuidade ímpar em se filmar em close as intimidades do corpo da mulher(acredito que não fossem atrizes, e sim figuração) com calcinhas e peitos de fora dançando sendo observadas por um Zeca (Helber) bêbado. Houve um close em que por alguns segundos fiquei vendo a calcinha da mulher com seu pelo pubiano espremido na renda da tanguinha,ocupando toda a tela. Valha-me Deus. Em 1975 vai ver que o nu gratuito era chamariz  para os espectadores pouco habituados ao cinema, ao ver o filme poderem se masturbar depois. O excesso de música me incomodou também, para cada cena uma música altíssima, ao invés de apenas pontuar. Mas a música era de muita qualidade.
Tentei colocar a foto do Helber e não consegui e então a homenagem a Maria Sílvia que se foi no ano passado, vítima de câncer de pulmão.

EDUCAÇÃO

A direção é de uma dinamarquesa, Lone Scherfig, e a história se passa em Londres, da década de 60, ambiente reproduzido lindamente,e  para que isso soasse bem real, li em algum lugar, deveu-se a uma pesquisa histórica estafante. A história se baseia nas memórias da jornalista Lynn Barber e para quem gosta de ler, é bom saber que a editora Rocco lança o livro com o roteiro neste mês. A protagonista, Carey Mulligan é uma delícia, tem um carisma extraordinário, é daquelas que quando aparece na tela a gente do outro lado se apaixona e quer vê-la mais e mais. Jenn é uma adolescente, 16 anos, fase em que tudo é boring, colégio, a cidade, e até o namoradinho platônico que toca na orquestra juvenil com ela. E então, ela conhece David, personagem defendida por Peter, Sarsgaard,  um homem mais velho e de quem pouco se sabe. Ele entra na história e seduz não só Jenny, mas também o pai (Alfred Molina), a mãe e, claro, a gente outro lado da tela. David traz o novo, a modernidade, tudo que Jenn sonhava e que Londres na época não oferecia.  Só que ele escorrega feio, atitude aliás que até hoje vejo os homens fazerem. A vida passa, gerações novas aparecem e determinadas situações se repetem sempre, donde a gente conclui que determinados aspectos da mente não mudam, independente da cultura ou educação que o indivíduo possa ter. O filme é ótimo, delicioso, classudo e falado naquele inglês que me faz um bem enorme aos ouvidos.

LEITE DERRAMADO DO CHICO BUARQUE

Se não leu, vá lá, na livraria e compre, vale a pena, é bom demais, como é aliás tudo que essa sua mente privilegiada pensa e excecuta. Amo Chico, pérola de minha geração. É uma saga e como adoro saga, devorei o livro que não tem muitas páginas quase de um fôlego só. Um homem muito velho está num hospital e passa sua vida a limpo e passando sua vida a limpo ele vai falando de nossa sociedade, do machismo, da corrupção, do preconceito e até da delinquência através de sua descendência, que degenerou legal. . Fala a uma interlocutora, que pode ser quem quiser, enfermeiras que vem e vão, ou até quem sabe alguém imaginário. É uma delícia a prosa de nosso Chico, ele que me perdoe, mas ele é de todas nós, mulheres de Chico, é isso sou fanzona assumida. Animem-se, comprem o livro e viva a literatura brasileira.

domingo, março 21, 2010

UM SONHO POSSÍVEL

Sempre gostei de Sandra Bullock, admiro sua beleza e seu rosto é tão simpático e seu jeito tão natural que fico imaginando que gostaria de ter uma amiga como ela. Adorei o seu desempenho em Crash e fiquei contente com o Oscar conquistado por Um Sonho Possível. Fui ver o filme. Dificilmente não gosto de um filme, procuro ver as coisas boas e analisar com cuidado o que me desgostou. Vamos a estória. Uma mulher rica de Memphis ajuda um rapaz sem teto que vagueia pelas ruas. Traz o rapaz para casa e com o apoio de sua família, marido e filha, esta ajuda transforma a vida de todos, fazendo o rapaz se interessar pelos estudos, por futebol e a se integrar definitivamente na família que o adotou. É uma estória real, e estória reais são fascinantes.
Sandra está à vontade e por isso mesmo esplêndida. O ator quando entende o papel na sua plenitude tem ótimas chances de fazer um trabalho outstanding. E é isso o que ela fez. Está bonita, embora magérrima, produzidíssima e engraçada. Dona de uma personalidade forte bate e leva com grande categoria e é impossível não se deixar levar por sua Leigh Anne Tuohy generosa e impulsiva.  Mas o filme é todo arrumadinho. O marido é um companheirão, está lá aplaudindo a mulher em tempo integral, a filha adolescente passa incólume pelo filme, adorável, sem problemas algum e o caçula é insuportável - detesto crianças prodígios - me soam manipuladas o tempo todo. A escola é um primor, os professores generosos e Kathy Bates bate um bolão quando aparece. Quinto Aaron que faz o jovem homeless não me passou carisma algum, gostei e muito do verdadeiro Michael  Oher que aparece nos créditos finais do filme - um homaço, tudo de bom, e que em se comparando fisicamente com o protagonista, este não chegou nem aos pés.

terça-feira, março 16, 2010

GABEIRA E CÉSAR MAIA

Gabeira seria o meu candidato a qualquer coisa. É um homem com idéias progressistas,  culto, inteligente e educado. Gosto da maneira que discursa sem parecer que está em palanque. Escorregou feio quando disputava a prefeitura do Rio ao chamar uma política aliada de analfabeta política. Só que agora escorregou pior, apertando a mão de César Maia, que nos últimos anos acabou com o Rio, de quem é aliado. ESTOU FORA.

segunda-feira, março 15, 2010

SLUMDOG MILLIONAIRE

Pois é, não vi o filme na telona e quando vi na pequena não entendi como ganhou tantos prêmios. Curto muito a literatura indiana e qualquer coisa relativa a Índia. Foi muito bom visitar o país, só não sei se volto, mas o filme não fez muito a minha cabeça. O roteiro é interessante e esperto - espero no sentido de dar uma chance fantástica a um rapaz iletrado ganhar um concurso se valendo de suas experiências pessoais. Claro que tem cenas trepidantes e assustadoras, é o viés do filme corre bem. Me vi torcendo pelos seus personagens, e aquela dancinha no final é de matar. Só mesmo para indianos.

VIVER A VIDA - 4

Patrícia Kogut é bastante condescendente com as novelas da empresa para a qual trabalha, mas finalmente hoje ela abordou o "difícil papel" de Natália do Vale como Ingrid. Realmente são irreais os conflitos naquela casa com os filhos que deveriam estar vivendo suas vidas fora do ninho materno. O ator que faz o marido  não tem muito o que fazer, é escada para ela poder dizer o texto ruim de Maneco. Claro que Mateus Solano é ótimo ator, embora me irrite a fisionomia alegrinha que ele usa para vestir Miguel, O TEMPO TODO, e a cara séria que ele usa para Jorge. Sem nuances. Novela é assim, o ator pega o personagem e cristaliza, mas há interpretações brilhantes, com nuances, já vi performances dignas de Oscar, mas via de regra existe sim uma via só para o desenvolvimento do personagem. Exemplo: Aline Moraes: começou chata, sua Luciana era insuportável ( e era pra ser mesmo), a atuação estava óbvia demais e o texto ajudava, depois que ficou parapalégica ela aproveitou e começou a trabalhar as nuances com brilho e talento e parou na boazinha e simpática, o que nunca foi. Teve um entendimento fantástico de sua doença e agora aproveita e manda ver para as pessoas na mesma situação. Mas cristalizou na interpretação. Continuo não gostando de determinadas situações:
  • gravidez sem planejamento- não dá pra ter filho assim, tão levianamente- O personagem da Dora então, é exemplo vivo disso.
  • os filhos adultos morando com os pais.
E implico com os diálogos, alguns muito ruins mesmo, apesar da presença de Claudia Lage na equipe de Maneco.

quinta-feira, março 04, 2010

LULA, DILMA E SARNEY

Nunca pensei que num governo petista começado por Lula iria terminar com Sarney. Imagino os eleitores de Lula como devem se sentir. Sarney representa o que de pior existe neste país. Apesar de ser um homem educado faz uma política suja, que os petitas sempre renegaram...e agora, Lula deve se licenciar do cargo para o qual foi eleito em tempo integral para se dedicar a campanha de Dilma. Mas o pior foi ver a foto de hoje no Globo, com dona Hilary e dona Dilma se cumprimentando com o detalhe da mão de Lula guiando o cotovelo de Dilma. Pra mim, pegou mal. E que foto mais sem graça.

O TERROR NO RIO DE JANEIRO

Aterrorizada leio que traficantes incendeiam um micro ônibus em represália a prisão de um outro traficante. Vejo as jovens em pânico e me pergunto como é que nós deixamos o Rio ficar desse jeito. Falta MUITA vontade política para realmente se achar um meio de combater de uma vez esse descalabro. Lula, ao invés de doar dinheiro para o Haití, ou para o Chile ou para qualquer outro lugar tem que ABA$TECER  os governos dos estados onde a violência é o poder paralelo, com helicópteros, barcos, e  uma política conjunta que surja efeito. Cadê o Luis Eduardo Soares com suas idéias e planos? Esse homem foi jogado literalmente pra baixo do tapete.

A FITA BRANCA

É um filmaço e tanto dirigido por Michael Haneke. A hístória se passa na Alemanha antes um pouco do estouro da primeira guerra mundial. É uma reconstituição de época magistral. O filme é escuro, o figurino dos atores é escuro e é em preto e branco o que dá muita força a história que o diretor conta. A vida do vilarejo gira ao redor das terras do barão. Há um pastor que cuida das almas, um  médico viúvo, um administrador das terras do barão e um professor de música, ele o narrador da história. Começa o filme mostrando um incidente grave, e a partir daí outras atrocidades vão acontecendo, tudo cercado de grande mistério. A vida dos aldeões é mostrada por uma câmera sensível e sobretudo pela interpretação dos atores, todos magistrais. A empatia com a câmera me surpreendeu, sobretudo em relação às crianças. O diálogo entre dois irmãos a respeito da morte foi de uma delicadeza comovente. Me lembro que eu, quando criança perguntei ao meu avô o que era morrer. E ele, calmamente me disse que era quando as pessoas se esqueciam de respirar. Isso foi um tormento, e por muitos anos fiquei atenta ao meu respirar, porque não queria morrer. Causou-me arrepio a rigidez absurda da educação daquela época, e entendi perfeitamente porque a Alemanha se tornou nazista. Um grande filme.

terça-feira, março 02, 2010

O SEGREDO DOS SEU OLHOS

Que filme espetacular, pra começar adoro o cinema argentino e sou fã de Ricardo Darín. Quem dirige é Juan Campanella, e também amei a atriz, Soledad Vilamil, que mulher linda, expressiva, com traços firmes e marcantes. A história é super bem costurada e as situações de suspense, várias, me encolhi algumas vezes,  mas depois ria e me endireitava na cadeira. O roteiro se baseia em um livro e é a história de um oficial de justiça que se aposenta e resolve escrever um livro baseado num processo penal do qual participou ativamente. O período é durante a ditadura militar,  e é incrível  poder vêr, agora à distância, a obsucridade, a cegueira, a  ignorância pelas quais passamos todos nós, nessa América daqui do sul. O elenco conta com outros atores fantásticos que em determinadas situações levaram a platéia a gargalhar. A sutileza da direção e a entrega dos atores (Soledad e Ricardo) em suas interpretações me tiraram o fôlego. É incrível o talento de Ricardo, como consegue se expressar sem precisar mexer nada no rosto. Aliás os dois atores falam com os olhos e o final então, é uma prova disso. Saí feliz do cinema.

segunda-feira, março 01, 2010

ANTONIO FAGUNDES EM RESTOS

O texto é de Neil LaBute, a direção de Marco Aurélio e o cenário de André Cortez. Li, em algum lugar, o nome de Clarisse Abujamra, exmulher do ator e bailarina, e ao ver Fagundes em vigorosa interpretação e expressão corporal, acredito que tenha o dedo dela ali. Esse autor faz o maior furor, no Rio de Janeiro chegou a ter três peças de sua autoria ao mesmo tempo, só vi essa e gostei demais. Neste monólogo, Edward Carr  ( 55 anos) está no velório de sua mulher, muito amada e mais velha do que ele 15 anos. Esse fato longe de causar limitações, ao contrário, sempre o deixou pleno. Ele amou Mary Jo ou Jojo, como ele se refere a ela, arrebatadoramente. E em 1 hora e alguns minutos, ele vai contando sua história com ela. Fagundes nos brinda com uma interpretação perfeita e intensa. Úm prazer. Como os bons textos o final fecha bonito.