O TOPLESS NAS PRAIAS CARIOCAS
Num país onde o estrupo de mulheres é maior do que na Índia, fazer topless nas praias urbanas, mesmo que na zona sul me deixa alarmada. Pois é, algumas gerações tentaram e não conseguiram. Quando a atriz Cristina Flores tirou o sutiã para posar para sua peça, a autoridade apareceu rapidinho em prol dos bons costumes e moral das famílias presentes. Quando é assalto ao cidadão é difícil aparecer um com tanta presteza. Ela foi obrigada a vesti-lo e ainda ouviu impropérios. Confesso que fiquei preocupada com a revanche: grupo de mulheres destemidas resolveu fazer o dia do protesto: todas tirariam o sutiã em solidariedade atriz e para, claro, marcar posição. As mulheres ficaram acuadas, só tinha homem no pedaço, e uns tipos horrorosos, cá pra nós. Parecia que elas estavam num matadouro prontas para o abate. Vi as fotos no jornal, homens em volta, babões, com sorrisos esquerdos nos cantos da boca, tive nojo daquele tipo de macho carioca, e a conclusão que se chega é obvia. Os homens desta linha abaixo do Equador se ligam em bunda, acham o fio dental o máximo, quando é horroroso, cá pra nós, pois bunda bonita pra ser exposta não pode ter esse monte de celulite e carnes esponjosas que umas e outras mostram sem pudor na praia. Eles não têm competência nem cultura para segurar essa onda. À mulher carioca é permitido então, mostrar a bunda, mas peito não. Só no carnaval, aí a mulher desfila pelada, é capa de jornal e corre o mundo. E o resto do mundo acha que nós todas andamos peladas, que estamos a um passo da prostituição regulamentada. Alguém me contou que a Valéria Valenssa, aquele mulherão, depois de um desfile, foi para o camarote do jeitinho que estava quando desfilou: pelada, e os ocupantes do camarote fizeram um esforço enorme para ignorar a bela nudez da moça, enquanto o maridão, orgulhoso exibia seu troféu, sem o menor constrangimento. Bem,a o cara é civilizado, é europeu, suiço. Estamos conversados.
Depois daquele furdúncio nas praias que mais lembrava a guerra da Síria, os PMs ocupam os calçadões das praias em dias sombrios. Mostram serviço, mas a turma da baderna não dá as caras. Talvez pelo mau tempo, não sei. O verão ainda não chegou, com seus dias radiosos e super quentes pior que o deserto do Saara. Vamos ter tempo de sobra para ver esses valorosos rapazes cumprirem o nobre dever de proteger os cidadãos dos bandidos que nos cercam dia e noite, noite e dia. Porque viver no Rio de Janeiro é conviver com o perigo em tempo integral. A cidade tem que ter policiamento ostensivo em todos os lugares, porque bandido e ladrão por aqui não faltam. Os policiais andaram tendo um treinamento intensivo com os black blocks, mas têm muito ainda para aprender. O brasileiros andam se especializado na barbárie, vide o que aconteceu num jogo de futebol. As praias recebem gente de tudo que é lugar e ficou impraticável desfrutar do sol nos fins de semana. Essa é a verdade. Não tem lugar pra tanta gente e com essa quantidade absurda de gente querendo ocupar qualquer espaço na areia, os bandidos que são muitos, aproveitam da situação. É uma pena. Ir à praia só durante a semana, e olhe lá.
Brasileiro é barulhento, é a tal exuberância latina. Só que agora uns e outros começam a se incomodar. Quer coisa pior você está num restaurante, que não é choperia ou churrascaria, e à sua volta pessoas falam ao celular, urram ao invés de falar, e você ali tentando entabular um papo com o parceiro e não consegue? Sem falar nas crianças correndo de um lado para o outro, e os pais como se não fosse com eles. Será que campanha da prefeitura resolve?
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