O QUE ME DEIXA ORGULHOSA: A LITERATURA BRASILEIRA

O Brasil tem ótimos escritores, e não entendo porque nunca ganhou-se um Nobel de Literatura. Não sou grande conhecedora do assunto, mas como leio bastante e também escrevo, me arrisco a alguns palpites. Descobri a literatura através das histórias infantis, dos contos de fadas, quem não os leu? Já gostando de livros, e alfabetizada, li Monteiro Lobato, o primeiro mestre. Devorava os livros e sonhava com o Sítio do Pica-pau Amarelo. Depois, fui lendo os livros que a professora de português recomendava: li tudo, contava também com uma boa biblioteca na escola. Impressionei-me com Aluízio Azevedo, O Cortiço e o Mulato, e não tanto com Joaquim Manuel de Macedo. Um susto, uma surpresa, um grande amor por Jorge Amado, esse o meu segundo mestre. Li Jorge aos 12 anos porque amigas disseram que tinha sexo nas entrelinhas. Descobri um poeta, um narrador extraordinário, histórias do mar, de vida, e daí surgiu um amor pela Bahia que carrego até hoje. É eu desembarcar em Salvador e começar a cantar baixinho a Baixa do Sapateiro, e imaginar as cenas dos livros de Jorge. E li sua obra quase toda. Outros foram surgindo e outros, apesar de geniais nunca consegui ler. Neste caso, Guimarães Rosa. Por mais que me esforce, não passo das primeiras páginas, e me pergunto como é que conseguem traduzir seus livros. Duvido, e acho que os tradutores inventam a história. É simplesmente impossível uma vez que o genial escritor inventou uma escrita, extremamente regional e própria, mas reconheço a genialidade estupenda dese homem. Um possível candidato ao Nobel, idem para Jorge Amado. Adolescente li Machado de Assis e odiei, passei a amá-lo na maturidade, e hoje é escritor que leio e releio. Outro para o Nobel. A literatura moderna e contemporânea brasileira é espetacular, surgem autores talentosos e os que já se firmaram são bons demais. Adoro Milton Hatoun, Cristóvao Tezza , meu deus e tantos outros que no primeiro livro já chegam maduros e maravilhosos, veja o caso de Tatiana Salem Levy, Edney Silvestre e Fernanda Torres. O terceiro mestre foi Érico Veríssimo. O Tempo e o Vento foi uma das obras mais espetaculares que já li. Veríssimo poderia ter sido um forte concorrente. É  um num acabar mais de tanta gente boa. E isso sem falar na poesia, que confesso não leio tanto assim, embora tenha poemas premiados. Ferreira Gullar e Cecília Meirelles, poetas magníficos, poesia de ouro. Ferreira está vivo, poderia ser sério candidato, concordam?  Tenho muito orgulho mesmo da nossa literatura que não precisa de governo e muito menos de políticos para brilhar.

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