NORMANDIA NUA
Continuo me deliciando com os filmes franceses do festival varilux, que ficaram disponíveis de junho ou julho e que acabam nesta semana. Por problemas tecnológicos só consegui ver um, e agora que os problemas foram resolvidos me jogo de cabeça nos filmes que ainda quero ver.
Normandia Nua é uma comédia deliciosa com um pano de fundo instigante: agricultores franceses perdem dinheiro por conta de uma crise econômica, e o prefeito, o excelente François Cluzet, parecido com Dustin Hoffman, porém bonito, tem uma excelente ideia para atrair a atenção para o problema de sua cidade, ele é o prefeito. Todo mundo nu. Pessoas de todas as formas e idades. Adorei, e me pergunto se faria parte, e digo que sim.... causa nobre sempre me motivaram.
Penso no paralelo brasileiro quando o nu começou a aparecer nos palcos e no cinema. Me lembro a nudez dos atores ao final da peça Hair e a plateia enlouquecida aplaudindo. A nudez política, de protesto tomou lugar, mas, também me lembro da nudez gratuita, sem nada a ver com o contexto, uma clara masturbação mental do cineasta. O povo ia para o cinema se masturbar, como presenciei (e mudei de lugar) no cinema Vitória, RJ, com Sonia Braga pelada em Gabriela Cravo e Canela. O que ouvia dizer é que cenas fortes de nudez ou sexo chamava o povo. Uma vez, cheguei a ver o clitóris de uma atriz, num close absurdo, num filme estrelado por Nelson Xavier, e fiquei espantada, de como a atriz se deixou filmar daquela maneira, cujo close não trazia absolutamente nada ao filme. Enfim, é uma discussão séria, e que até hoje vemos na telinha as bundas saradas e peitos das atrizes, tudo posado .... para atrair o povo, será?
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