1917

Sam Mendes é um craque e seu filme realmente inovou com esta nova pegada de câmera única, seguindo os atores e sem muitos cortes. 
Gostei demais do filme e me fez refletir sobre a imbecilidade de se guerrear. Para quê? Supremacia das nações, embate para ver quem é o melhor? Defender alguma ideia? Sei lá, só sei que morrem muitos, e os oficiais ficam protegidos dos ataques... bem alguma granada pode ir parar lá, mas normalmente quem morre são o soldados que de peito aberto vão para a frente de batalha, ainda mais em 1917.
O filme surgiu dos relatos do avô de Sam Mendes, um hondurenho que passou pelas auguras da guerra. É impressionante, porque na Primeira Guerra o embate era muito primitivo em se comparando ao que se pode fazer hoje. Acho que só com os artefatos nucleares se explodiria uma nação. Uau. Bem, duas cenas me impressionaram vivamente: a cena em que o cabo cai nas águas turbulentas de um rio que desemboca numa cachoeira. O dançar das águas junto a uma fotografia de primeira foi impressionante. E a segunda, quando o mesmo cabo, afinal é o protagonista, se encontra nos escombros de uma cidade, ali também uma miríade de cores espantosas alternada, passa a  sensação do terror e da imprevisibilidade do que possa vir a acontecer. Como sei que o personagem não pode morrer, relaxei e aproveitei.
Fico pensando nesses soldados da guerra, em como devem voltar doentes da cabeça. E essa geração casou e teve filhos, e acredito que esses devem ter participado da Segunda Guerra. Se não morreram, voltaram para seus países, casaram e tiveram filhos. E a cabeça desses soldados? Duas gerações atormentadas pelos conflitos tenebrosos das guerras não podem geral filhos bons de cabeça.
E já pensaram na turma que foi para o Vietnam? usando heroína na veia para aguentar os horrores de mais uma guerra, dessa vez com muito mais tecnologia mortífera? Bem, os que voltaram, casaram, ou se suicidaram, mas filhos houve. E estão lá, nos States. 
Totalmente contra a guerra. Jamais deixaria um filho ir à guerra. Jamais.

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