O CRAVO E A ROSA, reprise no VIVA
Nunca fui muito de assistir novelas, mas, de vez em quando passo os olho pelo Viva para vê-las. Por exemplo assisti a Tieta, depois dela só passo os olhos. O Cravo e a Rosa me chamou a atenção pela abertura e pela chance de assistir a Eduardo Moscovis, que conhecia através de uma série onde ele vestia a capa de um juiz. Peguei a novela já começada e me deliciei com algumas interpretações, que me divertiam e mostravam o empenho dos atores. Até que chegou uma hora que não consegui mais. Leandra Leal com sua voz de taquara rachada e chorosa o tempo todo me irritou tanto, que quando entravam cenas com ela, mudava de canal. Deixo claro que Leandra é ótima atriz. Problema de direção e roteiro. É claro que a direção imprimiu um tom de commedia dell'arte, mas eu acho que os excessos poderiam ter sido cortados e o enxugamento do roteiro mais do que necessário. Esse formato de novela está ultrapassado, principalmente em seriados na Netflix onde temos oportunidade de assistir seriados excelentes onde tudo fluiu corretamente. Enxuto.
A decepção veio com Ney Latorraca chiando a cada final de frase, isso sem falar na construção do personagem Januário, poderia ser menos idiota, idem para Lindinha. Adriana Esteves está deliciosa, no ponto com sua Catarina, bem como Pedro Paulo Rangel, que dá show. Drica maravilhosa, Vereza ruminando nos finais ou começo de frases é engraçado, e Luís Mello como banqueiro Batista são atores para se assistir sempre. Compuseram seus personagens na medida. Eduardo Moscovis foi uma surpresa agradável, mas sei não, algumas coisas incomodavam, me parecia sempre estar muito sujo e muito cabeludo. Um contraste irreal com Catarina. Mas, vá lá, meu nível de exigência é alto e nem sempre a novela se encaixa nele. O elenco de apoio funcionando bem, Eva Todor espetacular, e Maria Padilha, que deve ter proteção da pomba-gira de mesmo nome, está tão linda e etérea que parecia pintura falante todas as vezes que aparecia, embora olhasse sempre para cima. Pedindo proteção da xará? Vai lá saber.
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