COMO NÃO FALAR DO CASAMENTO DE HARRY E MEGHAN?

Dei-me conta que adoro casamentos reais ingleses. Vi o da rainha Elizabeth anos depois em vídeo, mas pela telinha passou Diana e Charles, Kate e William e agora Meghan com Harry. Emociono-me com aquela pompa e circunstância toda, e creio que as cerimônias têm esse poder, seduzir e emocionar. Quando convidada para casamentos, especialmente na igreja Candelária, ficava com os olhos marejados quando o coro atacava cantando Magnifica, que é um canto de amor, e que tem tudo a ver com a cerimônia em si.
Harry e William, os filhos de Lady Diana tiveram suas vidas praticamente compartilhadas com todo o mundo. Sua mãe era amada e rompia constantemente com o protocolo. Quando o casamento ficou visivelmente mal, lembro-me de suas entrevistas na televisão dizendo que seu casamento era infeliz porque o príncipe Charles não lhe era fiel e amava outra mulher. Sua foto sozinha no Taj Mahal foi denunciadora. Sua solidão rodou o mundo justo no templo onde Xa Jahan mandou construir o mausoléu para sua amada Mumtaz Mahal por quem era apaixonadíssimo. E foi lá que Lady Diana mandou sua mensagem para o mundo.
Quem não lembra de Harry no funeral da mãe, 12 anos, acompanhando o féretro ao lado do irmão, pai e avô e sua cartinha para a mãe encima do caixão. Um envelope branco onde se lia "Mummy". De cortar o coração, da mesma forma que John Kennedy Jr. batendo continência para o seu pai morto dentro do caixão, em uma das cerimônias fúnebres mais impressionantes a que assisti.
Harry cresceu, apareceu pelado, fantasiado de nazista, deu trabalho, mas sempre houve uma simpatia extraordinária dos ingleses em relação a ele. E então, conheceu Meghan, atriz americana, divorciada, mais velha do que ele e afro-descendente por parte da mãe. Aliás, ela é parecidíssima com a mãe.
E a monarquia inglês dá outra vez sinais de renovação.
Quem da minha idade não lembre do tormento de Margareth, a irmã da rainha, por não poder casar com Peter Townsend? E do rei Edward, tio de Lilibeh, que abdicou do trono para ficar ao lado de Wally Simpson?  E agora, José?  Aceitaram Meghan que ainda saiu com o título de Duquesa de Sussex. Um sucesso, rs,rs,
A cerimônia foi linda e emocionante. Num mundo como o nosso, principalmente aqui com uma morte a cada 40 minutos, foi legal embarcar nesse conto de fadas com direito a carruagem e pagens. Muitas celebridades, - como é charmoso George Clooney com sua bela mulher, Amal -, entre eles Ophra Winfrey, muitos negros, que não vi nos casamentos reais anteriores, enfim, Harry e Meghan com certeza levando alento e modernidade à realeza inglesa.
"Stand by me" cantado por aquele coral de negros, com uma maestrina vestida de maneira muito pessoal e instigante, me levou às lágrimas. Boa música, bem interpretada, cantada por aquelas vozes negras- para mim as vozes cantadas mais bonitas, foi o ponto alto da cerimônia. Fantástico o sermão do pastor negro americano,  chacoalhando a plateia, com uma mensagem de amor e compreensão, que é o que hoje todos precisamos ouvir e agir de acordo. O coro formado por crianças, jovens e adultos também foi emocionante e para fechar o maravilhoso violoncelista inglês de apenas 19 anos,  vencedor de um concurso internacional na categoria foi de uma sofisticação e bom gosto notáveis. E ele também é afro-descendente. Viva Meghan e Harry pelas escolhas.
A mãe da noiva chorou o tempo todo e posso bem imaginar por que. Imagino toda a história que passou pela cabeça dela. E como é suave a senhora em questão. E pelos vistos pai e irmãos paternos não devem ser lá grande coisa e não foram convidados para o casamento. Viva mais uma vez para Meghan.
E acabo esse relato com a imagem lindo dos dois se olhando. Aliás, quando se olham todos percebemos que "Love is in the air". Eles realmente se amam e muito.










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