A DIFÍCIL ARTE DE ENTREVISTAR
Pessoalmente adoro assistir às entrevistas, principalmente se o entrevistado é alguém que me instiga. Penso que o mais difícil numa entrevista é o entrevistador ser o inteligente suficiente para induzir a que eu entrevistado brilhe. O diabo é quando ele concorre com seu convidado e insiste em mostrar seu ponto de vista. Isso ocorreu inúmeras vezes com uma apresentadora famosa, brilhante e carismática, ora "aposentada" de entrevistas. Gostava de Oprah Winfrey e nunca vou esquecer a bela entrevista com Whitney Houston, afundada em drogas e escândalos pessoais. O semblante de Oprah mostrava tudo que ela sentia - desaprovação ou quem sabe tristeza ao ouvir o relato de uma artista fantástica à beira de uma tragédia, o que de fato veio a acontecer -, mas ela conduziu a entrevista om tal maestria que Houston disse tudo e mais alguma coisa. Os americanos fazem isso muito bem.
Já falei na estreia do programa do Bial com as duas Fernandas. Por ter sido casado com Fernanda Torres a intimidade desfrutada com as duas foi primordial para que a entrevista fluísse de modo natural e interessante. As duas falaram sem firulas, sem dramatizar, naturais que só mesmo tendo grande talento, e sem precisar comprovar o que já está comprovado, é capaz. É interessante também notar como algumas outras atrizes usam o espaço de maneira tão pouco natural, teatralizando o ruim de suas respostas, fazendo caras e bocas e falando tão pouco e quando falam não trazem nada de novo. E mais uma vez comprovo: a plástica facial exagerada está fazendo das atrizes uma caricatura grotesca de si mesmas, cuidado.
Comentários