A SENHORITA JÚLIA DE HEDA GABLERE FEDERICO GARCIA LORCA

A montagem desse clássico de Ibsen optou por uma Heda leve e entendiada. Pelo menos foi o que passou para mim. Christine Fernandes é bonita, fluídica e fala o texto muito bem. Claro que nem vou discutir o talento, pois é óbvio numa pessoa que já excerce a profissão já algum tempo. Mas quem dá o recado, e muito bem, é a atriz Vera Fajardo, comadre querida, que faz uma senhorita Júlia bem-humorada, risonha, com nuances no texto, enfim, uma tia que todos nós gostaríamos de ter. Acho que Heda Gabler não faz nem pensar. É tão distante do que o mundo é hoje, que não dá nem para refletir. Gosto do teatro que fala à alma de problemas universais sociais identificados por alemães, brasileiros, italianos, etc. Ou adaptações para a nossa realidade: Gôta D' Àgua foi uma magnífica transposição da tragédia Medéia para morros cariocas e a Ópera do Malandro, outra jóia de Chico, baseada na Ópera dos Três Vintéins de Brecht (devo essas lembranças ao meu amigo Iran, numa conversa que tivemos após o espetáculo de Antonio Gilbert0- Federico Garcia Lorca). Já o Lorca é um monólogo enxuto e ótimo, de excelente nível artístico bravamente defendido por José Brandt. O que ele fala da poesia, da literatura é tão maravilhoso que toca a alma. É poesia pura.

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