ENFIM, GUIMARÃES ROSA
Cresci olhando e admirando a sonoridade do nome de Guimarães Rosa, mas não tinha ainda me aventurado na sua leitura - achava que não ia entender. Isso antes de começar a escrever. Estava eu me alongando depois de um treino duro e Synval, amigo e ator, me perguntou se eu já tinha lido Grande Sertão: Veredas. Ante a resposta negativa, me chamou (ele estava sentado no chão, fazendo um exercício para a lombar), eu sentei-me ao seu lado e tive o privilégio de ouvir um trecho do livro, dito com uma carga de emoção que nunca mais vou esquecer. Era Riobaldo enamorado de Diadorim e falando de seu amor por ele, com as estranhezas que sentiu achando que estava amando um homem. Synval é mineiro e falou tal e qual. Nesse mesmo da pequei o livro na biblioteca e li quatro páginas. Fechei o livro maravilhada, mas como estava lendo um livro sobre a China ( 1421, o ano em que a China descobriu o mundo), não quis misturar. Quatro das depois falei com o Iran pelo telefone e lhe disse que ia ler Grande Sertão. Ele me aconselhou a entrar no mundo de GR aos poucos. Pelas primeiras estórias, por exemplo. Comecei pelo O Burrinho Pedrês. No início lia e relia. Que belo, quanta poesia, quanta criatividade. Estava lendo um livro de um escritor genial e único, mas quem não sabe disso? Eu, até aquele momento. Seu estilo é simplesmente fascinante e fico me perguntando como será ler GR em italiano, norueguês, alemão e até em inglês? Já é impossível em português, a gente entende porque é da terra, mas nunca vi conhecer tanto a língua como ele. É de uma originalidade estilística absolutamente genial, Me preparo para Grande Sertão. Estou agora lendo Primeiras estórias e estou indo bem no meu cursinho preparatório.
Comentários
beijos. Synval