ODEIO O CÉSAR MAIA

Cada vez que chove horrores nessa cidade tropical, eu xingo o prefeito. Como César Maia é o idiota de plantão, então eu xingo, xingo até me acalmar. É doloroso andar no Rio quando chove torrencialmente.O trânsito pára, poças de água fedorentas cobrem as ruas, calçadas, carros passam pelas poças e lançam essas águas em cima da gente, ratos bóiam de barriga pra cima, cocôs de animais e humanos esfacelam-se e a gente bravamente tenta andar por sobre as águas que nem Moisés, mas é claro, isso aqui não é o mar Vermelho. Pagamos um preço muito grande pelo descaso em que deixamos ficar a cidade. A classe média e as mais abastadas olham apenas para seus umbigos e não nos importamos com a desgraça que está em nossa volta. Precisamos dar um basta nisso, exigindo serviços básicos que melhorem a nossa vida. Podemos não eleger ninguém, mas quem ganha a eleição não governa sem o nosso apoio. Falo do que vejo e vejo muito. A cidade está decadente, a violência acabou com todos os parâmetros de crescimento. As fábricas, as empresas, saíram todas do Rio de Janeiro, e o que ficou é rebutalho. As malditas favelas crescem a não sei quantos por centos ao ano e com isso a deteriorização da cidade também cresce. O fato é que precisamos de justiça social e muitos programas sociais também. Se não integrarmos essa multidão que vive marginalizada vamos pagar cada vez um preço maior. E aí vai, a imundície que cai pelas encostas, bloqueio de túneis, arrastão de bandidos nos congestionamentos, trânsito impossível, povinho estressado, a raiva latente dos que têm menos, bem a lista deve ser até maior, mas estou também ficando de saco cheio. Não vejo luz no fim do túnel. Odeio o César Maia.

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