O Ninho de Manon

O Estado do Rio de Janeiro desceu ao fundo do poço . Se alguém ainda duvidava, agora temos certeza . O poder das autoridades é zero . Quem manda nesta cidade é o governo paralelo , formado por bandidos . E estamos todos reféns . Acuados, assustados e perplexos . Acuados , porque nosso direito de ir e vir está comprometido. Aqui , no Rio , nós , ao sairmos de casa , não sabemos se vamos voltar . Assustados pelas balas perdidas, pelos inúmeros assaltos , no trânsito e em nossas casas , por falsas blitz , por homicídios gratuitos (se o bandido não gostar da cor dos teus olhos te mata sem piedade ; se o cidadão custar a sair do carro também morre) e perplexos porque não vemos uma autoridade se pronunciar sobre o que está acontecendo nesta cidade há muito tempo . O que ouvimos são mentiras de políticos e secretários de segurança ( três foram para a política : Josias Quintal , Marcelo Itagiba e Álvaro Lins) dizendo que tudo

Sai no jornal: duas importantes figuras no cenário político carioca, conhecidos apenas como MADAME e PRÍNCIPE, receberam propina da banda podre da Polícia Militar. E não foi pouca coisa não. Fiquei encasquetada com isso. Louca pra saber quem são esses personagens. Alguém tem alguma idéia?

Pedro Bola decretou: - O in agora é ser evangélico. E a moda pegou naquele balneário perdido abaixo da linha do Equador. E ai de quem desobedecesse. As punições eram das mais severas: perda de cidadania, fim dos cheques Bolsa-Família, vale-transporte e vale-refeição. Como a população não era muito disso nem muito daquilo, de repente o contingente dos evangélicos dobrou de tamanho. As pessoas passaram a se cumprimentar assim: - Maria da Vila, evangélica sim senhor. - Paulo Tomé, líder da torcida do senhor Jesus. Evangélico de pai e mãe. Dona Zilda se indignou. Não gostou dessa nova moda ditada por Pedro Bola. Adepta da umbanda sempre fez muita fé no seu pai de santo, e não era agora, nessa altura da vida, que tinha que seguir regras arrotadas por um babaca do interiorzão que chegando na cidade grande vinha posar de

Não é possível que não se mude as leis deste país. PIMENTA NEVES, assassino hediondo, solto e livre. E uma mulher, pobre, que rouba um pacote de manteiga é presa. É de se chorar de tanta vergonha. Precisamos ter sede de Justiça. Exigir, reclamar, clamar, para ver se despertamos esse gigante que vive adormecido.

LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA O relacionamento dos dois tinha altos e baixos . Mas o prazer de estarem juntos compensava os atritos do dia-a-dia . Ela sabia que , mais cedo ou mais tarde , o tapa ia acontecer . Provocava. Ele se controlava, mas a comichão na mão crescia a cada briga . Numa delas, a mão dele varou o ar e se estatelou na face dela. Num segundo couberam anos de lembranças ; as surras da infância . Ela apanhava do pai . Fazia parte da educação . Não no rosto , no corpo , mas a dor ficou gravada na alma . Não tem igual . Ela não chorou e nem achou que o marido fosse cafajeste por isso . Se o condenasse teria que condenar o pai . Não queria. Bateu nele também . Depois chorou muito , teve vergonha , mas não arredou pé . Surravam-se e se amavam. Virou praxe . Tão bom o amor com gosto de sangue ! Mas chegou uma hora que não deu mais . Arrumou os trapinhos e não quis mais saber dele. Iniciou uma nova etapa . N

Sexualmente carente , teve calafrios de prazer ao ver aquela gorda monumental espremida num legging e frente única , passar a língua , devagarzinho, no pirulito de framboesa , entrar no ônibus e se sentar ao seu lado . Ficou indócil . Não queria perder um segundo da ação . Começou a suar frio , enquanto seu membro inchava, a cada lambida dela. Ela , distraída , não dava pela aflição do rapaz . E toca de lamber o pirulito . O tormento do rapaz , ao invés de passar , prosseguia. Mexia-se, puxava a camiseta para baixo , fazia de tudo , mas não conseguia tirar os olhos do movimento labial da mulher . Com medo de passar vergonha , num gesto rápido , tirou o pirulito da boca da moça . - Perdeu, perdeu. E, feliz , com o pirulito na boca , seguiu viagem .

cadê ela ? cadê a menina que se escondia em mim ? cadê ? travessa , engraçada geniosa , tão confiante nas suas primeiras passadas tortas instáveis procuro e me farto de procurar nos cachos no brilho de um olhar castanho num meio sorriso fugidio em sonhos que uma vez acreditou acreditei de vez em quando ainda a vejo de relance tão rápida qual sombra que se desfaz em vestígios de luz vou atrás e chamo mas ela nem olha vai em busca de não sei de quê e não me dá mais atenção

Queria ler Bukowiski há muito tempo, e não sei porquê nunca achava o tempo, e nem o livro. Passando pelo jornaleiro, o vi, olhando pra mim. Edições L&PM. Baratinhas. Comprei, e ainda assim demorei a ler. Mas quando comecei, não parei mais. Sinal de que gostei. Misto Quente conta a estória de Henry Chinaski, um outsider, na época da Depressão Americana, onde a vida era bastante difícil, com uma população imensa desempregada. Tudo na vida dele era um fracasso. Dos pais a ele próprio. A violência doméstica que cerca a vida do personagem é de arrepiar. Seu pai o espancava por nada, e sua mãe, uma mulher absolutamente resignada, dominada pelo marido, nada fazia para melhorar a vida do filho. A infância e a adolescência de Henri foi marcada pela marginalidade e violência. Ele mesmo,uma pessoa de poucas falas, feio e nunca aceito no grupo. Bukowiski usa e abusa de linguagem forte, sem pudor algum. O livro é um soco na boca do estomago. Bom de ler. Recomendo.

Li no jornal que um soldado da PM levou um tiro quando entrava no seu Ecosport. Fiquei estarrecida. Como pode um PM ter soldo suficiente para comprar um EcoSport, carro que custa mais de 55 mil reais. Realmente servir na PM está dando o maior pedal. Os caras tão conseguindo fazer o maior pé de meia. Quanto ao tiro, não dei muita importância. Se não é o bandido que atira, é a PM. E afinal, o que não falta nesta cidade abençoada por Deus são balas cruzando o céu.

Enquanto depilava as pernas, Daniele conversava com Suraya. - Tá difícil de arranjar um homem legal . Quando ponho o olho em alguém que me interessa já está comprometido. - E daí? Desde quando isso foi problema pra você? - Ah, não quero mais esse tipo de homem . Quero um macho que me assuma e me abra as pernas , com frenesi . - Ih, garota, você está vendo muito filme americano. Hollywood é lá pro norte. Cai na real. Hoje em dia tem muito mais homem que mulher e a terceira opção crescendo que nem mato, pelas beiradas. O negócio é dividir o parceiro ou entrar de sola nos acessórios da sex shop de Ipanema. - Esquece. Um pênis vibratório com asas de borboleta custa uma fortuna. - Deixa de ser pão dura , mulher . Se é pra ser feliz , invista. - Ah, flor , ainda tenho meus encantos . Prefiro os de carne e osso . - E daí, e porque não um umzinho a mais

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As notícias de certo país abaixo da linha do Equador estão de arrebentar a boca do balão. Fora a dinheirama que rola em Brasília com os aumentos da corja do vértice da pirâmide, agora vem à tona a carreira brilhante de Álvaro Lins. Como consegue um simples chefe de polícia estadual morar em apartamento de 1,2 milhão e a escritura estar em nome da avó da mulher? Isso me faz lembrar certo político que tem todos os bens em nome dos filhos e mais um jornal, também em nome de não sei quem. Bem, mas voltando a esse rapaz bonitão que parece galã de novela mexicana, que subiu meteoricamente dentro da polícia, fazendo inclusive notícia quando teve seu nome ligado ao jogo do bicho, safou-se de ser julgado por ter sido diplomado como deputado. A nossa Justiça, benevolente como sempre com esse tipo de gente, rejeitou o pedido de prisão do já nobre deputado, como ele escapou também de ter a casa revistada, pelas prerrogativas do cargo. Não seremos NUNCA um PAÍS quando coisas como essa acontecem e

Essa corja de cafajestes aumentou os vencimentos em 90%. Exerça a sua cidadania. Proteste. Uma amiga me mandou o site, que já conta com um monte de assinaturas. Deixe a sua lá, também. O endereço é www.petitiononline.com/oeleitor/petition.html

Maya se casou e foi morar num prédio grande com vários blocos. De início teve medo. Muita gente, corredor com oito apartamentos por andar, mas o preço do imóvel estava bom e não era para se desperdiçar uma oportunidade como essa. Foi após o nascimento dos filhos que ela pode comprovar o quanto havia sido bom a compra do apartamento. O playground era bem espaçoso com duas piscinas, uma só para bebês sem falar na segurança de deixar os filhos brincarem despreocupadamente num lugar seguro e limpo. Os filhos de Maya cresceram se casaram e se mudaram de lá. Seu casamento também acabou e de repente ela se viu sozinha. Não desanimou. Contratou um arquiteto e pos a casa abaixo. Entretanto, muda para o apartamento ao lado, um casal com uma filha ainda de colo. Chegaram já incomodando. Muita gritaria no dia da mudança e muito lixo deixado no corredor. Maya não gostou, mas não reclamou. - Afinal é o primeiro dia deles. Vou ficar de olho

olhando a palma da minha mão uma cigana me assegurou: êta que vida mais linda dinheiro não vai faltar vai casar com homem sério e pelo menos dois filhos vai gerar vejo também benza-deus! vai morrer bem velhinha e pôs o trocado no bolso Anos , muitos anos depois olhando a palma da minha mão um indiano observou: algumas doenças algumas tristezas não vai viver muito não e pôs as rúpias no bolso entre a cruz e a espada vou vivendo ora lembrando da cigana ora do indiano pelos anos que já passaram sobrevivo dignamente de verdade apenas algumas doenças algumas tristezas ;

Sérgio Mendonça de Barros Neto era um político ambicioso. Almejava a Presidência da República. Muito rico e sem escrúpulos, fazia qualquer aliança que lhe garantisse permanência no poder. Não andava sem seguranças e fazia questão de ser onipresente. Num mesmo dia pela manhã era fotografado numa missa em Salvador, à tarde almoçando em São Paulo e à noite numa festa no Rio de Janeiro. - Ué , esse cara não trabalha? - E você já viu político trabalhar? - Político não trabalha, rouba, mer’irmão. E o povo ria e bebia mais uma cervejinha e fazia o bolão para ver quem seria o campeão da Taça Nacional. Barros Neto começou como prefeito de uma cidade do interior onde sua família mandava e desmandava. Casou-se com Georgiana, uma moça tão rica quanto ele, e cuja família reinava no município vizinho. Mas o sogro avisou: - Na nossa família as mulheres não se divorciam. Ficam viúvas. Um bom álibi para Sérgio manter o seu casamento. Com esta união Sérgio consolidou as alianças regi