CUBA E O CAMERAMAN

 Torci por Fidel Castro nos primórdio daquela revolução.Cuba era conhecida como prostíbulo americano,onde o dinheiro rolava nos cassinos. A distância aérea entre Rio e São Paulo é a mesma entre Havana e Miami. Uma turma jovem e idealista liderada por Fidel se insurgiu contra o império ianque e atacou, Sierra Maestra foi parar no noticiário internacional. Como não torcer? Venceram? Sim, venceram, mas os States decretaram bloqueio econômico e o país afundou. Quem venceu, afinal? Os idealistas se aplaudiram, finalmente a pequena ilha seria exemplo para o mundo. Mas, vieram os soviéticos e eles sobreviveram. Como? Com subsídios para tudo.  Pois é, se gabaram de ensino de qualidade, todos estudaram, não havia analfabetismo na ilha, mas não tinham empregos. Exportaram médicos para todos os lugares do mundo inclusive para cá, mas o governo cubano ficava com mais da metade do salário. Bem, produto de exportação é assim. 

O documentário é ótimo, mostra a pobreza infinda da ilha com o povo sorridente e afável. Com a característica dos povos latino-americanos: a da idealização de seus líderes. Lamentável, pois a cegueira é extraordinária, outra característica em comum. De que sorriem as hienas? A passeata fúnebre de Fidel me lembrou a de Tancredo e Senna. Incrível a semelhança de comportamento. O povo latino sempre na busca do salvador da pátria. Quando se conscientizarem que a salvação de uma nação está em cada um de nós, pelo voto consciente, talvez a coisa mude.

Gostei de Fidel só nos primeiros anos, depois enxerguei o engodo. O sujeito se perpetuou no poder, o país empobreceu por motivos óbvios, os ricos foram todos para Miami e ficou quem não podia sair de lá. Tal qual na Venezuela, os ricos também se foram e quem pode veio a pé com trouxa nas costas para Roraima. Tipo "peguei um Ita no norte e vim pro Rio morar". Conhecemos essa história. Depois, parei de sentir qualquer sentimento pelo comandante, sempre com aquela roupa, barba e boné. Dizia-se que era sedutor, e sempre tive muitas dúvidas, imagine o cheiro que vinha de sua boca sempre com um charuto? Mas, há gosto para tudo, não é mesmo? A mim, me causava repulsa.

Com a chegada de Raúl Ruz a economia melhorou, o turismo deu uma boa incrementada e no documentário vemos engenheiros trabalhando como comerciantes de rua. Bem, um camelô instruído é melhor do que nada.

Obama deu um passo forte de boa vontade em direção a Cuba, mas o topetudo Trump veio com tudo em cima e pisou feio na ilha. Sobrevivem porque são latino americanos, êta sina danada.

O documentário abrange 20 anos, e  foca em três personagens. Impressionei-me com os irmãos Borrego, que na miséria sorriam o tempo todo. Viveram muito tempo e não há como não se emocionar com aquelas almas tão puras. Vale a pena assistir, é bem contundente e não há fantasias, a ilha como ela é, hospitais com instrumentos cirúrgicos antigos, mas os médicos fazendo o possível para cuidar de seus enfermos. Sem comida na geladeira e nos mercados, mas o povo estava longe de ser raquítico, enfim, espero que estejam comendo melhor, mas urbanisticamente não houve progresso, tudo está como sempre foi.



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