O CINEMA AMANHECEU DE LUTO

Três notícias muito ruins envolvendo artistas tão competentes, admirados e respeitados. Começo pelo ator espetacular que era o Philip Seymour-Hoffman. Seus trabalhos tinham a marca de seu talento e competência. Sua interpretação em Capote lhe rendeu um Oscar. Mas me lembro dele em Magnólia, um filme que amo e no em Dúvida onde ele faz um padre pedófilo e contracena com Meryl Streep. Enfim, é a droga vencendo outra batalha. Saudades para os que ficam.
A outra notícia trágica é a morte do cineasta Eduardo Coutinho. Morto a facadas pelo filho esquizofrênico, teve ainda tempo de ligar para o porteiro e pedir ajuda. Lamentavelmente, o porteiro que chegou a subir e falar com o rapaz, que afirmou que tudo estava bem, voltou ao seu posto acreditando no que ouvira. Muito triste.
E a terceira envolve um dos meus cineastas favoritos: Woody Allen. Fui ver Blue Jasmine ontem, e como sempre acontece, sai em estado de graça. Não há como não louvar a inteligência, a sofisticação, o talento e a criatividade do cineasta. E sem falar na trilha musical, que é sempre, sempre um achado. Woody escreve para mulheres e não é à toa que quase todas saem da festa do Oscar com a estatueta debaixo do braço. Woody é acima de tudo um cronista ou contista que retrata com maestria o cotidiano de nossas vidas. Sempre sorrio com determinadas situações tão tipicamente americanas que com certeza, soariam ingênuas na nossa cultura. Mas ele está lá, com sua câmera ágil, sem se deter em closes ou cenas de sexo. Interessante, não me lembro mesmo de nenhuma cena ardente de sexo em seus filmes.Comprova-se então que não precisa mostrar mulher pelada tão ao gosto de determinados cineastas brasileiros, para um filme atrair bilheteria. Bem, não sei, pode ser que no Brasil, precise. Blue Jasmine deve dar o Oscar a Cate Blanchet. Impecável, como todas as outras. Os filmes de Woody são verborrágicos. A turma fala até mais não poder, mas é engraçado e pertinente. Agora o tristonho. A filha adotiva deles vem a público acusá-lo de pedofilia. Sério, isso, mas Mia não merece tanto crédito assim. Casada com Woody, manteve romance com Frank Sinatra e pelo visto tem um filho com ele, e escondeu a paternidade famosa até bem pouco tempo. Americano é diferente do brasileiro. Levam muito a sério a questão da mentira. Tipo questão de honra. E ela mentiu esse tempo todo.
 E então, como vai se desenrolar esse episódio deprimente? Ninguém estava lá, só os dois, a consciência pesa pelo resto da vida. E é com isso que os Farrow-Allen vão ter que conviver. Muita mentira de ambos os lados. Torço pelo cineasta. Espero mesmo que ele não tenha feito mal à filha adotiva. Mas se fez, não vou deixar de ver seus filmes.Vou é ficar muito triste em relação a sua pessoa. Por que? Acho que a resposta é muto difícil, e ninguém a tem.










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