O BARULHO MEDONHO DOS BARES NAS CALÇADAS DO RIO

Pois é, só para vocês mais uma vez constatarem a inoperância das autoridades fiscalizadoras da prefeitura. É um monte de gente que não faz nada. Estão fiscalizando a desordem urbana, desenfreada que acontece nas noites cariocas? Claro que não. Estão em casa com a família e vendo a novela das 9. Há quarenta anos atrás comprei um apartamento da Rua Marquês de Olinda. Na esquina com a Rua Bambina o bar Manolo. No primeiro dia da mudança, à noite não consegui dormir. O barulho da rua era medonho. Fiquei à beira de um ataque de nervos. No dia seguinte comprei um ar refrigerado. Minha comadre comprou um casaco que eu queria vender. Comprei o segundo ar refrigerado. E nos vinte e cinco anos que lá morei posso atestar o horror que é morar perto de um bar à beira da calçada. A bebedeira é geral, a falta de respeito maior ainda, é um verdadeiro inferno, que você não vê em nenhum lugar do mundo. Eu, pelo menos, não vi. Hoje, passados 41 anos o horror continua e o jornal vira e mexe cobre o assunto. Na verdade, não somos povo educado, concorda? Falamos muito alto e somos de uma arrogância extraordinária. Disso ninguém fala. Se você reclamar, principalmente hoje em dia corre o risco de morrer, com uma bala entalada em algum lugar de seu corpo. Qual seria a solução?