TRINCHEIRA TROPICAL, RUY CASTRO
Acabei de ler esse livro, que considero leitura obrigatória para todos que gostam de História e do Brasil, porque ele aborda uma história nunca contada. Antes de falar propriamente na guerra, Ruy abre o cenário mostrando como era a política no Brasil, e seus personagens da época, como Plínio Salgado, Integralista e alguns outros. Era uma sociedade atrasada, um governo autoritário. Essa é a introdução para então entrar nos anos pré Segunda Guerra, com Getúlio Vargas no poder, a simpatia que ele tinha pela Alemanha, o malfadado DIP, e a guerra em si, com o envio dos pracinhas brasileiros, homens mirrados, e baixinhos, alguns até desnutridos, e que fizeram bonito na guerra. Até os americanos se surpreenderam. Nossos pracinhas aprenderam na marra e foram os responsáveis por vitórias em muitas cidades italianas, Monte Castelo é uma delas, e também foram homenageados at eternam através de placas e praças por lá. Você sabia? Eu não. Como também não sabia do desprezo a que foram submetidos ao chegarem ao Brasil pelo próprio Getúlio e aquela massa disforme chamada Dutra, que graças a deus não deixou descendentes. Nem precisava. Bastou ele e a coitada da Santinha, sua "santa" esposa. Desconfio dos santos em vida. Arre.
Foi supreendente ler o quanto os americanos foram importantes trazendo para o mercado itens de consumo que nem se sonhava em terras tropicais. Eles queriam que o Brasil se aliasse a eles contra a Alemanha, e não mediram esforços. Foi um espanto a experiência com o Nescafé, solúvel. Grãozinhos que misturados na água viravam café. O Brasil só entrou na guerra depois de vários dos seus navios terem sido afundados por submarinos alemães. Aliás esse fato é interessante. Na minha casa onde meus pais eram getulistas, meu pai dizia que eram os americanos que haviam afundado os navios brasileiros, para que o Brasil entrasse na guerra. Foi lendo esse livro que constatei que estravam errados, foram os alemães mesmo. E como afundaram. Fizerram uma festa.
Recomendo muito a leitura.
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