ORDENAMENTO DE BARRACAS NA PRAIA?

 Outros tempos não há dúvida. A turma de hoje não tem a mínima ideia de como era gostoso ir à praia no Rio de Janeiro nos anos 60, 70 e inicio de 80. Nos anos 60, a gente ia de saída de praia, depois veio a canga. Deixávamos nossos pertences na areia, num montinho e se fossemos nos banhar ou andar pela orla, gentilmente pedíamos às pessoas que estivessem próximas que dessem uma olhadinha nas nossas coisas. Quem quisesse levava a sua barraca e pronto. Os vendedores de mate e limão viravam quase que amigos, sempre havia um papinho entre cliente e vendedor, e que tempos bons eram aqueles. Talvez a tendência para o roubo ainda não se manifestasse na população. Havia menos gente, não havia ônibus que viesse de bairros distantes, a praia era quase um gueto da turma da zona sul. Com a abertura do túnel Santa Bárbara e Rebouças a população praieira aumentou, chegaram os pivetes e aí tudo mudou. Como agora, com os donos da praia com suas barracas, cobrando aluguel, e se você não entra no esquema está lascado. Não há lugar pra você, a menos que se instale à beira da água. 
Nas ilhas gregas a situação é diferente e bem mais  agradável aos olhos. Não são barracas, mas um tipo tenda com cadeiras bem confortáveis, e claro, e há uma central de fornecimento de petiscos e bebidas bem mais afastada, não é na areia. Aqui, o espaço é maior, e lá não, pelo menos na ilha que visitei. E a turma que serve se apresenta melhor do que a turma daqui. Mas, entendo, gostamos de usar havaiana e camiseta, mesmo que surradas. 

Não me atrai nem um pouco ir à praia, hoje em dia. Acho que me irritaria bastante. E ainda por cima com ordenamento de barracas padronizadas e música em caixas de som. Gosto musical é pessoal, não acham? Coisa brega, comportamento bastante subdesenvolvido, não acham? E sim, estamos pagando pedágio, se deu conta? Na orla e para os flanelinhas. Ficou caro ir à praia.