AI DE TI, COPACABANA, LEBLON E IPANEMA
As praias cariocas não pertencem mais ao povo, e sim aos barraqueiros que alugam barracas feias, e cadeiras. O povo não pode nem sentar mais na areia. A cada ano a população cresce exorbitantemente, e claro numa cidade tórrida como o Rio, ir à praia é a solução mais saudável e está ali, ao alcance da mão. Já foi diferente. Íamos de canga, inclusive dentro de ônibus levando barraca (limpa e não mofada), esteira ou cadeira, nos instalávamos na areia onde quiséssemos e pronto. Gasto quase zero, pois sempre havia vontade de tomar um mate ou sorvete. Menos gente, mais espaço, jogava-se vôlei e não éramos atingidos por bola. A reportagem do jornal O Globo de hoje mostra a deterioração da Avenida Atlântica, com direito a foto de uma mulher sem-teto deitada na calçadão, e caminhões enormes estacionados em estacionamentos rotativos onde pessoas moram dentro deles e de manhã vão para a praia descarregar cadeiras e barracas. Imaginem onde essas pessoas defecam. Sim, urinar, todos urinam na praia. E o fedor corporal, já que trabalham na praia e dormem no caminhão. As fotos estão no jornal. Não estou inventando nada. Por isso meus amigos que gostam de praia, viajam para o nordeste, porque no Rio não dá mais. Bem ainda tem a Barra da Tijuca, o Recreio e a Prainha, onde milicianos controlam o "mobiliário praiano". Retrato em preto e branco.
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