HOMEM FAZ REFÉM NA BIBLIOTECA PARQUE?

Acho que li a notícia no G1, e não acreditei. Como assim? Na Biblioteca Pública Estadual, hoje chamada de Biblioteca Parque? Com 200 pessoas trabalhando lá dentro e quase na hora de fechar? Uau.... Li também que a refém era empregada doméstica desempregada e estava dentro da biblioteca, como frequentadora, acho, na hora do sequestro. O bandido segurava uma faca que estava no pescoço da vítima. Uau. Procurei por mais informação e não achei. A identidade dela não foi revelada, por mim nem precisava, mas acho que o que eu li sobre o caso não me convenceu. O Rio de Janeiro é a Medelín tropical. 

Trabalhei na Biblioteca Pública por anos, e em diferentes estágios da minha vida. Lembro que no início da minha carreira no Estado, a biblioteca ficava num casarão, na presidente Vargas, com uma turma já próxima de se aposentar. Nós viemos com sangue novo e com muita vontade de trabalhar, e trabalhávamos. Eu já trabalhava no Consulado Americano e ficava horrorizada com o atraso dos procedimentos bibliotecários no Estado. Depois fui para outros lugares e próximo de me aposentar, pousei na biblioteca de novo. O espaço concebido por Darcy Ribeiro era lindo, mas o mobiliário, era um horror, inclusive nossas cadeiras. Havia uma dicotomia com o arrojo da estrutura e com o que estava lá dentro. Ficava horrorizada com a quantidade de moradores de rua que aproveitavam o espaço para se debruçarem sobre as mesas e dormirem. Época de dona Rosinha na governança, que nos mandava atender qualquer pessoa, mesmo as que babassem em cima das mesas, fedessem, e por aí vai. Nós não podíamos os constranger. Eu ficava perplexa, pois um mínimo de decência pública tem que ser observado. Vai um sujeito se comportar assim na Biblioteca Pública de Nova York, o que aconteceria?  A biblioteca nunca atraiu um grande número de pesquisadores, sempre havia um grupo da escola pública fazendo pesquisa, com material bem ultrapassado. Me aposentei, e anos depois li sobre esse projeto Biblioteca Parque. Oferecia uma série de coisas, parecia biblioteca de outro mundo. Uau.. havia até um bistrô com comidinhas de primeira. Veio a Covid, pandemia, alguns departamentos da Secretaria de Cultura foram transferidos para lá, e agora essa notícia. Não sei se a Biblioteca Parque é referência para alguma coisa. Se souberem, podem opinar, por favor.

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