O Ninho de Manon

Moro num lugar aprazível onde os sons da natureza com o latido dos cães dos vizinhos são a constante. Inclusive à noite, que pode ser bastante incomodativo. Há também as buzinas, uma vez que neste condomínio são raras as campainhas nas portas, além de não termos interfone. É um vale, onde todos os sons se propagam de maneira caótica e indecente, dependendo do barulho. E eu considero a música que vem da favela uma afronta a qualquer ouvido. Defendo que cada um ouça a sua música, e eu não preciso ouvi-la e vice-versa, mas nós, brasileiros, não temos essa sofisticação comportamental. Claro que muitos temos, mas numa comunidade, seria muito achar que tenham, até pela maneira com que vivem, praticamente sem privacidade, e sem tudo. Infelizmente. Sempre aos sábados e domingos pelas manhãs, e quando há festas no sábado, a música que vem de lado é ruim, é pancadão, sem melodia, incrível. Então, coloco música clássica e me delicio com a orquestra vibrando. E hoje, principalmente me perguntei p

Começo a me cansar da minha indignação constante com o que vejo acontecer no país. Assistimos perplexos as greves de ontem que espoucaram em todo o país contra as Reformas Trabalhistas e Previdenciária. Vale ressaltar que muitas das propostas já existiam no papel desde o tempo de FHC e foram defendidas por Lula e Dima. Inclusive Lula chamou a CLT de AI 5 dos trabalhadores. Está lá, documentado, fácil de pesquisar. Como o governo Temer é impopular, essas reformas podem acontecer pelo simples fato que ele não vai se reeleger. E político não faz nada pelo país, e sim para o próprio bolso e continuar no poder, $empre lucrando. Enfim, não foi uma greve geral, mas sim dos movimentos sociais do PT e dos sindicatos que vão perder a mamata, que eles pensam que é de direito. Não é. A contribuição passa a ser voluntária e não obrigatória. Ótimo. E essa turma parruda que engrossa as filas dos MS vão ter que se virar sem a mesada governamental. O país mudando? Vamos torcer. Os atos de vandalis

Adoro ver os filmes antigos, filmes esses cujos enredos eram contados por minha mãe, fã ardorosa do cinema, de quem herdei a paixão. Minha mãe sonhava com Gregory Peck ( meu pai brincava dizendo que ele era manco, mas reconhecia o talento do ator), Errol Flynn, Cary Grant e Jimmy Stewart. Acho que era esse quarteto, ah, claro e tinha Clark Gable, com dentes horrorosos, impensáveis numa Hollywood atual. Os filmes de Cary Grant inundam o Tele Cine, e ontem vi An affair to Remember, filme que meus pais amavam. Vi Debora Kerr pela primeira vez, se vi algum filme com ela não me lembro, mas como gostei. Enquanto a atuação de Cary usa de um tom de voz inimaginável hoje em dia, ele me pareceu declamando num tom mais acima do que deveria, ela, por sua vez, atua leve, com uma normalidade, que talvez para a época não fosse muito comum. Cary atua com a mão no bolso, um apoio por não saber o que fazer com os braços, kkk. Mas, é um homem muuito bonito, presença forte, e sorri, pelo menos nesse fi

Direito de greve todos temos. É necessário, inclusive, que o povo se manifeste, a favor ou contra, e o protesto é bem vindo desde que não interfira na vontade do outro de não participar. O  que não acontece por aqui. Não somos ainda democratas, para se estabelecer a democracia numa nação latina, com resquícios autoritários, comportamentos hierárquicos de classes abastadas em detrimentos das outras, já é afrontosamente antidemocrático. Mas, vamos aprender com o tempo, tudo se aprende. A greve de ontem, organizada pelos sindicatos e pelos movimentos sociais bancados pelo PT, a mim geraram dúvidas quanto a sua legitimidade. Não a legitimidade de fazer a greve, mas sim pela maneira selvagem com que se comportaram, o que para qualquer brasileiro não é novidade. Acontece que este país na era LULA foi o paraíso dos sindicalistas, que chegaram a ocupar altos postos nas estatais brasileira, e todos vêm agora o prejuízo que deram, Petrobras falida, BNDS comprometido, etc. etc. E a greve foi c

Este belo filme está na grade do tele cine. Adrian Brody e Selma Hayek-Pinault são os protagonistas que dão vida a uma história real de um casal de judeus iranianos que para não serem mortos, pagam uma fortuna para fugir, quando um golpe de estado coloca o primeiro aiatolá no governo, e inicia-se a ditadura islâmica fundamentalista. São pessoas de classe média alta, ele joalheiro, com um filho estudando em universidade americana. O filme começa com uma bela festa de despedida para o filho.  A câmera passeia pela bela casa, mostra aposentos requintados, gente bonita, como os serviçais da casa, todos unidos pela alegria reinante na festa. O que se vê depois é de estarrecer. O joalheiro é levado preso pelo simples fato de ser rico. É considerado um opressor, que explora seus empregados. Uma carta que ele guardava da rainha Elizabeth elogiando seu trabalho e roubada por um serviçal cuja mãe era empregada na casa dos Amim, é considerada trunfo para a sua morte. Enfim, assistimos ao que p

Como sempre falo, os brasileiros pagam tributos altíssimos e não nenhum retorno: vamos a lista: 1- o sistema de saúde virou sucata. Todos os hospitais públicos não oferecem médicos e muito menos tratamentos dignos. O sujeito vai para a fila às 4 horas da manhã, levando colchonete e espera os portões dos hospitais se abrirem. E ainda corre o risco de não ter médico. Os "consultórios" são feios, os corredores onde se aguardam a chamada também,e é simplesmente deprimente esta num desses hospitais. Sem falar nas operações agendadas para meses depois, mesmo que a criatura esteja morrendo. Pessoas morrem na frente do hospital por falta de atendimento. 2- a educação pública é precária, onde moro, as crianças costumam ficar sem professores meses, até que a secretaria municipal, ou estadual, mande alguém. Os professores recebem salários baixos, não têm formação adequada e vão ensinando mal. Convenhamos, qual o professor qualificado que aceita trabalhar para a rede pública? O que

Vivemos no Brasil o maior pesadelo de todos os tempos, pelo menos para mim, que já vi este país sair do rural e começar a ter suas indústrias, o suicídio de Vargas, a ditadura militar, o aparecimento do maior líder sindical Lula, as diretas já, e finalmente os primeiros passos para a estabilização da democracia, num país sem vivência no assunto, mas vá lá, os primeiros passos são sempre importantes. Elegeu-se o primeiro presidente, Collor de Mello, um sujeito arrogante que tungou a poupança dos brasileiros achando que ia colocar a economia nos trilhos. Com um ministra da fazenda, Zélia Cardoso de Mello, imatura emocionalmente e nada preparada para o cargo, Collor que era odiado pelo Congresso e depois pelo povo, em sua maioria, sofreu impeachment, tantos eram os mal feitos e saiu do Alvorada pisando duro, nariz empinado, pescoço esticado, ele e sua Barbie do Agreste. Entrou Itamar Franco, depois Fernando Henrique Cardoso, e finalmente o Luis Ignácio, que incorporou o Lula ao nome, da

Simplesmente inacreditável aceitar este tipo de procedimento na política daqui para a frente. Marcelo Odebrecht na sua delação nos deixou estupefatos diante de suas declarações. Era um falar de milhões, bilhões, com uma naturalidade indecente enquanto  com uma familiaridade promíscua nas mais altas esferas, citava nomes sem o menor constrangimento. Não usava o título, era a Dilma, o Lula, O Fernando Henrique, o Guido, e por aí vai, Senti que este país onde nasci, vivi e vou morrer só me causa tristeza e vergonha, vergonha principalmente: uma república latino americana com importância relativa, talvez apenas para os seus pares, com um povo selvagem e sofrido onde saúde, educação e segurança, itens básicos para o bom desenvolvimento inexistem enquanto as campanhas milionárias da corja política não só enchem os bolsos dos parlamentares como os da empresas que os agenciam. Vergonhoso mesmo. Ele afirma que sem o caixa-dois não existe política. Que se acabe então com as doações, que essa ge

Saiu hoje na coluna do Góis uma notícia que todos que moram no Rio de Janeiro e têm carro já sabiam, e é o assunto do título deste comentário. O Detran/RJ sempre foi corrupto, e agora vem à tona no momento propício onde espocam pelo país, pelo estado notícias com provas deste horror que flagela o país. O Brasil mostra sua cara mais feia, e não há um dia sequer em que o brasileiro não seja brindado com mais um horror. A corrupção vem de décadas, quanto enriquecimento ilícito, quantas coisas que podiam ter sido feitas para o cidadão e foram para os bolsos desses crápulas, governadores, vice, conselheiros de tribunal de contas, altas autoridades estaduais, etc. e tal. Sempre me perguntei porque pagamos taxas de IPVA tão altas, e porque essa vistoria maldita todos os anos, porque tantos terceirizados quando a tal da vistoria é feita nas coxas. Aproveita-se o momento e digamos não às exigências do DETRAN. Não ao IPVA abusivo. Acorda BRASIL.

Bashar al-Assad é um homem infame. Seu país está se aniquilando, milhares de refugiados morrem nas travessias para outros países, outros milhares não são aceitos pela comunidade internacional e as crianças? Morrem por terem inalado gás sarin, morrem nos bombardeios, morrem quando atravessam o mar Mediterrâneo em condições precárias, morrem porque um governo miserável não tem ombridade para assegurar aos seus cidadãos segurança e dignidade. É de chorar de ódio, do mundo que nada faz para deter essa barbárie síria, principalmente pela ONU tão inoperante. Agora, olhemos para o nosso umbigo. Morre-se no Brasil por nada, por ter um celular, por ter um carro, por estar na rua num momento errado e as crianças agora, então morrem a toda hora. É um espanto a quantidade de brasileirinhos mortos por balas perdidas. É um espanto se morar numa cidade, num país que não é governado por Bashar al-Assad, mas assim como ele não protege seus cidadãos das barbáries sofridas todos os dias, em todos os l