RIO DE JANEIRO, VERÃO 2015
Quando desembarquei em Mombai, há 10 anos,
tive medo ao ver uma multidão de homens, todos vestidos de branco, a circular
pelo aeroporto. Sabia que os indianos são pessoas pacíficas – bem, estupram
mulheres; muçulmanos X hinduístas também se matam entre si -, e que o turista
não teria o que se preocupar. Bem, estava numa excursão, numa época em que
idealizava a Índia. Realmente andava para cima e para baixo e nunca me senti
ameaçada, ao contrário do que acontecia na cidade que vivia, a cidade do Rio de
Janeiro. Porém, ao ver a foto no jornal de domingo da praia do Arpoador repleta
de pessoas, num repeteco da foto do domingo anterior, entrei em pânico. Ainda
mais lendo sobre os arrastões, roubos, falta de civilidade, urbanidade,
higiene, acho que já é hora de refletirmos pra valer que povo é esse que nos
tornamos e pra onde vai essa multidão enlouquecida por um pedaço de sol nos
bairros da orla, que todos sabemos não comporta esse tipo de público, esse tipo
de violência, esse tipo de selvageria. Temos que admitir que somos mal educados,
arrogantes (nunca nos esqueçamos dos exemplos que vêm de cima e que são
inúmeros), e temos quase ou nada de civilidade urbana, e que precisamos nos
conscientizar para que mudemos de vez. É inconcebível um arrastão no Coliseo ou
nas praias do Mediterrâneo, mas virou lugar comum essa violenta desordem urbana,
que é uma constante na cidade, essa violência descarada que nos assola fazendo
do ir e vir uma guerra surda. Em Petrópolis, na BR-040, na altura do viaduto
próximo a Duarte da Silveira, marginais se posicionam no alto do viaduto e
atiram pedras nos carros, que param, no que eles aproveitam para assaltar.
Faça-me o favor, se a polícia sabe, se todos sabem, por que não se toma
providências? É cansativo viver num país sitiado, e perceber que essas
autoridades, nada ou pouco fazem para solucionar o problema. E nos estados
críticos ainda são reeleitas!! Ônibus que vêm da baixada ou da zona norte não
deveriam circular aos domingos. E não adianta a gritaria geral, porque se assim
não se fizer, acabou o sossego do pessoal do lado de cá. Não sabe se comportar?
Vai aprender, o que não dá é conviver com essa ameaça constante. E aí, sei que
a turma dos direitos humanos vai chiar, vai dizer que a cidade não pode ficar
partida (já está, será que não enxergam?) e aposto o que quiser que essa turba,
já que não pode infernizar na praia, vai entrar nas garagens e apedrejar os
ônibus. E assim serão todos os verões. Como pode o Rio ser destino de turistas
bem informados e de alto padrão aquisitivo? Uma cidade cara, quente, violenta.
Aqui só vem a raia miúda, todos lembram dos argentinos infestando a cidade na
Copa, dos tumultos que causaram e no turismo barato que ocorreu durante o
evento. E sem falar nos ganeses, muuuuitos, querendo asilo no país. Meu deus.
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