CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO

Pois é, o Carnaval de há muito não me seduz. Houve tempo sim que gostava bastante, mas era um Rio de Janeiro totalmente diferente do que é hoje. Primeiro não era esse forno saárico, segundo a população era BEM menor, terceiro todos se divertiam de uma maneira mais simples e mais lúdica. Mais ou menos o que aconteceu com as festas de fim de ano na orla que infernizam o moradores de Copacabana. Só não reclamam mais, porque nesse país reclamar é feio, não pega bem, é cafona, os adjetivos são inumeráveis. Leio que os edifícios nobres da orla do Leblon protegeram seus canteiros com uma espécie de tapume para não ser destruída por essa gente bronzeada que mostra seu talento ufanista no samba do pé, no empurra-empurra, e no suor compartilhado. O bloco da Preta Gil levou tata gente, tipo uma população inteira de qualquer país europeu para a avenida Rio Branco, e ela mostrou autoridade quando se fez necessário, estão até pensando em contratá-la nas manifestações para ordenar a bagunça: Se não se comportarem, não tem bloco. mais ou menos isso. Beneficiários do Bolsa Família, enchiam os peitos para dizerem que ganha a tal Bolsa para três filhos- estava lá sambando como se não houvesse amanhã: o governo garante o leite das crianças. A maior parte dos cariocas se mandou. Lotação esgotada nas Serras e Nas Praias de Niterói. A mídia exalta o carnaval:  milhões são arrecadados, é o Brasil pensando e agindo grande. Cartão postal para o mundo. Isso me lembra a época que morei em Lisboa: na época do carnaval os jornais mostravam as brasileiras todas prosas mostrando bundas e nádegas. Acho que foi daí que começou a fama não muito boa da mulher tropical. E o diabo é que era na frente da livraria onde eu trabalhava. Passava muda e me recusava a falar qualquer coisa de vergonha de reconhecerem o meu sotaque. Hoje está mais sofisticado, as escolas obedecem padrões semelhantes, esbanjam criatividade, beleza, as mulheres continuam nuas (por que não os homens também?), o povo está lá aplaudindo, os artistas marcam presença e lá vamos nós. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Ah, o novo: a greve dos garis. É a democracia tropical. Não aguento mais greves, manifestações, black blocks, quebra quebra, assassinatos, roubos aos transeuntes e a impassividade da Justiça brasileira. Chega.

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