VIVA A CHICO BUARQUE DE HOLLANDA E OUTRAS COSITAS MAIS

Chico Buarque de Hollanda falou com muita propriedade: “o meio literário se incomoda que um compositor popular escreva livros e ganhe prêmios.” E é isso mesmo, há um gueto de escritores que ditam as regras, figurinhas fáceis no mercado e só transitam no pedaço seus apadrinhados. Adoro Chico, sou de sua geração, nascemos no mesmo ano e faço aniversário no mesmo dia, só que um mês depois, cantei e canto sus músicas, leio tudo sobre ele e ainda me admiro de suas letras poéticas e devoro seus romances com muito prazer, e gosto de todos. Como já dizia seu grande amigo, outro artista que sempre me comove ao lembrá-lo- Antonio Carlos Jobim – brasileiro não suporta o sucesso do outro. Vá em frente, Chico, você é genial, para cada mil brasileiros, pode ser que nasça um genial como você.
Formada em Biblioteconomia tive o prazer de começar trabalhando na Biblioteca Thomas Jefferson que pertencia ao USIS. Foram anos convivendo com um material americano de grande qualidade e eficiência nos serviços de atendimeno ao público. Saí do consulado no governo Reagan e fui tentar outras coisas; fiz teatro, televisão, fiquei à tôa, e terminei minha vida profissional trabalhando na Biblioteca Estadual Celso Kelly, um horror de biblioteca, tanto no seu aspecto físico como interno. Não sei se foi uma ideia boa do Darcy Ribeiro que não deu certo, mas o que posso dizer é que me senti bastante humilhada por ter acabado minha vida profissional tão mal, atendendo mendigos, gente de rua fedida, que fazia hora na biblioteca para acompanhar os horários dos refeitórios populares, comiam e iam para a bibliotec dormir. E ainda havia uma ordem da governadora da época, que dizia que era obrigatoriamente proibido constranger os frequentadores, fossem eles quem fosse, então éramos obrigadas a conviver com o pior tipo de gente que já vi na vida. Claro que haviam os estudantes, muitos deles legais, e outros não tão legais, que numa distração da gente arrancavam folhas de livros, enfim... não havia fiscalização decente, os profissionais eram poucos e como qualquer funcionário estadual mal pagos e os que estavam nos cargos mais altos, os apadrinhados, obedeciam à ordem da governadora, sem sequer conseguir interpretar que era o profissional que se sentia constrangido a ter que receber a gentalha da rua, e não o contrário. Não vi isso nem nos Estados Unidos, nem na Argentina, e hoje leio o belíssimo texto de Cristina Ruiz Kelleersmann falando das bibliotecas alemães. São 25 mil, segundo ela e recebem 120 milhões de usuários por ano. E não é só isso, lendo o artigo fiquei feliz e infeliz ao mesmo tempo. Feliz de saber que um bom projeto cultural foi implantado com sucesso e infeliz pelo Lula ter dito com orgulho que nunca leu um livro, e por saber que não há o menor incentivo para que uma ideia dessa se implante no Brasil, por isso o índice abaixo da média da educação pública no Brasil, ainda somos um povo ignorante, que vai a escola para receber o Bolsa Família.

Cada vez mais se tem certeza de que político profissional não está interessado em trabalhar em prol do país mas sim em relação ao proveito financeiro do qual ele possa usufruir. Cada vez mais tenho nojo dessa gentalha. Deveria ser reformulado o sistema político e os parlamentares deveriam continuar com suas profissões e trabalharem gratuitamente para o país, em horários a combinar. Estamos cansados de saber que eles chegam à Brasília, na segunda-feira, se chegam, e vão embora na quinta-feira para seus estados de origem- alegam trabalho nas bases... me engana que eu gosto. E já estão cavando um aumentozinho, porque com o que recebem não podem viver, será que o aposentado pode? E a mesma coisa acontece nos estados, quer coisa pior que vereador? Dois vereadores, filha e neto de políticos veteranos só colocam em pauta projetos populistas para se perpetuarem no poder...e assim aumentar a caixinha.ssss

O Serviço do Correio realmente está uma vergonha e pensr que um dia foi padrão. É o resultado de uma politicagem rasteira que o PT é mestre em disseminar.

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