A PONTE SOBRE O RIO KWAI

                                                                     cartaz de A Ponte do Rio Kwai


Vi esse filme quando foi lançado, décadas atrás e nunca mais o revi, entretanto o tema assoviado nunca saiu da minha cabeça. É um clássico do cinema e com uma atuação extraordinária de Alec Guinness, um monstro na arte de representar. O filme me fez pensar em algumas coisas que são ditas e reverenciadas no filme: dignidade, respeito e disciplina. Um pelotão britânico cai prisioneiro dos japoneses, e é obrigado, soldados e oficiais, a construir uma ponte sobre o rio Kwai, estratégico para a locomoção japonesa para chegar a Índia. O comandante se recusa a fazer o trabalho, como a autorizar seus oficiais e saca do bolso a Convenção de Genebra para mostrar a regra ao japonês. Leva um tapa na cara, e é confinado numa pequena solitária, chamada forno, e seus oficiais são presos. Depois de alguns dias, o japonês impressionado com a resistência do britânico, o chama para conversar, e vemos o oficial, fragilizado, mas digno e firme nas suas convicções. É levado de volta ao forno e por mais duas vezes é trazido a presença do japonês, e não arreda pé do que considera justo. O japonês começa a desenvolver certo respeito por esse homem, adorado pela tropa e que mostrou dignidade, disciplina e força o tempo todo. E através de um acordo táctico, que liberou os oficias de fazerem o trabalho manual, o comandante britânico convoca seus oficiais que têm experiência com pontes, a refazer o projeto, até então inviável pelas condições do terreno, e então começa a verdadeira construção da ponte sobre o rio Kwai. Essa é a estrutura dorsal do roteiro. Agora, vem os paralelos. Tem William Holden, muito bonito e jovem, fazendo um oficial americano totalmente descrente de tudo ( eu também ficaria nas mesmas cirscunstâncias) que consegue fugir desse acampamento-prisão, e passa uns dias de dolce far niente no Ceilão (era Ceilão na época) até que a Marinha Inglêsa o procura e ele, obrigado a voltar à região na missão de explodir a ponte, pois é o único que conhece o local. O final é extraordinário. O personagem de Alec Guinness manda afixar uma placa na ponte informando que ela havia sido construída pelos soldados inglêses, um marco para a eternidade, e no seu parecer, a derrota transformada em vitória. No dia da inauguração, ele está orgulhoso de seu trabalho, e se afasta para ver o trem, que já apitou ao longe, passar pela ponte. Nisso ele vê uns fios estranhos, chama o japonês, e juntos vão ver aonde vai dar aquilo. E o trem se aproximando, e o soldado britânico, responsável pela explosão, sem saber o que fazer. O oficial americano, Holden, sai do seu esconderijo, nada até a praia pra matar o oficial britânico e realizar a explosão da ponte. Tiros cruzam o ar, morrem os três, depois de uma luta desesperada , e o oficial britânico, ferido, cai com o corpo em cima do detonador e a ponte vai pelos ares de acordo com a inteligência britânica, na hora que o trem está passando. E a gente o ouve dizendo: What have I done? Pois é, um questionamento interessante; foi o respeito, a disciplina que o estavam impedindo de detonar a ponte, mesmo ouvindo durante o embate corpo-a-corpo que eram ordens britânicas, ou uma tremenda vaidade de ter conseguido o que antes era impossível, e por ter dobrado a resistência japonêsa?

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