RECUERDOS DE BUENOS AIRES

Terminei 2009 e comecei 2010 em grande paz e felicidade. Viajei. Fui rever Buenos Aires da minha adolescência, do meu primeiro amor - Juan Antonio Garcia, Tacho, um portenho de olhos verdes e sarado de corpo,  professor de educação física. Meu pai foi participar de um congresso internacional de educação física e nos levou com ele. Passava as manhãs nadando na piscina, e foi ai que conheci Tacho, que de férias, também nadava no complexo de Nuñez, onde rolava o congresso.E de tarde, passeava pela bela cidade portenha. Nunca mais voltei. E foi com grande alegria e com olhos saudosos que mi Buenos Aires querido, voltou a se reencontrar comigo.
Buenos Aires é linda e ampla, como bem lembrava. O verão é bastante suportável, as ruas mais limpas que as do Rio, e mais civilizada também, digo isso me baseando no barulho urbano de seus habitantes, e no fluir do trânsito. Lá os motoristas param pra você passar. Beleza! Não ouvi ninguém gritando, o argentino fala baixo em qualquer lugar, inclusive shoppings e restaurantes, passear pelos shoppings, pelas ruas é super tranquilo e até los chiquitos são  menos estressados e mimados do que os daqui. Andamos everywhere sem problemas, a qualquer hora do dia e da noite, e não sou ingênua para pensar que nada acontece por lá, pode acontecer sim, mas a sensação de segurança foi bastante forte. A cidade também mantém um grau de limpeza alto, claro que vi lixo esparramado pelo chão, e alguns becos bastante sujos, mas oh! diferença! quando comparo com a Rua Bambina, Rua Vicente de Souza onde um rapaz defecava na frente de todos às 14 horas de um dia na semana qualquer. Isso não vi lá, nem homem urinando nos cantos ou nas árvores. Nós, os cariocas precisamos urgente de lições de etiqueta e comportamento- choque de ordem.
Fomos conhecer a Livraria Ateneu, onde Borges ia todos los dias. Impressionante a Livraria, a começar pelo prédio, e lá dentro então, é enorme, não chega a ser colossal, mas é muito européia.


Esta é a vista do lado de fora, linda, linda.
Como qualquer  turista, andamos pelos lugares mais conhecidos, a vontade de rever o que na minha lembrança ainda estava tão vivo, tal real. E vamos a ela, na cor da qual tanto gosto. A CASA ROSADA.


Preciso apresentar minha companheira de viagem, uma gaúcha muito especial. Com vocês, Marilene.Quando  vi Porto Madero pensei nas grandes oportunidades que o Rio de Janeiro vai ter quando urbanizarem o Cais do Porto. Em Barcelona e em Belém as experiências foram bem sucedidas e espero que logo, logo comecem as obras por aqui. Porto Madero é bem bolado, uma infinidade de restaurantes, sorveterias e o povão andando pra lá e pra cá. Palermo viejo, o Soho portenho também é uma graça e é onde estão os jovens, e restaurantes mais descolados. Comi uma pizza gostosíssima por lá.
E não vou esquecer Caminito, com suas casas coloridas, reduto da italianada quando imigrou. Rola um tango legal  na rua , para  turista se deleitar.

Sentamos num restaurante e ao sabor de uma cerveja festejamos o fato de estarmos ali, nos divertindo, vendo o tempo passar.
E não podia deixar de registrar essa tanguedía.
As Galerias Pacífico é um shopping chiquérrimo, e pela segunda vez vi, ao vivo e em cores, as grifes européias, cada roupa de cair o queixo. Gosto de apreciar roupas, adoro moda e essses estilistas são verdadeiros artistas, a roupa é pensada em cada detalhe e não há mulher que não se extasie, é bonito de ver. Talvez eu nem usasse, é tão longe dos meus parâmetros, mas que é bonito é.
Ah, uma foto do Jardim Japonês, em Palermo.

Esse jardim é muito lindo, nesse dia, particularmente estava muito quente , mas quero crer que era porque a gente estava andando o tempo todo. Tinhamos ido à feira de San Telmo, e depois pegamos o ônibus para Palermo, onde está o Jardim  Japonês. E fazer turismo em baixo do sol, não é mole, mesmo que a temperatura não chegue ao horror do que é no Rio de Janeiro, este verão de 40º direto.

E, após quatro dias, lá fomo nós para San Carlos de Bariloche, Patagônia, um lugar que situo entre os mais belos que já vi na vida. O primeiro é a baía e os contornos desa cidade onde vivo, depois vem a Suiça correndo parelha, com os inesquecíveis Alpes e suas cidades de sonho, e BARILOCHE. Amei de paixão esta cidade que foi cruel com a gente. Choveu e fez um frio inacreditável- de 5 a 9º, ninguém merece. Eu, pelo menos não merecia. Desembarquei de sandália de dedo, bermuda, a mesma que está na foto com Marilene e uma blusinha parecida. Marilene me gozava o tempo todo e não acreditava como eu tinha sido tão obtusa em não levar agasalho. Mas ela também foi pega desprevenida, e tivemos que comprar roupa pra aguentar o rojão. Foi duro de roer, mas valeu, fiquei encantada, estou encantada e quero voltar pra aquele lugar de sonho, com seus inúmeros lagos de nomes estranhos aos nossos ouvidos e suas montanhas andinas cobertas de neve.Isso é uma amostra do tempo, tem outras. A capa plástica é para cortar o frio, estávamos em lugar alto. O cachecol comprei em Buenos Aires porque o preço estava ótimo, e foi de grande valia. Usei a mesma roupa por 5 dias seguidos, não tinha condição de usar outra, só se comprasse um outro guardaroupa. Tem hífen essa joça? Daqui a pouco não sei mais escrever português.
Esse cachorro lindo se aproximou da gente em Cerro Otto, um lugar lindo, mas que não pudemos aassuntar o tanto que queríamos por causa da baixa temperatura. Ele veio, ficou do nosso lado, e eu aproveitei pra matar as saudades de meu Rex.
Esta é a visão em frente do nosso hotel- 3 Reyes, um hotel antigo e que fica em frente a este lago -Nahuel Huapi. ao longe o Chile, os Alpes Andinos, cobertos de neve, que não dá pra ver na foto mas, está gravado na minha retina, na minha memória.
E apesar do frio, a gente passeou e passeou, comemos chocolates da Mamuschka e da La Abuela Goye, que delícias. Comer chocolate sem culpa e não engordar, é a suprema glória. E viva o frio!!!
Em Cerro Catedral, fizemos uma caminhada de uma hora e meia que foi espetacular, primeiro pela paisagem que nos rodeava, segundo por ver o tempo todos os Andes, terceiro porque o ar era da melhor qualidade, estávamos em plena natureza selvagem, e aqueles lagos de Bariloche, ah, a caminhada que vale por mil aulas de yoga e meditação.

Não podia estar mais feliz. Nesse dia, não estava tão frio, como andamos muito, teve uma hora em que começamos a tirar as peças uma por uma, ficando só com a camiseta. O céu azul, a  paz do lugar, Cerro Catedral é resort de ski e tudo de bom.
Olhe só que foto linda, um recanto singelo e belíssimo.
E assim foi a viagem, prazerosa,  com uma amiga que compartilhava da minha alegria e do amor a natureza.

E então, fomo pra Porto Alegre, cidade banhada pelo Rio Guaíba. Outra surpresa agradável, o gaúcho é educado, a cidade é limpa, o trânsito flui e é barata para os padrões cariocas. Ah, e falam baixo também. Acho que ando neurótica com o barulho urbano que é a tônica do Rio de Janeiro, e quando percebo outros hábitos, mais civlizados, registro imediatamente.







Comentários

Lívia Caetano disse…
Nossa! Amei! Viajei contigo através dos relatos tão reais e das fotos lindas! Vou quere conhecer, também, esses lugares maravilhosos, minha amiga!
Bjs,
Lívia

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