BARBARA HELIODORA X ADERBAL FREIRE-FILHO
Quero crer que dona Bárbara não é mulher tinhosa. Não vi Hamlet e nem vou ver Macbeth apesar de adorar Adebral Freire-Filho, o fato é que não consigo assistir aos clássicos, acho tudo muito chato e é um teatro que não me fala à alma. Mas leio os comentários e fico perplexa. Aderbal Freire-Filho é um diretor excepcional, genial, culto e jamais encenaria alguma coisa que estivesse abaixo da qualidade que ele exige. E não é que dona Bárbara que tinha acabado com Hamlet, acabou também com Macbeth? Parece que ela não admite releituras do bardo inglês. Só serve se a tradução for dela mesma. Shakespeare é para ser encenado comme il faut. E então, ela aproveita as colunas do jornal e dá-lhe de erudição. Disseca a peça, a mim não me interessa a mínima, vou ao teatro pelo diretor, pelos atores, pelo texto e claro, pelo boca-a-boca.
Críticos de teatro, de literatura, de cinema, ou qualquer outra coisa são sempre muito estranhos. Talvez na incapacidade de atuar, de escrever já se põem na defensiva e derrubam com prazer quem se aventura em campos que foram incapazes, ao invés de procurarem as coisas boas da montagem, afinal montar um texto, alugar um teatro exige uma mão de obra que não é mole. Então, que prestigiem e amoleçam nas críticas. Afinal, ninguém é deus, são apenas pessoas que acreditaram no trabalho e querem mostrá-lo. Deixem para o público julgar, ora.
Críticos de teatro, de literatura, de cinema, ou qualquer outra coisa são sempre muito estranhos. Talvez na incapacidade de atuar, de escrever já se põem na defensiva e derrubam com prazer quem se aventura em campos que foram incapazes, ao invés de procurarem as coisas boas da montagem, afinal montar um texto, alugar um teatro exige uma mão de obra que não é mole. Então, que prestigiem e amoleçam nas críticas. Afinal, ninguém é deus, são apenas pessoas que acreditaram no trabalho e querem mostrá-lo. Deixem para o público julgar, ora.
Comentários
Só hoje consegui fazer a minha mente capenga conduzir meu corpo, e, finalmente, os neurônios chegar ao seu Blog..apesar de há muito tempo querer muito visitá-lo..pois já ouvia do boca-a-boca o espetáculo à la vc mesma...rss e que eu adoro por sinal. E não é que é mesmo td de bom..óbvio. O seu comentário sobre o teatro, os clássico9..ir ao teatro, crítico e esta em especial me chamou atenção pq compartilho do que vc escreveu e assino embaixo!!
Te espero hj..com Consuelo de Castro!! Eheheh. Q deslumbre...obrigada pelo carisma de sempre, alegria e ânimo contagiantes!
Beijos da maria Ana - Rosinha Prado, filha do Sr. Jarbas. Rss.
Parabens mais uma vez pelo blog.
Ana Carolina
Confesso que não costumo gastar meu tempo lendo blogs. Porém, procurava a crítica de B. Heliodora sobre o Macbeth e encontrei esta página.
Infelizmente sou obsediado por um terrível mal: nada me mobiliza mais do que a ignorância, a tolice pretensiosa. E então, no lugar de fechar o navegador e ir procurar algo para fazer, resolvi comentar a postagem acima.
Barbara não é "tinhosa", mas sim a maior especialista em Shakespeare no Brasil. A senhora confessou que "o fato é que não consigo assistir aos clássicos, acho tudo muito chato e é um teatro que não me fala à alma", comentário que demonstra que a sra. não compreende a cultura em seus valores mais altos, não compreende a literatura como aquilo que consolida os mais altos valores e capacidades de uma civilização; e sim como um algo a ser consumido, um algo que agrada porque lhe diz alguma coisa, lhe "fala" ao coração. É claro que a sra. não pode ser recriminada por isso, pois uma literatura só sobrevive se tiver um público leitor "lowbrow", aquele que sustenta as bases necessárias (principalmente as econômicas) para que possam haver os grandes leitores (categoria na qual não estou me incluindo).
Assim, ao comentar as críticas de alguém cuja compreensão do fenômeno cultural em questão está infinitamente acima da sua, a sra. revela-se portadora daquele mal maior da cultura nacional: o desejo incontrolável de dar pitaco sobre céus e terras, principalmente sobre aqueles céus e aquelas terras dos quais não se conhece o suficiente.
Uma cultura saudável pode ser medida, entre outras coisas, pela quantidade e qualidade de pessoas que estão em torno dos criadores, comentando e avaliando suas obras. Bárbara é uma das poucas pessoas no Brasil qualificadas para isso; talvez a única do tipo que escreva em veículos de comunicação popular.
Deveriamos ficar orgulhosos pelo fato de que ainda temos uma crítica de verdade no jornalismo brasileiro, uma pessoa verdadeiramente erudita e estudiosa do assunto, e não apenas jornalistas “pitaqueiros”, desses que formam grande parte dos comentaristas de cultura no Brasil. Me causa sempre espanto como no Brasil, esse pais absolutamente alucinado, a crítica literária nunca é compreendida, e sempre é alvo de desprezo, o débil desprezo do orgulho ignorante. É claro que um fenômeno tal só poderia ter nascido no país das "opiniões", onde as pessoas acreditam que todas as opiniões têm o mesmo valor, independentemente de serem proferidas por uma crítica de formação e reconhecimento ou pelo Zé blogueiro da esquina. Nosso país têm, como único parâmetro de julgamento, o "gostei ou não gostei", e o seu comentário é apenas mais um sintoma da tolice; da a orgulhosa e corrosíva tolice nacional.
e também com o comentário acima, do "p.h"