BLOCOS DE CARNAVAL

Leio sempre Cora Rónai, cronista atenta e antenada.
Ontem, ela escreveu sobre os blocos de carnaval que veem atrapalhando o vai e vem de nossa cidade, há muito tempo, com baderna, sujeira, mau cheiro e que provocam congestionamentos gigantescos, além de impedir que eu, moradora de Botafogo, possa ir ao Cafeína, no Leblon, por exemplo. Aliás, impedem qualquer pessoa de ir a qualquer lugar. Não acho democrático.
César Maia devia ira para o paredón, saca?
Falo disso há muito tempo, e com conhecimento de causa. Na minha rua, o Bloco Boka de Espuma inferniza a minha vida desde sempre. Tentei fazer abaixo assinados e apenas no ano passado consegui, e mesmo assim 150 assinaturas. As pessoas não queriam assinar. Tinham medo. Vivemos a era do medo em plenitude. O bloco conseguiu 2.500 assinaturas e continuou infernizando a minha vida. Possantes alto falantes são direcionados para o meu prédio e o furdúncio começa as 10 da manhã, quando começam a armar barraquinhas e arrumar as mesas e cadeiras. Lá pelas 15 horas começa o som. E salve-se quem puder. Os altos falantes explodem com músicas horrorosas, não são as marchinhas de carnaval, é qualquer coisa que faça barulho e ai vai até a saída do bloco. Voltam quase as 11 horas na maior algazarra- VIVA É CARNAVAL, e pronto. Os banheiros químicos não são usados. Os garis estão a postos, varrem tudo e o cheiro de urina persiste, pois afinal folião que se preze mija mesmo na rua. Pagam impostos pra isso mesmo, como respondeu uma noite dessas, um porco que mijava na rua. Ele saiu do restaurante para mijar na rua. Pode? Aqui no Rio, Pode.
O que precisamos fazer é formar uma comissão de frente e tentar junto ao prefeito e dirigentes dos blocos, uma solução que viabilize a cidade para os que não gostam de pular nos blocos, poderem ir e vir na tranquilidade.
E continuo achando que talvez paredón para César Maia seja pouco.

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