NUM CERTO PRÉDIO DE CONCRETO ARMADO


Morro a cada dia

nesse lugar infame

o suor escorre pelo rosto

e desce em gotas pelo pescoço

A roupa colada ao corpo

incomoda

me deixa em fogo

quero ficar nua

parar de sentir calor


INÚTIL


O ar quente entra pelas narinas

e a secura arde a garganta

jogo água pelos cabelos

e molho o corpo todo

mas nem assim

o calor vai embora


Pessoas entram

pessoas saem

na minha mesa

o livro aberto

na página imóvel


me levanto

e ando sem direção

o chão pega fogo

labaredas invisíveis crepitam nos cantos

sinto-me inútil

“o que faço aqui?”


sento

olho o livro

o suor escorre pelo rosto

morro a cada dia

nesse lugar infame





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O DISPENSÁRIO DA IRMÃ ZOÉ

ITAIPAVA EM CHAMAS EM MENOS DE UM MÊS

A HARMONIZAÇÃO FACIAL DE FERNANDA TORRES FOI ESPETACULAR