AH, OS BLOCOS DE ANTIGAMENTE
Tá, entreguei a minha idade. Vá lá, não posso fazer nada a respeito. Mas, êta conjunção legal, hoje em dia o que vejo nas ruas das cidades, me arrepia. Tá, ninguém vai ao banheiro, primeiro porque não dá tempo, e o que acontece é que a turma deixa o mijo escorrer pelas pernas, e imagino bem o fedor que deve ser. Será que é afrodisíaco? Espero que as fezes tenham sido feitas logo ao acordar. Espremidos entre centenas de pessoas, também acredito que todo mundo vem colado uns aos outros. É bom? Sei não, nunca gostei de ninguém grudado em mim. E tem mais. Olhos para os prédios da orla, com seus moradores tendo que assistir ao baticum frenético dos blocos, também deve ser de doer. Morei na Rua Marquês der Olinda por anos, e de triste memória o Bloco Boka de Espuma infernizava todos na rua, que só queriam paz, uma semana antes do início oficial dos quatro dias da folia. E uma semana depois. Haja saco. Só quem passou, ou passa, por isso pode avaliar. É um i n f e r n o. Não se pode nem falar ao telefone. E muito menos sair e voltar de sua casa em paz. Fica até difícil usar o carro. Metia-me no cinema é ficava na rua até às 18h. Voltava pra casa. A Rua parecendo cenário de guerra. Muita sujeira, cadeiras espalhadas, e para finalizar, pelas 22 horas, depois do bloco infernizar os arredores, voltava à Rua. Ah, sim, os integrantes do bloco não moravam na Rua. Havia também um ar desafiante. Sim, outro problema mega brasileiro. Os brancos que não gostam, que se danem. É isso, só que ninguém fala. Hoje tudo é mega. Réveillon no orla é outro horror. Pra mim, tá gente? Rouba-se, estrupa-se, mas vai se levando. Tem ainda roubos de celular em penca, mas a gente também vai levando. É Carnaval. E no ano que vem tem mais, até o fim. Fim.
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