DOWNTOWN ABBEY
Amo a série, e acho que todos que têm uma ligação cultural e linguística com a Inglaterra também a adoram. Pelo menos é o que ouço. Dei aulas de inglês anos da minha vida e me preocupava, ao ensinar a língua, passar também para os alunos as regras de etiqueta fundamentais e exigidas no discurso do dia-a-dia. E Downton Abbey usa e abusa disso, afinal são ingleses e ainda por cima nobres. Pode soar muito empolado para um ouvido desavisado, mas pra nós, é simplesmente delicioso. E Carson, o mordomo então, é um escândalo de tão bom. O ator é Jim Carter. O ator veste a capa do mordomo com tanta competência ( sua voz é baixa, extraordinária nas inflexões), que servir aos Grantham é a sua vida. Assistir ao seriado é ser levado a uma Inglaterra do início do Século XX vivenciada por uma nobreza, ainda pujante, mas com indícios que as coisas vão mudar e eles vão perder o status. O roteiro é uma preciosidade, tudo é bem costurado e os atores dão verdadeiras aulas de interpretação. Sempre quero ver e rever. É um não parar. No início dessa temporada que terminou no sábado, senti um estranhamento, em um determinado momento achei que as cenas se arrastavam e que nada relevante iria acontecer. Ao contrário, foi uma preparação de terreno para enfim as ações começarem a pipocar. A aparição de Rose e agora seu marido, Atticus, foi um achado. A entrada dos judeus endinheirados numa nobreza que precisava do dinheiro para sobreviver, mostra um lado da história deles bem interessante e mais uma vez constatamos como o racismo é uma praga, que acompanha o homem desde sempre.
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