GRAN TORINO


A primeira vez que vi Clint Eastwood foi na Suiça. Passeava eu, com duas amigas, quando vi um outdoor gigantesco com um cara lindérrimo de chapéu de cowboy que tomava praticamente todo o outdoor. Não sabia o que era aquilo- aqui no Brasil não se usava outdoors para publicidade de filmes, e muito menos quem era o homem. O outdoor me perseguia, pra onde eu olhava lá estava o cara, de uma beleza desconcertante. Muitos anos depois vim a saber que o cara do meu desejo e da minha admiração era Clint Eastwood.

E falar de Clint é difícil, ele é genial, atua economicamente e muito bem, e ainda por cima, dirige filmes que sempre concorrem ao Oscar, portanto....

Gran Torino é impactante. Ele é um americano das antigas, viúvo e setentão, que fecha a cara para carros japoneses, para piercing de umbigo da neta, e para vizinhos com ares asiáticos que vem morar na sua suburban area. A relação com os filhos é ruim, e a ironia permeia sua relação com o vigário e com a Igreja Católica. E foi por causa de uma tentativa de roubo de seu carro - um Grand Torino 1972 - que ele se aproxima de seu vizinho, um americano de ascendência Hmong, que é humilhado pela gang de seus pares, por não querer entrar no mundo deles. Kowalski percebe isso e se torna "protetor" do garoto e de sua irmã. Na verdade, não que ele fizesse por onde, mas os fatos o levaram a isso. O final é coerente com a história e eu me dei conta que a América de Norman Rockwell não existe mais.

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