O Ninho de Manon

A autora é israelense e eu achei o livro excelente. Trata-se de uma família israelense que vive nos EUA, no Vale do Silício, onde o marido trabalha em projetos confidenciais. O filho, passando pela juventude, com hormônios em ebulição, tem comportamento que varia entre o agressivo e o indiferente. Pois bem, uma tragédia acontece na escola de Adam, e então, a trama fica muito interessante. É um livro que aborda muitos sentimentos; à medida em que lia, entendia perfeitamente a angústia de Lila com o comportamento do filho em relação à tragédia escolar. Muito bem escrito, o leitor, enquanto plateia, tem o privilégio de assistir de camarote o drama humano e urbano, quem sabe, de tantas famílias. A sutileza do final também me cativou. Poucas palavras para o óbvio. Cada cabeça que faça o seu.

É isso que leio nos jornais hoje. Em São Paulo já é assim. Espero que as grandes cidades entrem nessa onda. Aqui, em Petrópolis, onde moro, acho difícil. A Estrada União não dá mais conta do tráfego pesado, normalmente em duas vias, mas a fiscalização é federal, e então, se dá o imbroglio. Ninguém faz p---alguma, e a consequência vem na forma de engarrafamentos enormes e estressantes num lugar que tinha tudo para que isso não acontecesse. São as várias administrações ruins e opacas e falta total de competência. Os motoboys petropolitanos desafiam as leis da natureza, e morrem, muito. E a falta de habilitação também. Ocasionalmente há blitzes, mas não se resolve o problema. Na região, se o cidadão não tiver seu veículo, e depender de transporte público, é melhor ficar em casa.  

É impressionante o vandalismo brasileiro, furtam tudo. Estátuas, fios, tubulações, é inacreditável. Existe um número, cada vez maior, de predadores que destroem tudo que podem. Será revolta, pelo pouco que têm? Mas, todos nós temos oportunidades de sair da merda para usufruir de bens de consumo que possam tornar nossas vidas melhor. E estudar. Se não estudar, fica pra trás. Essa turma nem pensa, o cérebro, se funcionar, é para o mal. Vão passar pela vida pastando. O sujeito tem 19 anos. Que vida lhe espera? filhos e moto. Tristeza.

Lá é diferente. Não há concursos. Diferente do que acontece aqui. Temos concursos, mas há também os apadrinhados do Secretário, uma turma que nem sempre vai contribuir para alguma coisa. Sou funcionária estadual aposentada, convivi durante anos com uma mediocridade monumental, e me tornei também medíocre. Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza.  Quando vi que o samba que rolava mandava alguns recados explícitos, relaxei e deixei rolar. Entrei na jogada por não ter sido estimulada e o que me apresentavam era muito ruim, atrasado também. Só trabalhei bem no Cerimonial, mas havia uma criatura, uma das piores que encontrei na minha vida, que foi responsável pela minha saída. Ah, era concursada, mas uma infeliz, embora fosse bem capaz. O governo do Estado do Rio, que já ensaia, quem sabe um dia? acabar com os concursos, deveria ter culhões para desenvolver o projeto. O país é outro, não pode mais haver tanta mamação de tetas. Quem é bom no que faz, vai ser melhor em qualquer outro

Leio o jornal com atenção. Fico imaginando aqueles ônibus enormes que trazem os brasucas de rincões mais afastados da orla carioca, para o Rio Maravilha,  todos estacionados na av. Pasteur. Mudou ou continua? Tem jeito não. Acredito que haja uma compulsão generalizada que se é feriado, tem-se que aproveitar, mesmo que o entorno esteja apinhado. Há assaltos e mortes no bairro. Todo mundo sabe, todo mundo lê, e então, passar em Copacabana, passear pelo belo calçadão é programa de alto risco. Mas, o povo não tem medo, ou já se conformou. É assim, vai se fazer o quê? Há gente demais no país, no mundo, em alguns lugares menos, mas aqui, com uma população pobre e fértil o caminho é bem fundo. Há lugar para todos. Todos? Tô fora.

Quem não gosta de Angélica? Difícil. Assim como Xuxa. São pessoas de grande importância no mundo do show biz. No caso de Angélica, a vimos crescer defronte as câmeras, comemoramos seu namoro com César Filho, a decepção amorosa com Mattar e finalmente o casamento e constituição de família com Hulk. Esse programa celebrando sua trajetória é importante, mas cruzes, o bate-papo deixa MUITO a desejar. As celebridades convidadas pouco têm a dizer de relevante, então fica aquela puxação de saco que chateia, porque não leva a nada.    Artistas que se projetam nacionalmente com força são pessoas ímpares nas suas artes e talentos, e não necessariamente perspicazes ou cultas em outras áreas. Na verdade olham muito para o seu umbigo. Como a fama e o dinheiro os afastam do convívio "normal", se encastelam e claro né, a visão do mundo muda. Sei perfeitamente do que falo. É isso o que transparece vivamente em Angélica +50.

Minissérie excelente, super recomendo. Na Netfix. E da região de Flandres, que até pouco tempo não sabia onde era. Você sabe? Bem, uma narrativa vibrante, englobando dois núcleos: um rico e um mais pobre. Daan, um rapaz criado por mãe solo se apaixona por uma linda jovem, rica, mas que tem um namorado. Sempre a temática Romeu e Julieta. Daan é negro, lindo, e sim, em determinado momento, o namorado traído, um personagem mau ao qual o ator se dedicou com afinco e colheu louros, lhe joga a questão racial na cara. Tanto aqui como lá, a merda do preconceito. E claro, esse é um ponto, mas tem outros bem interessantes: casamentos protocolares, traições , enfim um molho interessante. Os atores são muito bonitos, uma estética física bem diferente da nossa, uma língua estranha e pouco sonora aos meus ouvidos, ah, sim, e ruas lindas e limpas. Voilá la difference.   

Acompanho Bradley desde o seu início em telas internacionais. Adoro o ator, o acho bonito e talentoso. Pois bem, assisti ao filme, ontem, na Netflix, e achei que não tinha gostado muito. Fui dormir e não tirei da cabeça a bela caracterização de Bradley para incorporar Leonard Bernstein, outra criatura que está no meu panteão de gênios. E a conclusão a que cheguei, foi que gostei do filme. Gostei e apreciei o esforço. Amo Bernstein desde West Side Story, a saga americana para Romeu e Julieta. E desde então, assistia a tudo que tivesse o "dedo" e a maestria desse gigante musical. Só que o filme foca no lado homoafetivo dele, que todos já sabiam e não importava nada, pelo  menos para mim. É uma narrativa bem cuidadosa, quem não gosta de Carey Mulligan?, e ainda tem a filha de Uma Thurman e Ethan Hawke, a quem olhei com atenção. A moça é alta e esguia como a mãe. As composições de Bernstein intermeiam algumas cenas, tudo é muito bonito, cuidado de produção, mas no fim, ficou falt

E ainda por cima a mulher de quem teve o poder de veto é advogada da empresa anistiada. Shakespeare não faria melhor. É temporário, talvez dependa de mais documentação, mas que é estranho, é de fato.

Olhava para o presidente da Câmara e não entendia aquela cara fechada. Pensei: caramba, ele acha tudo isso um saco. Todavia, nada como um dia após o outro e a noite de permeio, n'est-ce pas? O jornal me contou tudo. Houve tumulto antes da sessão, com direito a tapas e sei mais o quê, e of course, a turma bolsonarista aproveitou para zonear. Logo numa votação histórica e legal para o país. Dizem que a Reforma ainda precisava de ajustes, mas tendo se esperado mais de 30 anos por isso, é melhor essa do que nenhuma.   Essa turma bolsonarista é tudo de pior que poderia acontecer. Falo dos radicais, naturalmente, que se comportam como animais. E a extrema esquerda também se enquadra nesta foto. Não entendo esse discurso de ódio, feio, selvagem que Bolsonaro conseguiu trazer à tona. Sempre existiram, esses políticos, mas  que sinto agora é que eles extrapolam porque vieram para a superfície. Os filhos do homem também quando abrem a boca, o que sai é de arrepiar. Só lamento e percebo que e

Onde há fumaça há fogo. Aprende-se, desde cedo a não se levantar falso testemunho, mas também se sabe, desde cedo, que quando há fumaça há fogo. O Estado do Rio de Janeiro não tem governança que preste há décadas, e isso é visível. Milícias "governam" determinadas regiões, a bandidagem é assustadora, enfim, um caos de civilização. O jornal apresentou os fatos, agora é aguardar. 

Há séries e filmes que se destacam e ficarão gravadas na nossa mente por muito tempo. The Crown é uma delas e ontem vi o último capítulo da temporada. Amei e fiquei mesmo muito  impactada. A Rainha Elizabeth II foi longeva, acompanhou várias mudanças sociais e comportamentais no mundo inteiro e continuou procurando se desenvolver e se inteirar do what's going on. Mulher admirável, que colocou o trono acima de sua família. Foi feliz? É um conceito subjetivo, vamos combinar. Me passou a impressão que como todos nós, deve ter tido seus momentos sim, mas o peso da coroa é enorme, concordam? Os atores são divinos. Imelda Stauton me conveceu que era mesmo a rainha incorporada, e o jovem ator que personifica William, Ed Mc Vey é excelente, como Rufus Kampa que deu vida ao jovem Will de 16 anos. Ingleses têm a performance teatral no sangue, afinal é o berço natal de ninguém nada menos do que Shakespeare. Me incomodou o trabalho do ator que ficou com o papel de Harry, e da atriz que vivenci

Está no GloboNews e eu assisti pelo Instagram. É extraordinário o desenvolvimento da bandidagem nesse país. Cresceu mais do que o número de analfabetos digitais e das pessoas que recebem auxílio federal. O país se tornou celeiro de bandidos de norte a sul. Falência total de governança. Não adianta ter Secretarias da Mulher, de Direitos sei mais o quê, tudo bonito para a foto e no chão, na realidade, o que vemos é bandidagem em cima de bandidagem. Sair hoje, não importa se de dia ou de noite, uma hora chega para você. É amedrontador.

  Nem eu nem os bolsonaristas, com certeza. Entendo que a convivência no Congresso tem que ser respeitosa e civilizada, embora já tenha assistido ao vivo e a cores baixarias inomináveis. Congressistas falando como se estivessem em mesa de boteco. Agora, esse abraço documentado me deixou fora de eixo, pelo que representa Sérgio Moro. Sua máscara caiu quando ele aceitou ser ministro do inominável. E também quando sua conduta imparcial foi questionada. Deltan Delagnol contribuiu bastante para que o enxergássemos como ele realmente é. Quem é de extrema direita ou de esquerda está muito longe de ser democrata. Já Flávio Dino para mim, era o mosqueteiro que de espada em punho e oratória brilhante golpeava com inteligência e língua afiada essa turma medíocre atrelada ao inominável, que de tão toscos que são, só estão no Parlamento para obstruir qualquer coisa que o governo apresenta. Se política é isso, hipocrisia sendo o norte do comportamento dessa turma, minha admiração por ele foi para o

  Sim, falo de Javier Milei e Lula. Haja pragmatismo para enfrentar a nova situação geopolítica do Cone Sul surgida com a posse de Javier Milei. Se o governo fraquejar ou se mostrar arrogante, nos ferraremos e quem se fortalecerá? Pois, pois. Grande oportunidade para Lula mostrar o seu lado de líder, depois de tantas escorregadas. No caso de Hamas X Israel, e... o apoio e amizade ao Maduro, que o impede de criticá-lo. Vamos ficar de olho.

Série documental faz uma releitura desse conflito horroroso, que pode ser batido pelo atual HAMAS X ISRAEL. Com imagens de arquivo e muitos depoimentos daquela turma que ainda hoje vive, ou vivia quando da feitura do documentário, parece que vêm outras temporadas, mergulhei de cabeça e só levantei quando o último capítulo terminou. Emocionei-me sim, como não? Hitler foi um homem descompassado, cruel, vaidoso aos extremos, mas claro, era inteligente, porque para acreditar numa pureza étnica em detrimentos ao extermínio de judeus, ciganos e homossexuais, e executar o seu intento com tanta garra e cego para algumas situações já mostra um descompasso gigantesco. Foi covarde, ao meu ver, pois se suicidou quando viu que a Alemanha perdera uma guerra que já durava 6 anos.    Foi incapaz de perceber a derrocada alemã em terras russas ( me emocionei com a garra dos russos, uma turma campesina, muitas mulheres, defendendo seu país) e esse fato determinou o final da guerra. Milhares de alemães mo

Harry Belafonte cantava Matilda, she take me money and run Venezuela. E eu amava não só o cantor sexy como a canção. Puro calypso. Venezuela parecia o paraíso. País rico com muito petróleo e fazendo parte do mar encantado do Caribe. Pois, pois, bangalô três vezes. Poor Venezuela, no Matilda, no run, no money and Belafonte is dead. Maduro já caiu do galho, e não sei como ainda não se espatifou todo. A Venezuela já está no chão e milhares emigraram.  A América Latrina me surpreende. Bolsonaro na posse de Milei, que ofendeu Lula e não se desculpou, Maduro dando uma de machão latino-americano, enfim três ótimos exemplos dessa mediocridade sul-americana que nos assola: Bolsonaro, Milei e Maduro. E tem muito mais, no Congresso Brasileiro a turma é grande. Não que o resto do mundo não tenha exemplos dignos. Vamos lá, Trump, Erdogan, Putin e o húngaro Orbán. Ah sim, e o maluco da Coréia do Norte.  Torço para que Essequibo continue independente. E que Putin fique quietinho lá no seu país.

A cidade do Rio de Janeiro é assolada pela violência desde os anos 70 do século passado. Tudo começou com os pivetes, jovens adolescentes, saídos da infância, que roubavam cordões da turma que caminhava na orla da cidade. E também escalavam ônibus para roubar cordão de quem se sentava na janela. Eram presos e logo soltos. Pela lei. Depois veio o Esquadrão da Morte junto com o crescimento das milícias, grupo da PM que nas horas vagas "ofereciam" proteção aos moradores dos bairros periféricos. E agora os Justiceiros. O poder público se mostra ineficaz DESDE SEMPRE. Os governadores foram péssimos. Brizola proibiu a PM de subir os morros. A droga proliferou legal nessa época e com o passar do tempo, bandidos ocuparam cargos elegíveis, e voilà  a cidade se tornou muito perigosa. Algo como Medelín, a cidade colombiana. Ninguém aguenta mais. Pessoas sendo machucadas, mortas e esses infelizes saírem ilesos com o celular roubado nas mãos ou a bicicleta ou mesmo apenas vítimas de ocasi

Etaf Rum não é uma marca de rum. É o nome de uma autora palestina radicada nos States. A narrativa, para mim, custou a engrenar, mas depois que me envolvi, tudo fluiu muito bem. O livro retrata o cotidiano de uma família palestina que emigrou para a América tentando manter os costumes e tradição de seu país de origem. Muito difícil a interação para aquele núcleo. As mulheres, saco de pancada, estão ali para alimentarem seus machos e lhes darem filhos homens. Muçulmanas, verdadeiras vacas leiteiras. Até que uma realmente acorda para o mundo a sua frente. Tenta vencer barreiras, mas a dificuldade é imensa. O livro não é de autoajuda, mas, realmente é de arrasar ler o relato, que pode muito bem ser verdadeiro, e ver o quantos essas mulheres são miseráveis. Me veio a visão das palestinas com dupla nacionalidade, com um monte de filhos a esperarem pelo avião que lhes traria para o Brasil. Será que aqui continuariam a ter filhos homens e desprezar as filhas? Por que é assim que é.

Não tem aquela canção do Caetano, que diz O Havaí é aqui... pois pois, a faixa de Gaza carioca também se diz presente, e pelo jornal de hoje com ataques em Copacabana. Grupo de 10 a 11 espancando alguém não é mole. Como disse a vítima: Gosto do Rio mas, creio que essa violência não vai acabar. Não são exatamente essas palavras, mas o sentido sim.  

Para mim que moro nos tórridos trópicos, sempre olho com curiosidade para aos países nórdicos. São vikings modernos, bonitos e muito avançados em questões comportamentais e sociais. Voilà. A Enfermeira é uma minissérie baseada em história mais ou menos real. Tem sua dose de suspense, e a surpresa maior é isso ter acontecido... na Dinamarca. Enquanto no Brasil médicos abusam e estrupam pacientes, assim como enfermeiros. Eis a raça humana. Vale a pena assistir. Na Netflix.   E da Irlanda The Bank of Dave, uma delícia de narrativa. Também baseada em fatos reais. Não sei você, mas eu fico muito feliz quando vejo iniciativas pessoais em prol da humanidade darem certo. E o Banco do Davi deu super certo. Sai-se de alma lavada. Também na Netflix.

Li uma vez que são os salários mais altos do mundo. E o Brasil é um país da América Latina, com pouquíssima voz no mundo - quem tem certa voz é apenas o Lula, você há de concordar, mesmo não gostando dele. E a mídia responsável vira e mexe, traz este tema à tona. E acredito eu, para nos atiçar a pensar no problema. Desisti, não aguento mais. E não vai acontecer nada. Eles decidem em causa própria e fazem parte daquele número dos mais ricos do país. É o que temos, o país que temos, o povo que temos. Saravá.