AS CHUVAS NA SERRA
Tudo neste planeta tão lindo, tão azul, pode de um momento para o outro se tornar catastrófico, e não preciso me alongar, porque tanto vocês como eu sabemos do que se trata. Desde que nasci leio sobre as secas do Nordeste, em contraste com chuvas devastadoras em outras regiões mais ao sul. Presenciei na década de 60, na cidade do Rio de Janeiro, uma tragédia pluviométrica de proporções gigantescas, e outras se sucederam desde então, mas morando agora em Petrópolis, fico assustada e petrificada ao ver a chuva que despenca do céu. Estava aqui quando se deu o horror do Cuiabá, depois vivenciei outras tal e qual, e neste ano, que ora se despede, o ciclo da chuva assassina, começando no ano passado em setembro e se estendendo até março desde ano, começou de novo em setembro e continua por dezembro afora. Todos aqui sentem medo, converso com muita gente, desde o técnico que veio consertar um eletrodoméstico até com os funcionários do condomínio. Pensei que só eu me assustava, afinal a idade me vulnerabiliza, mas não, o medo é mesmo generalizado. A prefeitura pouca faz, ou se faz, nós não sabemos ou vemos. Ontem, caiu uma chuva assassina seguida de ventos de filme de terror ocasionando a morte de um dos meus abacateiros, abatido por um galho gigantesco de uma árvore próxima. Em Nogueira e Corrêas surgiram lagos improváveis, e no centro de Petrópolis motoristas ficaram ilhados enquanto a via virou mar. As autoridades precisam trabalhar com afinco, enxugar a máquina cheia de aspones, e melhorar a vida de todos. Há quanto anos essas tragédias se sucedem? Enquanto na sede da prefeitura derrrières sentam-se em poltronas confortáveis e pouquíssimo fazem. Ah, sim o IPTU aumenta religiosamente todos os anos, enquanto obras essenciais não são realizadas. Ouço dizer que a Prefeitura não tem dinheiro. Será? Todos recebem seus salários. A esperança deles é com a nova governança federal. Será?
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