SEBASTIÃO RODRIGUES MAIA, O TIM MAIA
Assisti ao documentário sobre esse extraordinário e conturbado artista pela GloboPlay e recomendo-o entusiasticamente. A voz de Tim Maia era fenomenal e suas canções chegavam sempre em primeiro lugar nas paradas de sucesso. Por volta dos meus vinte e poucos anos, me lembro, a caminho do trabalho dirigindo o Gordini de meu pai ouvia sempre Tim Maia, pelas Rádio Tamoio ou JB, e sua voz quente e linda, me davam força e esperança pela vida. Ouvindo-o com o som bem alto me sentia empoderada e com muita força de seguir adiante. Aliás, vozes negras masculinas e cantantes sempre me deslumbram. Caymmi, Milton, Simonal, Agostinho dos Santos, pra ficar por aqui. E cantoras, também, mas estou falando de Tim, senão perco o foco, kkk.
No documentário vemos o início da carreira dele com os Sputniks, com Roberto Carlos e Erasmo, ali na Tijuca, a ida para os EUA e as confusões em solo americano que cometeu. Tim era reconchudo, e foi-se deixando engordar até chegar a um nível de obesidade mórbida preocupante. Visivelmente sozinho e solitário, e com essa tendência para engordar, refugiou-se nas drogas. Assistindo ao documentário, tive a impressão que estava drogado o tempo todo, se não foi o caso, era dono de uma ansiedade tamanha que extrapolava pelas telas. No seu último show, passou mal no palco, saiu, foi para o hospital, ficou internado em estado grave por 5 dias, vindo a óbito.
Pesquisei sobre a morte dele, e me deparei com a "síndrome de fournier", uma infecção necrotizante perineal que atinge os planos profundos do escroto, pênis e períneo, podendo se alastrar pelo interior da coxa e baixo abdômen, levando o paciente à morte. Faz sentido, com o seu corpo deformado pela gordura, deveria ser muito difícil mesmo fazer a higiene íntima.
Fiquei emocionada por reviver uma época tão forte na minha trajetória, com a voz de Tim Maia embalando meus devaneios.
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