O TIGRE BRANCO, LIVRO E FILME
O livro é de autoria de Aravind Adiga, e levou o Man Booker Prize de 2008. Trata-se de uma narrativa de como um indiano de casta inferior consegue se tornar um empresário. Eu acho que mostra bem como a Índia é, embora um amigo diga que o país mudou demais, e que muitas coisas retratadas no livro não existem mais. Duvido, todos nós que moramos em países continentais sabemos que nas grandes capitais a vida é liberal nos costumes, principalmente nos bairros nobres, mas vai ver como é no sertaozão, uma calamidade em todos os sentidos. A mesma coisa na Índia, e em proporções muito mais gigantescas. O livro é narrado pelo personagem principal, eu não esbocei nem um sorriso embora tenha certo humor em algumas falas, ficam mais evidente no filme. É extraordinário como o autor desenvolve a trama para um final que poderia se antever, embora nebuloso para um indiano como Balram Halwai, habituado aquelas práticas. Já o filme também é ótimo, e o ator que encarna Balram não podia ser mais perfeito para o papel. Visitei a Índia, mas não posso dizer que a conheço, assim como o Marrocos e a Turquia. Foram visitas guiadas, menos a Turquia, mas fiquei hospedada num local turístico. Esses países são enigmáticos para nós do Ocidente, com costumes e práticas bem diferentes das nossas, e julgar ou criticar não é legal. Podemos nos olhar e nos criticar porque sabemos de quê estamos falando. Enfim, é para dizer que recomendo o filme na grade da Netflix e aproveitem para fazer um paralelo com a extrema miséria, a pobreza, e a abissal diferença social e econômica que existe no brasil, ainda com minúscula, e o que podemos fazer neste contexto tão desigual. Aqui não temos Tigres Brancos, mas temos boquinhas vorazes de norte a sul, impostos altos, regalias das castas de funcionários públicos, dinheiro rolando para aprovação de emendas, que também vão parar nos bolsos dos parlamentares, enfim um país enorme como a Índia, corrupto como lá, com imensos privilégios que precisam ser extintos.
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