Num
dos PAPOS DE SEGUNDA do GNT a convidada era Suzana Vieira. Gosto da atriz, mas
tenho restrições à pessoa. E ao vivo e em cores ela correspondeu ao que achava
que era. Tenho muito respeito aos atores, são eles que alegram nossas vidas
encarnando personagens diversos, mas poucos são os que realmente têm alguma
coisa interessante a dizer. Quando saem de seus roteiros decorados, ensaiados e
interpretados são uns desastres. Como disse há muitos que se sobressaem pela
cultura, pelo discernimento em relação à vida e à profissão, e de cara cito as
duas Fernandas, mãe e filha, desprovidas, pelo menos aparentemente, de egos
exagerados, Selton Mello, Denise Fraga, José Mayer, Marcos Palmeira, Fagundes,
e outros que não lembro no momento.
Pois
bem, o Papo de Segunda é divertido, os quatro são interessantes, bons de papo e
Marcelo Tas comanda o programa muito
bem, um cara doce e sedutor e a quem a
turma segue. Mas, com a presença de
Suzana Vieira o papo meio que virou de ponta cabeça, monocórdio, por conta do
temperamento exuberante da atriz, falastrona, autoritária nos comentários e com
um ego três ou quatro vezes maior do que a sua estatura. Confesso que não tenho
mais paciência para isso, mas me propus a assistir ao programa. Ela sustenta
muito bem suas ideias, sem dúvida e não dá espaço para os outros falarem. Ficou claro que não sabe e nem faz ideia do
que é cognitivo, o que me fez rir.
Se bem que se possa entender seu
posicionamento em relação ao que foi dito e discutido ali, por sua idade e por
sua vivência, o que ficou registrado foi a maneira irreverentemente
despropositada num programa de televisão, faltou classe e sobrou vulgaridade.
Louvo aqui a classe de Xico Sá e Léo Jaime, dois cavalheiros, sem a menor
dúvida.
Quando
chegou a vez de se comentar os barracos, Léo Jaime se prepara para comentar um
por que passou (acredito que com Monique Evans) e por um pouco Suzana Vieira
não entrega o nome proibido. Léo mudou de cor e atento ao que podia sair da
boquinha de Suzana, não esperou o que podia ouvir, comentou seu barraco e se
saiu bem. Quanto aos da atriz, ela não teve coragem de comentar um, foram
tantos.
Momento
hilário quando um internauta jovem passa um hastag dizendo que se casaria com
ela. Nossa atriz imediatamente se alvoroçou, se endireitou no sofá, e quis
saber a idade do rapaz.????? Será que ainda está com esse tesão todo? Está aí
uma coisa que ponho em xeque.
Hoje
leio na coluna da Patrícia Kogut elogios em relação à presença de Suzana no
programa. Mas, será que a jornalista por trabalhar na Globo poderia ter postura
diferente? Acredito que não.
Em
relação aos programas da Globo quero louvar aqui o novo programa de Miguel
Falabella: BRASIL A BORDO. Que delícia!!
Humor legal, sem baixarias, atores atuando como se deve sem apelar, e o roteiro
escrito por pessoas inteligentes. Diferença abissal do horrendo Vai que Cola,
onde tudo é apelativo, e outros por aí.
E
OS DIAS ERAM ASSIM continua sendo um programa que merece ser assistido. A série
narra o romance entre Alice Sampaio e Renato Reis tendo a ditadura militar como pano
de fundo. As canções da época são maravilhosas (que diferença do panorama
musical de hoje, tão medíocre), a história do país durante os anos de chumbo
mostrada nos arquivos em flash, os atores divinos, os veteranos solando divinamente, tudo isso nos
motiva acompanhar o seriado. Quando aparece o povo pedindo DIRETAS JÁ, me
emociono e constato que esse país poderia ter dado o grande passo da democracia
e do desenvolvimento e não conseguiu. Emocionante a secura do povo naquela
época para votar para presidente, para a instauração da democracia e hoje,
tantas décadas passadas, estamos no retrocesso e democracia aqui é apenas
vocábulo no dicionário. Democracia vemos nos EUA o Parlamento dando show e
brecando as loucuras de Trump. Quando comparamos o país de Trump com a postura do nosso,
deputados sendo comprados para manter o presidente no poder, fazendo discursos
pífios e mostrando uma vulgaridade surpreendente, tenho vontade de sumir. O
BRASIL avançou pondo na prisão governantes, deputados, ministros, empresários,
quando só o pobre e negro é que era preso. Mas, quanto ao resto, é notório que
não. Agora mesmo com a reforma politica feita para os beneficiar e impedir a renovação, precisamos é refletir sobre o que se tornou este país.
A
restrição que tenho à série é o fato da direção não ter colocado um acessório
nos atores para mostrar envelhecimento, afinal passaram-se 15 anos. As atrizes
estão com os mesmos cabelos, o Gustavo idêntico, um Che tropical, o único a mudar o visual foi
Renato. Kkkk.
Existe
um maniqueísmo interpretativo nas séries e novelas que me incomoda muito, e vou
começar com Gustavo. O engraçado é que o personagem é um chato, como eram os
rapazes muito engajados, ou qualquer um que tenha posição tão radical. E ele
continua na mesma interpretação, não há sutilezas, nem para pior ou melhor. O
ator tem talento, não é isso o que pontuo, mas sim, a falta de direção. Idem para todos os personagens. Menos, claro
para a Nanda, a menina que cresceu e tornou-se rebelde e livre numa casa de
conservadores ferrenhos. E Domingos, que virou médico. Ah, sim, Daniel Oliveira trabalha sensivelmente seu personagem, que alegria vê-lo em cena, desde que personificou Cazuza no cinema. Natália do Vale como madame Kiki saiu do tom irritado inicial e tornou seu personagem mais doce por conta da doença da filha. Ótimo diálogo entre ela e Cássia Kiss no hospital. Gustavo continua
exatamente o mesmo, quiçá até com a mesma roupa, seu personagem não amadureceu,
continua truculento, não estuda, não trabalha, vive atormentado, é dose. Com 35
anos teria, pelo menos, de se sustentar. O grande erro do roteiro é em relação
ao desenvolvimento físico e emocional de seus personagens, ou da direção, não
sei. Mas, como todos são bons atores,
ganham bem, fazem ótimo trabalho.
Ricardo
Blat pouco aproveitado, quando dialoga é pura delícia. Mas, garante o $seu.
Dia
desses vi um filme dirigido por Angelina Jolie-Pitt, que foi como assinou sua
direção. Chama-se Beira – Mar e acredito que ela deve ter feito alguma
homenagem à nouvelle vague. O filme é lento, chato, e ela está magérrima e
feia. Suas perninhas parecem dois gambitos. Alguém viu?
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