VAMOS FALAR SOBRE TIETA, REPRISANDO NO CANAL VIVA?
Assisto algumas reprises do canal Viva, e como Tieta está no ar, resolvi dar uma espiada. A curiosidade deu lugar à decepção. Com todo o respeito, primeiro por Jorge Amado, meu mentor e queridíssimo escritor, e depois por Betty Faria e a todo o elenco da novela. São os artistas brasileiros que merecem o meu respeito nesta república chamada Brasil. Mas, vamos combinar, a novela me deixa intrigada, a começar pelo sotaque horroroso de quase todo mundo, salvando-se apenas Arlete Salles, pernambucana, que empresta o sotaque de sua terra para outro da Bahia. José Mayer e a família do advogado Pitombo também não exagera na dose e nos passa credibilidade. Na contra-parida há o excesso extraordinário de alguns atores, como por exemplo Roberto Bonfim e Luciana Braga, que parece uma bruxa, com o cabelo da época, sem falar em Amorzinho e sua coleguinha de vestes e fala.
A novela tem vários diretores e acho que é aí que reside o problema. Cada núcleo atua independente de todos os outros, sofrendo uma mistura que deixa a novela com sentido de pastelão. Atores fazendo caricatura de seus personagens, num exagero nem sempre bom, pelo contrário. Gostaria de saber por que não fizeram a novela com atores baianos, acho que só tem um negro na novela, e pouco aparece. Tinha que ter negritude presente, falha imensa de uma rede que se acomodada na audiência que conquistou, escalando sempre os mesmos atores. Haja saco.
E Tieta, minha gente? Betty alardeia que Zélia Gattai lhe disse uma vez que Jorge acabara de escrever um livro cujo personagem principal teria a cara dela, Betty. Equívoco de Zélia, mas Betty acreditou. Betty fala com ovo na boca, não tem peito nem é mulher gostosa. Tem pernas lindas porque foi bailarina, mas está muito longe de Tieta. Sônia Braga encarnou o papel bem melhor, por que será? Porque é sensual, e é gostosa, como deve ser Tieta.
Reginaldo Faria é peixe fora d' água, aliás esse ator me intriga, só gostei quando personificou Lúcio Flávio, o filme dirigido por seu irmão, Roberto. De resto é a mesma pasmaceira, a mesma cara, o mesmo tom de voz, totalmente em desacordo com o resto de seus colegas. Coisas da televisão, sei lá. E não rola química entre ele e Lídia Brondi. Ninguém viu isso?
E Beth Mendes, que vestiu uma máscara de mulher temente ao marido que não convence, pelo menos a mim? É falso,.
O figurino também é um desastre. Tonha e Zé Esteves são personagens de histórias infantis do século dezoito, assim como o das duas solteironas da cidade. Que horror, e vamos incluir Perpétua, brilhantemente interpretada por Joana Fomm, mas seu figurino poderia ser bem melhor.
Arlete Salles faz o que pode, mas não rola química com Paulo José, que entrou na novela para dar um sentido romântico à vida de Carmosina. Aliás, a química não rola com nenhum dos pares envolvidos amorosamente, vamos combinar.
Há atuações que beiram o ridículo, mas não culpo os atores e sim a direção. Eles são fantásticos, todos. Culpo também Paulo Ubiratan, um técnico e não um artista criador. E o resultado está nesta novela, datada e exagerada. Viva ao filme de Cacá Diegues, muitíssimo melhor, Sônia Braga encabeçando um elenco que contava com Chico Anysio, Marília Pera, Caio Blat e Claudia Abreu. Mas, como disse, Bógus, Ary Fontoura, Joana Fomm, José Mayer, Claudio Corrêa e Castro, Arlete Salles, Paulo José, Otávio Augusto, Ana Lúcia Torre, Renato Consorte, Yoná e Sebastião Vansconcellos, Lilia Cabral honram qualquer espetáculo.
A novela tem vários diretores e acho que é aí que reside o problema. Cada núcleo atua independente de todos os outros, sofrendo uma mistura que deixa a novela com sentido de pastelão. Atores fazendo caricatura de seus personagens, num exagero nem sempre bom, pelo contrário. Gostaria de saber por que não fizeram a novela com atores baianos, acho que só tem um negro na novela, e pouco aparece. Tinha que ter negritude presente, falha imensa de uma rede que se acomodada na audiência que conquistou, escalando sempre os mesmos atores. Haja saco.
E Tieta, minha gente? Betty alardeia que Zélia Gattai lhe disse uma vez que Jorge acabara de escrever um livro cujo personagem principal teria a cara dela, Betty. Equívoco de Zélia, mas Betty acreditou. Betty fala com ovo na boca, não tem peito nem é mulher gostosa. Tem pernas lindas porque foi bailarina, mas está muito longe de Tieta. Sônia Braga encarnou o papel bem melhor, por que será? Porque é sensual, e é gostosa, como deve ser Tieta.
Reginaldo Faria é peixe fora d' água, aliás esse ator me intriga, só gostei quando personificou Lúcio Flávio, o filme dirigido por seu irmão, Roberto. De resto é a mesma pasmaceira, a mesma cara, o mesmo tom de voz, totalmente em desacordo com o resto de seus colegas. Coisas da televisão, sei lá. E não rola química entre ele e Lídia Brondi. Ninguém viu isso?
E Beth Mendes, que vestiu uma máscara de mulher temente ao marido que não convence, pelo menos a mim? É falso,.
O figurino também é um desastre. Tonha e Zé Esteves são personagens de histórias infantis do século dezoito, assim como o das duas solteironas da cidade. Que horror, e vamos incluir Perpétua, brilhantemente interpretada por Joana Fomm, mas seu figurino poderia ser bem melhor.
Arlete Salles faz o que pode, mas não rola química com Paulo José, que entrou na novela para dar um sentido romântico à vida de Carmosina. Aliás, a química não rola com nenhum dos pares envolvidos amorosamente, vamos combinar.
Há atuações que beiram o ridículo, mas não culpo os atores e sim a direção. Eles são fantásticos, todos. Culpo também Paulo Ubiratan, um técnico e não um artista criador. E o resultado está nesta novela, datada e exagerada. Viva ao filme de Cacá Diegues, muitíssimo melhor, Sônia Braga encabeçando um elenco que contava com Chico Anysio, Marília Pera, Caio Blat e Claudia Abreu. Mas, como disse, Bógus, Ary Fontoura, Joana Fomm, José Mayer, Claudio Corrêa e Castro, Arlete Salles, Paulo José, Otávio Augusto, Ana Lúcia Torre, Renato Consorte, Yoná e Sebastião Vansconcellos, Lilia Cabral honram qualquer espetáculo.
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